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Após decisão judicial, mulher acorrentada deixa Câmara de Taboão

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Redação

05/08/2016 00:00
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Após passar 72 horas acorrentada em uma pilastra do plenário da Câmara Municipal de Taboão da Serra, a moradora Joselina Maria Rodrigues Garcia, teve que for fim ao seu protesto. Na manhã desta sexta-feira, a Justiça concedeu ao legislativo o direto de “Manutenção de Posse”. Um oficial de justiça já notificou a mulher que deixou o local de forma pacífica.

Na decisão a Juíza da 1ª Vara Cível, Fernanda Regina Balbi Lombardi, declara que “[…] a permanência da requerida no local poderá afetar, ainda mais, os trabalhos rotineiros da autora. Assim, defiro a medida liminar postulada a fim de conceder a manutenção de posse pleiteada, por meio do qual a parte requerida, que estiver ocupando o imóvel descrito na petição inicial, desocupe, imediatamente, o local de forma voluntária e pacífica, sob pena, se necessário, de medida coercitiva com reforço policial […]".

Um oficial de justiça já notificou Joselina que deixou o local de forma pacífica após passar 72h acorrentada | Divulgação

Entenda o caso
Por 72 horas, Joselina ficou acorrentada em uma das pilastras da Câmara Municipal de Taboão da Serra para protestar contra a sua expulsão de um movimento de moradia popular.

Joselina acusa os movimentos habitacionais Família Feliz e Bem Viver de a expulsarem do projeto, com isso ela perdeu o direito de ter “seu apartamento”. De acordo com a mulher, a atitude dos organizadores foi radical, “não houve motivos”. Ela também defende a volta de outras 150 famílias que teriam sido substituídas do movimento após discordância.

Joselina recebeu atendimento médico, mas nem mesmo para ser atendida ela abriu o cadeado que a acorrentava. Na manhã desta quinta-feira, duas psicólogas da prefeitura conversaram com Joselina, mas deixaram o plenário sem conseguir demovê-la do seu protesto.

A mulher recebeu atendimento médico, foram realizados alguns exames, entre eles teste de glicose e aferição de pressão arterial, ela foi alimentada e recebeu água. Ela está utilizando um balde para fazer suas necessidades fisiológicas.

Na tarde de terça-feira, dia 2, Terezinha da Silva, representando os movimentos habitacionais Bem Viver e Família Feliz foi até a Câmara Municipal conversar com Joselina, na tentativa de fazer a mulher desistir do protesto. Mas não obteve sucesso.

Joselina conta que em 2015, durante uma assembleia dos movimentos, os diretores chamaram a polícia para ela. “Saí daqui algemada, fui humilhada dentro da Câmara de Taboão da Serra, só saio daqui quando eu receber meu apartamento. Quero que as 150 famílias do Maria Helena voltem também”.

De acordo com Terezinha, as 150 famílias foram expulsas, juntamente com Joselina, por não aceitarem os termos apresentados para o projeto, que irá construir 500 moradias. “Ela não obedece, não respeita ordens. Ela é muito difícil. Tínhamos tudo acertado na época, na hora de assinar a documentação para enviarmos para a Caixa [Econômica Federal], ela se recusou a assinar. Em uma nova assembleia, para não perdermos os prazos, as 150 famílias foram substituídas. Mas vamos marcar uma reunião com a diretoria para falarmos sobre o caso, sempre tivemos a disposição dela”

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