Neide Gonçalves, a professora que marcou época em Taboão da Serra

Ela nunca foi contra o casamento. Se não casou, é porque não encontrou o que sempre chamou de “homem-homem”. Este tipo, que na sua concepção deveria ser culto, inteligente, compreensivo e de posição definida na vida, desde tempos idos só fez aumentar sua “carência”.

Mulher bonita, olhos esverdeados muito penetrantes, a professora Neide Gonçalves, marcou sua passagem por Taboão da Serra, como um exemplo concreto de mulher corajosa, lutadora e amante apaixonada da educação.

Diretora por mais de 20 anos da Escola Antonio Inácio Maciel, Neide Gonçalves, jamais se arrependeu de seguir sua rica carreira de educadora e posteriormente diretora, porque sempre se sentiu muito bem executando tarefas de liderança. Quando criança sonhava em ser médica, mas a vida lhe impôs a necessidade de fazer o curso normal para poder ajudar a família.

Já trabalhando como professora, entrou para a Faculdade de Direito, em Franca e cursava o segundo ano, quando foi transferida para São Paulo. Suas atividades na vida profissional impediu que continuasse seus estudos das ciências jurídicas.

Quando chegou vinda de Rubinéia, uma cidade da araraquarense, foi para assumir o cargo de diretora, que já exercia naquela cidade onde – conforme dizia – “O sol, no verão, julga que todos os moradores foram temperados para serem transformados em churrasquinho”.

Ao assumir a direção da escola Antonio Inácio Maciel surpreendeu a todos com sua disposição de trabalho. Era a primeira a chegar e só saia depois do último funcionário. Além dos problemas relacionados a educação de seus alunos, preocupava-se com suas dificuldades, exigia respeito entre todos e ela própria, pegava numa enxada ou numa tesoura para cuidar do jardim, ou munia-se de uma vassoura, quando preciso, para que tudo estivesse exemplarmente limpo.

Muito rigorosa com a disciplina, era comum pegar aluno fazendo alguma coisa errada e leva-lo para a diretoria, muitas vezes pelas orelhas, para conversar com seus pais que mandava chamar de imediato.

Enquanto a cidade crescia, pelo aumento de população, nossas autoridades criavam escolas isoladas espalhadas pelos bairros mais distantes sobrando para a Professora Neide a direção e coordenação das mesmas.

Essa incumbência, embora exigisse muito trabalho, lhe permitia também conhecer todas as regiões do município, suas semelhanças e seus contrastes, fazendo com que, reconhecendo a luta desigual dos menos favorecidos, se transformasse em porta voz, junto às nossa autoridades na tentativa de ajudá-los na solução de seus problemas, estabelecendo com isso um forte contingente de amigos e admiradores.

Sem abandonar suas funções de diretora de escola acabou se transformando no ano de 1972, na vereadora mais votada da cidade.

Irreverente e de atitudes polêmicas, durante os quatro anos em que exerceu seu mandato brigou muito, não só com grande parte de seus próprios colegas de Câmara, mas também com o prefeito Osvaldo Cesário de Oliveira com o qual não concordava, na maioria de suas decisões. Na eleição seguinte, em 1976, já decepcionada com a política foi novamente candidata, mas não conseguiu a reeleição.

Chegou a exercer interinamente as funções de Delegada de Ensino, tendo se aposentado como diretora ainda quando comandava a Escola Antonio Inácio Maciel, do Jardim Maria Rosa.

Na minha segunda administração como prefeito, de 1989 a 1992, reconhecendo seu potencial de trabalho, tive a oportunidade de nomeá-la Diretora da Divisão de Educação, que naquele tempo equivalia ao cargo de Secretaria Municipal.

A Professora Neide Gonçalves, depois de ter se aposentado, voltou a morar em Pereiras, sua cidade natal.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

A saudosa Iolanda Catani, homenageada por seu esposo, quando este implantou o Condomínio Rural Jardim Iolanda, na BR 116 (Rodovia Régis Bittencourt).

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

Certificado de participação pertencente ao taboanense Carlos Antonio Vona, quando participou do I Congresso Estudantil do município de Taboão da Serra, na qualidade de “Pequeno Prefeito” em outubro de 1976, promovido pela Prefeitura, Câmara Municipal e Gazeta do Taboão.

* O Rotary Club  São Paulo, promoveu o evento denominado “Mulheres envolvidas com a Humanidade”, em homenagem a passagem do Dia Internacional da Mulher.

Já na sua segunda edição, o troféu Maria Thereza Ferraz de Barros Pimentel foi outorgado às mulheres do Distrito 4610 que se destacaram pela prestação de trabalhos humanitários, em cerimonia realizada no salão nobre do Edifício Rotary, na Avenida Higienópolis, em São Paulo.

Vera Lúcia recebe seu troféu das mão de Governadora do Distrito 4610, Ligeia Benícia de Almeida Stivanin

Dentre as homenageadas, recebeu seu troféu Vera Lúcia Malaman Belotto, esposa do Rotariano de Taboão da Serra Ody Belotto, pelo trabalho voluntário desenvolvido há 13 anos,  junto aos moradores de rua, coordenado pela paróquia de São Benedito, por suas atividades voluntárias em benefício da Associação Antialcoólica de São Paulo e ainda por seu trabalho no exercício da presidência da Associação de Familias de Rotarianos de Taboão da Serra.

Da esquerda: Maria Grasso De Marco, Fátima Rubens, Vera Lúcia Malaman Belotto e Ana Paula Andrade

A homenageada foi prestigiada por suas companheiras Ana Paula de Andrade, Maria Grasso De Marco e Fatima Rubens, presidente da ASFARTS.

Dr. Armando Andrade é advogado e Consultor de empresas. Foi Vereador (1973/77), Presidente da Câmara (1975/1977) e Prefeito por duas vezes (1977/1982 e 1989/1992). Para falar com o autor: diretamente pelo blog ou pelo e-mail www.advandrade@globo.com