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Começa o Festival de Culturas Africanas em Embu da Artes

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Redação

01/11/2013 00:00
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Elke Lopes Muniz
 
Foi aberto, em 30/10, o XIV Alaindê Xirê 2013 – Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-brasileiras, que vai até o dia 2/11, com atividades a partir das 9h, no Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci (rua Monte Alegre, 126, Jardim Pinheiros). O tema central do encontro é Origens, Tradições e Continuidades – Desafios da Cultura Afro-americana no Século 21. No roteiro de atividades serão abordados subtemas como religião e artes, e políticas públicas, no espaço público e o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, criado com base no Plano Plurianual (PPA – 2012/2015) e que contém políticas públicas, para garantir direitos, preservação do patrimônio cultural e da tradição no País.
 
“Estamos aqui porque nosso governo implanta políticas públicas que têm como pano de fundo o respeito à diversidade. Um dos valores mais caros à humanidade é a tolerância e o respeito à diversidade”, disse o prefeito Chico Brito, que participou da abertura, acompanhado dos secretários municipais Valdir Luís Barbosa (Turismo), Alan Ricardo Martins Leão (Cultura), Paulo Vicente dos Reis (Educação) e Daniela Santos de Almeida Brito (Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional), além das assessoras de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, Marisa Araújo Silva, e de Saúde da população Negra, Regina Barros Goulart Nogueira.

Foto Divulgação 

O 14º Alaindê Xirê do país e 1º da cidade vai até 2/11
 

Para o prefeito, lidar com a diversidade é indispensável , principalmente num país como o Brasil, que tem na sua formação como nação uma miscigenação forçada, com a “vinda de negros à força e o extermínio da população indígena, por conta da chegada dos colonizadores europeus”. Citou o antropólogo Darcy Ribeiro, que no livro O Povo Brasileiro trata desse assunto, e concluiu: “Não existe em nenhum lugar do mundo uma nação com essa diversidade e esse encontro de culturas. Durante séculos, os colonizadores e depois a elite que os representa colocaram na cabeça dos brasileiros que éramos menos, por causa dessa miscigenação. Estamos provando para o mundo que essa grandeza do povo está justamente nessa diversidade cultural e biológica”. 
 
Chico Brito também falou como presidente do Conisud: “Criamos várias câmaras técnicas e uma delas é a da diversidade”. Enfatizou que a Prefeitura compra produtos de pequenos produtores. “Estamos fazendo parceria com 36 quilombos do Vale do Ribeira, comprando agricultura familiar, fazendo que não abandonem a sua terra”. O prefeito assinou o abaixo-assinado em que é solicitado que o Terreiro de Cambomblé Santa Bárbara torne-se patrimônio imaterial e prometeu levar a Brasília a Carta de Embu das Artes, que será feita na conclusão do Festival.
 
Foi muito aplaudido ao anunciar a entrega da Cartilha de Orientação para Legalização de Casas Religiosas de Matriz Africana Embu das Artes, produzida pela Prefeitura. Informou que através da educação, vem sendo trabalhada a diversidade nas escolas e concluiu: “ Se queremos um mundo melhor, temos de começar a não achar que o nosso ponto de vista é certo e o dos outros, errado. Sempre colocaram que o ponto de vista de alguém é único e verdadeiro e não é assim. A beleza da humanidade é justamente essa diversidade”.
 
Este é o 14º seminário
O Alaiandê Xirê – Festival Nacional de Alabês, Xicarangomas e Runtós foi criado pelo Ogã e Babalorixá Roberval Marinho e pela Agbeni Xangô Cléo Martins, membros do Ilê Axé Opô Afonjá – BA, sendo realizado anualmente desde 1998 e seu patrono é o orixá Xangô. Tem por objetivo debater questões diversas sobre os povos e comunidades tradicionais de matriz africana com ênfase naquelas relacionadas aos músicos sagrados dos candomblés de todas as nações.
 
O encontro já foi realizado na Bahia, Recife e Brasília unindo membros dos candomblés e reconhecidos intelectuais e acadêmicos de inúmeras universidades do Brasil e do exterior. Neste ano, o orixá homenageado será Logunedé, patrono do terreiro Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci onde se realiza o encontro e conta com o apoio organizacional do Instituto Alaiandê Xirê, Cerne (Centro de Estudos das Religiosidades Contemporâneas e das Culturais Negras) do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, Àgò Lònà Associação Cultural e Prefeitura de Embu das Artes.
 
O Instituto Alaiandê Xirê Embu das Artes tem como presidente de honra, Maria Stella de Azevedo Santos (Ìyálórìsà  do Ilé Àse Òpó Àfònjá) Mãe Stella e Òsóòsì, Ode Káyòdé. Como presidente, Roberval José Marinho (Lojutògun do Ilê Axé Opô Afonjá, doutor em Artes pela USP e professor da UCB), e vice-presidente, Rita Virgínia Rodrigues do Rio (Omorogba do Ilê Axé Opô Afonjá).
 
A Comissão Organizadora do XIV Alaiandê Xirê (São Paulo) é a seguinte: Baba Ògúndáre (Anfitrião, sacerdote do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci); Vagner Gonçalves da Silva (Prof. no Departamento de Antropologia da USP, Coordenador do CERNe); Aulo Barretti Filho (Presidente e pesquisador da Funaculty e Bàbálórìsà Kétu (BA) reafricanizado.

(SP); Rosenilton Oliveira (Doutorando em Antropologia – USP); Marcelo Mendes Chaves (Mestre em Artes – USP); Ivan Grecov Filho (Elégùn Èsù – Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci); Pedro Neto (Àgò Lònà Associação Cultural, membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória, Identidade e Imaginário do PEPG da PUC – SP e membro titular do Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do CNPC-Minc.).

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