Contrato da Zona Azul começa a ser analisado pela atual gestão
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Por Nely Rossany, da Gazeta SP
Quase um ano e meio depois de ser instalado em Taboão da Serra, o estacionamento rotativo, mais conhecido como Zona Azul, continua causando indignação entre os moradores. O prefeito eleito Fernando Fernandes, ainda durante a campanha disse que iria rever o contrato com a empresa Autoparque, que prevê o repasse da arrecadação de apenas 6% para a Prefeitura.
O novo secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola, revelou com exclusividade para a Gazeta SP que o contrato da Zona Azul está no Departamento Jurídico da prefeitura em processo de análise. Mas, Tacola se negou a falar sobre o assunto e disse que só depois do parecer jurídico, poderá tomar alguma providência.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Contrato assinado pelo ex-prefeito Evilásio Farias destina apenas 6% da arrecadação para o município de Taboão da Serra. Os outros 94% vão para a empresa que venceu a licitação
O fato é que se for comprovada alguma irregularidade ou ilegalidade no contrato, a prefeitura poderá cancelá-lo e atender a reivindicação da população que acha abusivo pagar R$ 2 para estacionar o carro nas ruas da cidade.
A chegada do serviço de estacionamento rotativo na cidade, mais conhecido como Zona Azul, gerou muitas polêmicas, entre elas o valor do contrato que estipula que o Consórcio fica com 94% do valor arrecadado e a Prefeitura apenas com 6%. A Câmara Municipal chegou a revogar a Lei que autorizava a instalação da Zona Azul na cidade, mas a prefeitura conseguiu liminar na Justiça autorizando a cobrança. Os vereadores poderiam ter contestado a decisão no Tribunal da Justiça, mas o prazo para isso acontecer expirou e a Câmara não comentou mais o assunto.
Motoristas reclamam do preço cobrado pelo serviço na cidade
O preço é uma queixa constante e pode ser comparado com o valor de estacionamento de shoppings de luxo, onde a média é também de R$ 2 a hora. O serviço de estacionamento rotativo funciona de segunda à sexta-feira, das 08 às 18 horas, aos sábados, das 08 às 17 horas, e nos feriados em horários especiais. A tolerância mínima de utilização de uma das vagas é de 5 minutos e a máxima de duas horas.
Se o motorista não utiliza o serviço pode pagar multa de R$ 53,21 e receber três pontos na carteira de habilitação, isso se ele não regularizar a situação em até 24 horas, mediante pagamento de Tarifa de Pós Utilização, no valor de R$ 20.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Aurélio França: "A Prefeitura arrecada muito pouco com isso, eu não sei quem está faturando com a Zona Azul" e a moradora Natasha Roquini: "Eu estaciono o meu carro na rua de baixo, prefiro pagar por mês o rapaz que fica olhando meu carro do que pagar a Zona Azul"
Quem trabalha nas regiões onde tem a Zona Azul reclama. “A Zona Azul é muito ruim para o comércio, às vezes a pessoa está passando de carro por alguma loja, vê algo que chama a atenção e acaba não parando na loja para comprar porque tem que pagar Zona Azul. A Prefeitura arrecada muito pouco com isso, eu não sei quem está faturando com a Zona Azul, porque o povo só perde dinheiro e a Prefeitura não recebe quase nada”, opina Aurélio França da Silva.
Aurélio ainda questiona a segurança e diz que vale mais a pena pagar um estacionamento mensal particular. “A gente pode pagar para deixar o carro na rua e quando voltar não encontrar o carro. Vale muito mais deixar em um estacionamento, pagar R$ 70 por mês, que tem seguro e tudo mais”.
Já Natasha Roquini, prefere pagar um flanelinha a colocar o carro nas vagas da Zona Azul. “Não acho que vale a pena ter Zona Azul aqui. Você gasta dinheiro e não sabemos se o carro vai ter segurança ou não. Eu estaciono o meu carro na rua de baixo, prefiro pagar por mês o rapaz que fica olhando meu carro do que pagar a Zona Azul, na rua em que trabalho. Pelo menos, eu tenho uma garantia maior de que não vai acontecer nada com meu carro.”