Casa de prefeito de Itapecerica é atingida por 11 tiros
Matheus Herbert e Nely Rossany
A casa do prefeito de Itapecerica da Serra, Erlon Chaves (PDT), diplomado na tarde de segunda-feira, foi alvejada com 11 tiros na noite do mesmo dia. No mesmo local, funciona a sede do partido de Erlon. Os disparos atingiram a fachada e o portão da casa, que fica na rua Uruguai, no Parque Paraíso, mas ninguém ficou ferido.
A residência estava vazia no momento do ataque, que aconteceu por volta das 21 horas. Nenhum vizinho soube informar o que aconteceu. Erlon Chaves acredita que os tiros foram uma maneira de intimidá-lo ao assumir o novo cargo. “Eles (ex-governo) não querem aceitar. Com certeza, eles têm alguns interesse”. Chaves diz que ainda irá registrar um Boletim de Ocorrência sobre o caso.
Erlon relatou que constantemente recebe ameaças. “Desde 2012 quando me candidatei e atingia maiores intenções de voto, recebi algumas ameaças. Mas agora, estas ameaças têm aumentado. Fui aconselhado pelos os meus seguranças a revezar de endereço”, explicou.
Erlon Chaves assumiu a Prefeitura de Itapecerica em meio a uma crise política. O ex-prefeito Amarildo Gonçalves (PMDB), o Chuvisco e a ex-vice-prefeita Regina Corsini, estão cassados por suposta compra de votos, durante as eleições de 2012. Apesar de o processo ainda estar correndo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a Justiça Eleitoral determinou a recontagem dos votos e diplomou prefeito Erlon Chaves, que foi segundo colocado nas eleições com 28.252 votos.
“A batalha está muito grande, os impasses são burocráticos e a oposição não quer aceitar. O meu principal foco é quebrar esse coronelismo. Itapecerica parece que vive no tempo das províncias”, finalizou o prefeito.
Apesar de Erlon ter sido diplomado, ele ainda não assumiu oficialmente o cargo, pois ainda depende da Câmara Municipal para tomar posse. “Estamos com dificuldade em encontrar o presidente da Câmara, Cícero da Costa (PSD), que está se recusando a empossar o nosso governo popular”, disse Erlon. Segundo os advogados do prefeito, se o presidente da Câmara não marcar a data da posse, eles entrarão com um mandado de segurança. A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara, mas não obteve retorno.
Dentro da prefeitura, as atividades continuam normalmente e os funcionários estão confiantes de que o prefeito Chuvisco vai voltar. “Estamos confiantes de que tudo vai dar certo, já que o Chuvisco não teve nada a ver com o que aconteceu, ele vai voltar”, afirmou a secretária de Governo, Leonor Bertanha Lopes.
Entenda o caso
O processo de cassação de Chuvisco e sua vice, solicitado por Erlon Chaves, teve início em 2012, quando às vésperas das eleições municipais o então prefeito Jorge Costa (PMDB) teria pedido votos para os estagiários da Secretaria Municipal de Educação, em troca da permanência do cargo na prefeitura. A reunião aconteceu no Hotel Del Verde em Itapecerica. Segundo o processo, os dois candidatos cassados teriam conhecimento da conduta ilícita, embora tenham negado.