Na Lei Orgânica do município, já consta “Embu das Artes”

Por Márcio Amêndola

Embu, ao menos em nível local, já tem o nome de ‘Embu das Artes’ por força de mudança na Lei Orgânica Municipal, proposta em 2006, após consulta ao segmento de cultura, em reuniões realizadas na Câmara por sugestão da ex-presidenta, vereadora Maria das Graças de Souza. Muitas inovações foram aprovadas na Lei Orgânica, totalmente revista e modernizada. No dia 13 de dezembro foi aprovado um novo artigo 5º na Lei Orgânica, redigido por Márcio Amêndola, com o seguinte teor:

“Art. 5º – O Município da Estância Turística de Embu, oficialmente denominado ‘Embu das Artes’ é uma unidade do território do Estado de São Paulo, com personalidade jurídica de direito público interno e autonomia, nos termos assegurados pelas Constituições Estadual e Federal…”

Foto: Eduardo Toledo

O primeiro prefeito do Embu, Annis Neme Bassith, que viu todas as transformações da cidade

“Sabíamos que a aprovação final dependeria de um Plebiscito junto à população, por meio de Emenda Constitucional proposta na Assembléia Legislativa do Estado, o que agora está ocorrendo, já que os nomes dos Municípios só podem ser alterados por força de Lei Estadual, mas na época decidimos antecipar o clamor popular sobre o tema, já que Embu é legitima e historicamente ‘das Artes’”, afirmou a ex-vereadora.

Embu das Artes já teve vários nomes, de acordo com estudo feito por Moacyr de Faria Jordão, que identificou em antigos documentos muitas grafias para o nome de Embu, de origem tupi (indígena): Mbai, Mboi, Boy, Bohi, Emboy, Alboy, M’Boi, ou M’Boy, Mbeiu, Imbohu, Embahú, Emboú. Nos anos 1950 o nome oficial da aldeia era ‘M’boy’ (que Teodoro Sampaio identifica como cobra, em língua tupi), mas todo mundo já chamava a vila de Embu, até pela dificuldade em pronunciar a grafia original em língua indígena. Com a Emancipação, em 18 de fevereiro de 1959, o nome da cidade passou a ser oficialmente Embu.

Alguns dos pioneiros que deram fama e o nome de ‘Embu das Artes’: Cássio M’Boy, Tadakiyo Sakai, Mestre Assis do Embu, Solano e Raquel Trindade, Wanderley Ciuffi, Joel Câmara, Cristo do Embu, Mestre Gama e filhos, Vicente de Paula, Tônia do Embu, entre outros. O primeiro a estabelecer-se na cidade como artista foi Cássio da Rocha Mattos (Cássio M’Boy), ainda nos anos 1930. Nos anos 1950 chega Sakai do Embu, e na década seguinte, Assis, Solano e Raquel, e assim por diante, até que Embu conquistou fama mundial como ‘Terra das Artes’, atraindo milhares de turistas brasileiros e estrangeiros em todos os finais de semana e feriados.