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Motorista de caminhão que matou duas pessoas continua preso

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Redação

05/02/2013 00:00
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A morte de uma senhora de 65 anos e seu neto de três anos no Jardim Salete , em Taboão da Serra, chocou moradores da região. No dia 24 de janeiro, o caminhão que Francisco Edigar Ferreira Paiva, de 43 anos, descarregava, desceu desgovernado a rua e atropelou os dois. O caso gerou comoção e um desdobramento que ninguém esperava.

Veja o vídeo impressionante do acidente com o caminhão desgovernado
Veja o acidente de outro ângulo através de uma câmera de segurança
Acidente deixa avó e neto mortos no Jd. Salete
Veja mais fotos do acidente no Jd. Salete

Francisco não deveria estar naquele bairro com as 36 toneladas de açúcar a granel. A carga deveria ter sido levada para o Porto de Santos, porém, após a fatalidade foi descoberto que Francisco desviava a carga de açúcar e a vendia – muito abaixo do preço – para uma confeitaria que leva o mesmo nome do bairro: Comércio Salete Confeitaria. O motorista estacionou a bi-caçamba em uma rua que forma um declive acentuado, e começou a descarregar três sacos da mercadoria, cada um de 50 kg.

Foto: Eduardo Toledo

Motorista é acusado de roubar a carga do caminhão que dirigia

O caminhão desceu a rua desgovernado. Francisco, ao perceber que não conseguiria controlar o veículo, saltou para a rua. O caminhão só foi parar depois de ter atravessado a avenida Cid Nelson Jordano e ter alcançado o córrego Ponte Alta. Testemunhas compareceram até o 1º DP de Taboão da Serra, onde o caso foi registrado, e foram ouvidas pela polícia.

Mesmo Francisco não apresentando nenhum sinal de embriaguez, ele foi conduzido para o PS Antena e foi submetido a exames de dosagem alcoólica. O caminhão foi apreendido para perícia complementar, já que Francisco alegou falha mecânica.

Apesar de ter afirmado que houve falha mecânica, o motorista declarou que naquele mesmo dia havia passado em um posto de gasolina no Km 80 da Rodovia dos Bandeirantes e fez a regulagem dos freios do veículo e outras manutenções.

Por sua vez, o proprietário da confeitaria disse que já havia comprado a mercadoria de Francisco duas vezes, mas afirmou que não sabia que se tratava de uma carga desviada, porém não soube explicar por quê comprou a mercadoria sem nota fiscal e por um valor tão abaixo do preço: R$ 35 cada saco de açúcar de 50 Kg, quando o valor estimado para a quantidade do produto é de R$ 105.

Além do açúcar, há a suspeita de que a farinha encontrada no local também seja ilegal, já que encontraram um saco vazio para acondicionar 25 kg, muito semelhante aos utilizados em vendas ilegais. O dono da confeitaria foi preso sob fiança de R$ 700, acusado de receptação, enquanto Francisco foi preso por homicídio culposo e furto.

Chocados

Valdirene Rodrigues, moradora do Jd. Salete, disse que não estava presente na hora do acidente, mas ainda assim ficou muito abalada com o acontecido. “Eu conhecia a Dona Elza. No dia em que ela e o netinho foram atropelados, Dona Elza tinha acabado de chegar de viagem. Depois do acidente eu fiquei com medo de andar por aqui”.

A comerciante Aglaise Dias, dona de um bazar que fica bem em frente à calçada que foi palco da tragédia, disse que não estava no estabelecimento no dia do acidente. “Eu não estava aqui, quem estava era o meu marido, ele viu tudo. Era para ter sido uma tragédia muito maior porque essa rua é bem movimentada, ainda mais no horário em que o acidente aconteceu”. Ela completa seu depoimento dizendo que a câmera que registrou o acidente havia sido colocada há pouco tempo.

O filho de apenas 11 anos do morador Adevaldo Malaquias de Souza presenciou a cena e, por muito pouco, não foi uma das vítimas da tragédia. “Eu não cheguei a ver o acidente, quem viu foi o meu filho, de 11 anos. Ele estava ali na esquina, ia atravessar a rua para ir à padaria, mas graças a Deus ele não atravessou, senão ele teria sido atingido pelo caminhão também. O motorista do caminhão, quando se jogou para fora do veículo, caiu próximo ao meu filho. Esse acidente chocou muito a gente, eu conhecia a Dona Elza. Quando fiquei sabendo do que aconteceu, eu senti como se tivesse acontecido com um filho meu, fiquei muito triste”.
 

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