Monsenhor Thomaz, símbolo da igreja católica em Taboão da Serra, morre aos 90 anos

Morreu na tarde desta quinta-feira, dia 24, o Monsenhor Thomaz Raffainer, 90 anos, de complicações respiratórias. Ele estava internado no hospital Leforte, em São Paulo. Ex-pároco da Igreja Santa Terezinha em Taboão da Serra, era um dos religiosos mais respeitados em toda a região. A informação foi dada pelo site Verbo-Online e confirmada por esse Portal.
Padre Thomaz, como era conhecido mais conhecido, morava atualmente em Embu das Artes e completaria no próximo sábado, dia 26, 91 anos. O local do velório e de seu sepultamento será no no Cemitério Gethsêmani no Morumbi.
Gaúcho, Luiz Ângelo Raffainer acabou utilizando o nome de Padre Thomaz na sua vida eclesiástica. “Na época em que me tornei padre, era um costume mudar de nome”, disse ao Portal O Taboanense no início da década de 2000. Nascido no dia 26 de outubro de 1928, em Bento Gonçalves, Padre Thomaz entrou para o seminário com 10 anos de idade.
Em 1942, chegou em São Paulo, mais precisamente em Osasco, onde terminou o ginásio. Mudou-se depois de três anos para Curitiba, onde começou a cursar Filosofia e Teologia. Outra mudança, e em 1949 foi para São Carlos terminar o curso de Teologia. Voltou para São Paulo e foi ordenado sacerdote em 28 de fevereiro de 1952.

Padre Thomaz exerceu seu primeiro ministério em Osasco, na igreja Nosso Senhor do Bonfim. As viagens marcaram sua vida, e novamente voltou para São Carlos para ser Capelão da Santa Casa de Misericórdia e professor do seminário até o início de 1957, quando regressou a sua cidade natal como missionário. Nesta época, já fazia parte do Conselho Superior da Congregação dos Padres Passionistas, e foi escolhido para representar mais de 100 padres no Conselho Geral da Congregação em Roma, na Itália.
Entre inúmeras indas e vindas, Padre Thomaz chegou a Taboão da Serra no dia quatro de junho de 1965, onde permaneceu até outubro de 1989. Foi na cidade que ele realizou sua vida sacerdotal e talvez por isso tinha tanto carinho por essa terra.
Quando chegou na cidade, Taboão da Serra tinha pouco mais de 15 mil moradores e a economia baseada na agricultura e nas olarias. A cidade só possuía uma pequena igreja, a Santa Terezinha. E foi ao redor dessa pequena igreja que Taboão nasceu e cresceu.
Aos poucos Padre Thomaz foi conhecendo os bairros da cidade, a vida, os problemas, as necessidades e angústias do povo de Taboão. Sempre esteve metido nas lutas e reivindicações da população mais pobre e simples.
O período mais difícil foi a época da ditadura. Várias pessoas da comunidade foram presas e torturadas. As reuniões bíblicas eram taxadas de comunistas e subversivas. Padre Thomaz foi muitas vezes intimado a comparecer na Delegacia e submetido a um questionário do Dops. O jornal o Estado de São Paulo chegou a fazer uma denuncia dizendo que “Padre Thomaz só não é mais subversivo por falta de espaço”. Foi um tempo difícil e de muita tensão. Enfim, nunca houve subversão, comunismo, ou qualquer outra coisa que valha.
Padre Thomaz levou uma vida simples, levou a vida do povo. Trabalhando sempre em prol da comunidade, ajudou a construir a casa dos velhinhos no Jd. Helena, entidade que cuidava, na época, de 16 pessoas idosas. Foi um leão e defendeu com unhas e dentes a construção de várias igrejas, entre elas a nova Santa Terezinha, no centro, A Igreja São José, no Pazzini, a Igreja São João Batista, no Ouro Preto, a Igreja N. S. de Lourdes no Jd. Pedro Gonçalves, N.S. Aparecida no Jd Helena, entre outras.
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