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Coluna editada no dia 26 de março de 2008
7 min de leitura
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cidade
Rebelião
Inconformados com o tratamento recebido dos vereadores mais antigos da Câmara, sete parlamentares que estão no primeiro mandato na Casa, se uniram em bloco para trancar a pauta de votações na sessão desta terça-feira. Os vereadores Aprígio, Professor Moreira, Wagner Eckstein, Valdevan Noventa, Marco Porta, Engenheiro Nei e Alberto Queiroz decidiram boicotar as votações para exigir tratamento igualitário pelos outros parlamentares da casa. A “rebelião” arquitetada pelo grupo dos 7 repercutiu no plenário, provocou, aplausos e motivou discursos acalorados.
Rebelião I
A união dos vereadores novatos e o boicote às votações surpreendeu, mas também irritou os veteranos da Câmara. Eles tentaram a todo custo demover os parlamentares rebeldes, entretanto, não obtiveram êxito. Nem mesmo as tradicionais reuniões de lideranças, nas quais os vereadores costumam fechar acordos políticos para encaminhar as votações no plenário, surtiram efeito. Eles se reuniram secretamente três vezes e mesmo assim não conseguiram chegar a um entendimento.
Rebelião II
Após a terceira tentativa de reconciliação o grupo dos 7 decidiu partir para o enfrentamento no plenário. Como eles são maioria conseguiram fazer valer sua vontade. Todos fizeram questão de destacar o compromisso de votar questões importantes para a cidade, entretanto, se recusaram a aceitar o que chamaram de “exclusão do processo de discussão política”.
Rebelião III
Um vereador que pediu para não ser citado, disse à coluna que os mais antigos parlamentares da Câmara se reuniram sozinhos e decidiram o que queriam aprovar. Somente depois procuraram os 7 para transmitir a decisão. “Queremos participar ativamente do processo de discussão. Não podemos aceitar que eles continuem decidindo sozinhos o que todos devem fazer”, desabafou.
Rebelião IV
Os vereadores Aprígio e Valdevan Noventa arrancaram aplausos do plenário quando se pronunciaram sobre a questão. Visivelmente indignado Aprígio disse que o grupo dos 7 não quer ser manipulado pelos demais. “Sabemos às necessidades da cidade. Mas não podemos aceitar esses fatos. Se for preciso viremos aqui para votar amanhã, à noite, de madrugada ou à qualquer hora. Mas, hoje não votamos nada”, bradou ao som de aplausos e gritos da platéia.
Rebelião V
Já Valdevan Noventa classificou como falta de respeito ao público presente a quantidade de reuniões para entendimento das lideranças feitas durante a sessão de terça-feira. Ele reclamou da demora nas conversas e disse que os presentes mereciam respeito. Ao som dos aplausos da platéia o presidente da Câmara, interrompeu o pronunciamento do vereador e convocou uma nova reunião. Os vereadores, então, deixaram o plenário enquanto o público já cansado pela espera vaiava a saída deles.
Rebelião VI
Os novatos rebeldes prometem não voltar atrás na decisão. Vários deles anteciparam à coluna que pretendem continuar unidos para exigir mais “respeito” dos vereadores mais antigos. Eles planejam se reunir ainda essa semana para tratar do fortalecimento do grupo dentro da casa. “Sem o nosso apoio nada poderá ser aprovado. Somos a maioria e agora percebemos a força que temos juntos”, sentenciou um membro do grupo dos 7.
Rebelião VII
O vereador Professor Moreira justifica que o grupo dos 7 não quer prejudicar o andamento das atividades do legislativo. Ele avalia que o posicionamento do grupo demonstra o poder de articulação que eles possuem. “Fomos forçados a agir dessa forma pela conjuntura atual. Mas, estamos do lado da população da cidade e não faremos nada que possa prejudicar aos moradores”, garante.
Rebelião VIII
Como integram a base do governo na Câmara os rebeldes pretendem agendar uma reunião com o prefeito Evilásio Farias para falar do boicote às votações desta terça-feira. Eles querem reafirmar o apoio ao prefeito e defender o fortalecimento dos 7 na Câmara. A insurreição, classificada por alguns veteranos como ciúmes, promete ter repercussões posteriores dentro e fora do parlamento local.
Rebelião IX
Para trancar a pauta os vereadores rebeldes pediram vistas a um projeto que prevê o aumento da isenção do IPTU para aposentados e retiraram o pedido de urgência de um projeto do Executivo que cria mais cargos na Guarda Civil Municipal. Ambos devem entrar na pauta da próxima sessão.
Antes de tudo…
Momentos antes da dissidência do grupo dos 7 o vereador Alberto Queiroz usou a Tribuna da Câmara para defender a união dos vereadores dentro do parlamento. Ele disse que os adversários dos 13 parlamentares que formam a casa estão do lado de fora. “Nós temos que ser unidos aqui. Os adversários estão lá fora e eles querem quebrar a nossa perna”, salientou. Momentos depois ele surpreendeu a platéia dizendo que fica difícil trabalhar quando tem gente “estrovando” de dentro.
Tensão
O plenário da Câmara está antecipando o clima que deve perdurar até as eleições de 5 de outubro. As discussões paralelas, o clima de disputa acirrada e até as ameaças constantes de confronto físico na platéia fazem parte da rotina das sessões. Quem está habituado a assisti-las já vive a expectativa de que a qualquer momento pode haver desentendimento entre os presentes. Essa sensação aumenta cada vez mais e torna o clima pra lá de pesado…
Tensão I
Mas, não é só no plenário que o ambiente anda tenso. Pedindo para não ser identificados, alguns vereadores revelaram à coluna que o clima anda pra lá de acirrado entre os parlamentares. Eles disseram que durante às reuniões secretas são cada vez mais comuns a troca de farpas e até agressões verbais. “Recentemente dois vereadores quase chegaram às vias de fato. Só não se atracaram porque os outros impediram”, revelou um parlamentar. Segundo ele, a situação estaria tão crítica, que em breve os problemas internos vão literalmente explodir no plenário…
Regimento
O vereador Olívio Nóbrega voltou a defender a atualização do Regimento Internamento da Câmara a fim de atender às novas regras estabelecidas pelo Supremo. Ele disse que a Casa tem que se resguardar para evitar transtornos futuros nascidos a partir de divergências entre o Regimento Interno e as recentes decisões judiciais.