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O amor venceu para mim e para você também

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Redação

10/06/2011 00:00
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Por Wanderley Bressan

A aprovação da união estável pelos ministros do Supremo Tribunal Federal por 10 votos a zero, pegou na sociedade como final de novela das oito. A intensa cobertura midiática em torno desta importante problemática, que durante anos o movimento LGBT tem pautado nas suas discussões, fez com que a sociedade, mesmo aqueles que nunca se interessaram pelo tema, estivesse esclarecida do que havia acontecido. O mesmo acontece nos últimos capítulos de novelas, por onde quer que você passe você escuta um comentário.

Este acontecimento aponta uma diretriz muito positiva para o movimento LGBT. Eu, pessoalmente, já defendia há algum tempo a teoria de que apesar do alto grau de preconceito que ainda está presente e enraizado na nossa sociedade a temática LGBT sempre aguçou, no mínimo, curiosidade nas pessoas, o que facilita muito o diálogo que o movimento LGBT se propõe a fazer com a sociedade a fim de esclarecer as muitas dúvidas sobre a curiosa vida homossexual.

Em 1988, o Brasil, de forma até que inovadora para a época aprovou a união estável para homem e mulher. Ainda e especialmente reconheceu o direito a igualdade entre os cidadãos, o respeito à dignidade, entre outros. À partir destas premissas, durante muito tempo os tribunais no Brasil receberam diversos pedidos de reconhecimento de uniões estáveis, comprovando claramente a imensa demanda existente no Brasil.

A aprovação do STF representa um avanço fantástico para a luta pela conquista da plena cidadania LGBT, pois provoca a reflexão nos demais poderes políticos e na própria sociedade. Agora falando de humano para humano, esse direito que nos era negado, assim como centenas de outros que ainda são negados, se consolidava nas nossas vidas como uma dor social e humana indescritível.

Por mais que tentássemos, baseados nos princípios de cidadania, estabelecer uma família, ter residência fixa, pagar nossos impostos, muitas vezes adotando crianças abandonadas por outras pessoas, e outras infinidades de tarefas a fim de desenvolver o amor humano em uma sociedade, não éramos considerados como família. É, isto mesmo, por mais que tentássemos, o fato de amar diferente privava o direito se constituir como, o que nos colocava em uma situação de marginalidade extrema.

Aos que ainda hoje enxergam estes avanços com maus olhos, gostaria de propor uma reflexão. Vivemos ou não vivemos em uma sociedade democrática onde a liberdade deve ser respeitada e garantida? Por mais que tenhamos uma cultura religiosa, que considera a homossexualidade como pecado, esta mesma cultura religiosa não dissemina a salvação individual e o livre arbítrio? Partindo desta linha de pensamento, que mal é feito a sociedade o desejo de poder amar outra pessoa, e usufruir dos mesmos direitos de qualquer cidadão sem correr o risco de ser marginalizado?

Aos que ainda se mantêm nesta injusta e retrocessa linha de pensamento sugiro esta reflexão. A todos os outros, resta-nos comemorar essa grande vitória, a vitória do amor. Como presidente da ONG DIVERSITAS – Diversidade em Taboão da Serra, divido minha alegria com todos os LGBT`s de Taboão da Serra, que de forma corajosa tem ido as ruas dialogar e provar que amar não é um problema, e que o amor faz bem à todos, contribuindo diretamente para que este e outros avanços que virão sejam conquistados.

Wanderley Bressan, Graduado em Relações Públicas, Pós-graduando em Gestão Pública, é presidente da ong Diversitas – Diversidade em Taboão da Serra.  

 

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