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Número de casos de dengue aumentou em Taboão da Serra

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Redação

23/04/2014 00:00
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Matheus Herbert e Nely Rossany, da Gazeta de S. Paulo

Os moradores de Taboão da Serra estão assustados com o avanço dos casos de dengue na cidade. Os hospitais estão lotados com pacientes com suspeitas da doença. No dia 8 de abril, um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde contabilizava 16 casos confirmados de dengue. Nesta terça-feira, os números divulgados representam um aumento de 237%, já são 54 confirmados. Mas o número pode ser ainda maior, já que muitos pacientes são atendidos em hospitais particulares de São Paulo.

A reportagem visitou o Hospital Lefort, no Caxingui e Metropolitano no Butantã e o Hospital Family, em Taboão da Serra. As recepções estavam lotadas e a espera por atendimento chegava a até 4 horas. A justificativa de funcionários foi a mesma em todas as unidades: ‘surto de dengue’ e a maioria dos pacientes era de Taboão da Serra.

 

   Número de casos aumentou 237% em 16 dias; mas número pode se ainda maior | Divulgação

É o caso de Janaina Bueno, de 32 anos, que deu entrada no Hospital Leforte no sábado às 14 horas e já estava com sintomas da dengue desde quinta-feira. “Tive febre, dor no corpo, dor no fundo nos olhos, parecia um resfriado forte, mas o diagnóstico foi preciso, era dengue”, conta a esteticista que mora e trabalha no Centro de Taboão da Serra. Janaina disse ainda que encontrou outros taboanenses com a doença.

“O hospital estava lotado e ao meu lado tinha uma família com o marido e os dois filhos com a doença, que eram moradores de Taboão. Estou assustada com o pouco caso da própria população. A gente cuida do nosso quintal e o nosso vizinho não e aí acabamos pagando pela displicência do outro”.

Na mesma rua onde Janaína mora, na Levy de Souza e Silva, no Jardim Bontempo, há outros sete casos. “Comecei a passar mal na segunda-feira passada com muita dor no corpo e febre, aí fui no Akira e depois de 10 horas tive o diagnóstico da dengue”, conta a auxiliar administrativa Lucieni Queiroz, 37 anos. No mesmo estabelecimento que Lucieni trabalha, na Óticas Gabi, outras três atendentes estão afastadas com dengue.

Vizinha à ótica, o salão de cabeleireiro também já tem dois casos. “Achei que era uma insolação, tinha muita febre e vermelhidão no corpo e só ontem (terça-feira) passei no Hospital Santa Marjorie, no Itaim e tive o diagnóstico confirmado de dengue”, disse uma das proprietárias do salão, Maria Cristina Lopes, 50 anos. Ela e os vizinhos desconfiam de que o foco pode estar dentro de uma das casas da rua Levy que tem uma piscina abandonada. “Já falei com a moradora, que a piscina está muito suja e dá pra ver o lodo e algumas larvinhas, mas nada foi feito”.

Através das redes sociais, os munícipes também relatam seus casos. Na página do Facebook do Portal O Taboanense, mais de 75 pessoas disseram que estão ou conhecem pessoas próximas com a doença. Em menos de meia hora do post que perguntava: “Você conhece alguém com dengue em Taboão?”, 38 casos foram relatados. Os bairros mais citados pelos internautas foram Parque Pinheiros, Jardim Record, Vila Iasi, Parque Laguna, Centro, Intercap, Monte Alegre, Jardim Roberto e Parque Marabá.

Ainda pelo Facebook, alguns internautas enviaram fotos de piscinas sem limpeza e áreas de mata fechada. “Sou testemunha da piscina do condomínio Atua, na Estrada São Francisco, 1800. E aos moradores deste condomínio tomem providência, a saúde de vocês também esta em risco!”, desabafou Dyane Rocha Mendes.

De acordo com a Secretaria de Saúde, os mutirões de combate a dengue continuam em todo o município e são priorizados os locais onde houve denúncias de possíveis focos do mosquito. A secretaria orienta que os moradores denunciem pelo telefone da Vigilância Epidemiológica: 4786-3032.

Segundo o coordenador da Vigilância Epidemiológica de Taboão da Serra, Dr. Milton Parron, os bairros onde se concentram a ação das equipes são Parque Laguna, parque Pinheiros, Jardim Clementino e Centro, onde está a maioria dos casos. “Começamos agora agir em bairros onde há mais casos suspeitos como o Jardim Margaridas, como forma de prevenção com o fumacê”.

Sobre de moradores atendidos em outras cidades, Parron esclarece que o caso deveria ser registrado na cidade onde a pessoa mora, mas que no atendimento particular, isso pode não acontecer. “As unidades de saúde da prefeitura encaminham os exames para o Instituto Adolfo Lutz, que é o laboratório oficial do Governo do Estado. Daí os casos confirmados são contabilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, já os hospitais particulares, tanto de Taboão como os de São Paulo, encaminham para outros laboratórios e acabamos não tendo acesso, o que pode explicar a oscilação nos números”, explica Parron.

O coordenador acrescenta ainda que “outro fator que pode influenciar no total de casos é que muitos pacientes não realizam o exame assim que o médico diz que a suspeita é dengue e o caso acaba não sendo contabilizado”.

Prevenção

Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.

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