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Baile da terceira idade: a vida não acaba aos 50

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Redação

04/08/2009 00:00
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Quem pensa que a vida acaba após os 50 anos, está enganado. E quem tiver alguma dúvida é só comparecer ao próximo Baile da Terceira Idade que acontece toda última sexta-feira de cada mês no Cemur. A cada novo encontro é possível constatar o quanto esse pessoal é de bem com a vida, divertido e animado.
 
Na última sexta-feira, 31, foi mais um dia de tirar o modelito do guarda-roupa, arrumar os cabelos, fazer aquela maquiagem e pronto, hora de ir encontrar os amigos e passar uma tarde agradável e alegre. Nada faz essa turma perder o pique, nem o frio, a chuva ou dor, ninguém se lembra desses “pequenos detalhes”, o negócio é dançar e namorar, e se não for possível, pelo menos paquerar.

Foto: Rose Santana

Cemur ficou lotado na última sexta-feira. Veja no dia 5 todas as fotos do baile, aqui

 
A organização e animação ficaram por conta do senhor Diniz, e a Banda Tropicaliente foi a responsável pelo som, e não poupou nos ritmos: country, forró, valsa, música romântica, anos 60, som de primeira para um público exigente. Os alunos do Centro de Convivência do Idoso de Taboão da Serra abriram a festa com a apresentação de uma ‘Quadrilha’, com direito a noiva e tudo.
 
Dona Jacira Barreto de Araújo, 65, é uma frequentadora assídua. Viúva há três anos, universitária, faz aulas de dança, não perde um baile, diz que até já tem um pretendente, mas ainda estão se conhecendo. “Amo demais dançar, conhecer pessoas, tenho um paquera que conheci aqui no baile, estamos nos conhecendo, mas se não der em nada não tem problema, a fila anda. Eu quero é curtir a vida”, completa.
 
Vale dançar juntinho, separado, sozinho, mulher com mulher, não importa; o que não pode é ficar parado. Tem até gente ‘jovem’, o que eles vieram fazer? Acompanhar os pais, avós e é claro, curtir o baile.
 
“Fiquei viúva há três meses, estava em casa deprimida e minhas amigas me chamaram para vir, esta é a terceira vez que participo e estou gostando muito”, comenta Cecília Martins, 72 anos.
Um dos momentos mais animados, não que os outros não sejam, é à hora da ”Bandeirinha”, é quando as damas tiram os cavalheiros para dançarem, e nesse momento não há espaço para timidez, a animação é geral.
 
Antônia Lima de Carvalho, que não revelou a idade, isso é apenas um detalhe, disse que não perde um baile. ”Eu não perco um baile, venho sozinha, eu e Deus, sempre. Estou procurando um namorado, está difícil, mas não perco as esperança”, diz.
 
Os homens são mais tímidos, preferem olhar bem, analisar e só depois partir para o ”ataque”, essa é a estratégia de Beni, sem o senhor, por favor, ele também está à procura de uma companheira, mas diz não ter pressa. ”Mulheres tem muitas, mas é preciso saber quem vale à pena. E melhor ficar só do que mal acompanhado”.
 
A cada baile uma nova história, novas experiências, alegria e muitos motivos para não desistir ou se entregar aos problemas que a própria idade traz, é assim que esses jovens, homens e mulheres,  com mais de 50 anos, se divertem, com dinamismo e  esbanjando saúde.
 

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