Após oito anos, Chico Brito diz que cumpriu 80% do seu Plano de Governo
Dia 31 de dezembro encerra o mandato de oito anos do prefeito Chico Brito em Embu das Artes. Atualmente sem partido, o mandatário faz um balanço positivo de sua gestão e afirma que cumpriu 80% do seu plano de governo, se deu nota 8. “Espero que a população reconheça que eu fiz o esforço necessário e dei conta de algumas demandas […] Cumpri pelo menos 80% do meu plano de governo. Eu espero que as pessoas no geral achem isso algo razoável”, declarou.
Sobre as críticas que recebeu dos seus adversários durante o período eleitoral, Brito foi categórico em dizer que pra ele “nada” deu errado. “Já para os dois [Ney Santos e Geraldo Cruz], tudo [deu errado]”.
O prefeito eleito Ney Santos está foragido da Justiça, ele é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro do tráfico de drogas comandado pela facção criminosa PCC. O político teve sua prisão decretada pela Justiça durante a deflagração da Operação Xibalba. Ele também não poderá ser empossado dia 1º. Já Geraldo Cruz (PT) teve sua candidatura impugnada pela justiça eleitoral e não teve os votos validados nas eleições de outubro.
Quanto a atual situação política da cidade, Brito se limitou a responder que torce “para que a situação seja resolvida e que no dia 1º, a Justiça e a Câmara Municipal empossem um prefeito […] Eu não conheço o processo, não conheço nada profundamente do que esta acontecendo, então seria leviano da minha parte fazer algum comentário”.
Brito também falou que passou todas as informações solicitadas pela equipe de transição. “Todas as informações que nos foram solicitadas nós passamos para a equipe de transição. Agora estamos aguardando sermos demandados, mas acredito que deixamos a prefeitura em uma situação confortável”.
Questionado sobre um déficit de R$ 200 milhões que sua administração estaria deixando, Brito afirmou que “não existe um déficit de R$ 200 milhões, o nosso déficit hoje gira em torno de 22% do total da receita, dá algo em torno de R$ 120 milhões […] Já tomamos algumas medidas, estamos diminuindo o número de comissionados, ou seja, conseguimos nesses oito anos fazer o que fizemos na cidade, porque fomos fazendo corte de despesas. A demanda sempre aumenta”, esclarece.
De acordo com o prefeito, nesse montante de R$ 120 milhões estão incluídos valores de obras licitadas, mas que ainda não foram iniciadas. “Contabilmente você tem que colocar isso como um déficit, ou seja, algo que a Prefeitura vai ter que pagar, porque a obra já foi licitada, mas o recurso é do governo do estado ou federal, por exemplo […] Não existe como alguns maldosos estão falando, um rombo. Rombo é quando você pega o dinheiro que não é seu. Existe um déficit orçamentário entre o custeio da Prefeitura e o que se arrecada”, explica.
Para o prefeito uma das maiores frustações foi não ter conseguido implantar a Unifesp em Embu das Artes. Mas Brito garante que a partir do dia 2 de janeiro ele começará uma campanha para que a universidade saia do papel e se torne uma realidade na cidade e região.
“Isso é algo que me deixou bastante angustiado, eu era presidente do Conisid, conseguimos mobilizar politicamente prefeitos e vereadores da região. A presidente Dilma aprovou a nossa Universidade Federal, tá aprovada, isso ninguém vai tirar […] Mas o Ministério da Educação não autorizou a Unifesp fazer concurso para contratar professor para Embu […] A prefeitura não pode fazer concurso para contratar professor universitário, então isso foge da minha competência […]. É maldade colocar na minha conta o não funcionamento da faculdade […] Eu serie um soldado na luta pela universidade de Embu das Artes e região”, disse.
Sobre o futuro, Chico Brito disse que não tem intensão de concorrer a nenhum cargo eletivo, assim como pretende continuar sem partido, mas não abandonará a militância social.
“Não estou filiado a nenhum partido e pretendo continuar assim para ficar à vontade para fazer aquilo que eu sempre acreditei, lutar por uma vida melhor para a população dessa cidade e nossa região […]Vou cumprir meu papel de outras maneiras, talvez não mais em cargo eletivo, uma coisa podem ter certeza, não sou prefeito, estou prefeito, agora militante social faz bastante tempo. Não tendo mais a obrigação de prefeito, vocês podem ter certeza que eu estarei junto aos movimentos sociais para fazer como sempre fiz e acredito. Dia 2 de janeiro estou à disposição do MTST”, declarou.