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Moção de apoio a Sérgio Moro esquenta o clima na Câmara de Embu

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Redação

24/03/2016 00:00
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Mais uma vez a discussão em torno de temas da política nacional dominou boa parte da sessão de Embu das Artes. Nesta quarta-feira, dia 23, uma “moção de aplauso” a favor do juiz Sérgio Moro provocou uma ampla discussão entre os vereadores. Edvânio Mendes chegou a discutir com um morador que estava na plateia e disse que ele: “precisava lavar a boca” antes de criticar o parlamentar.

Apesar das polêmicas, a sessão começou com a cobrança do vereador Julio Campanha em relação ao transporte público municipal. Os vereadores Clidão do Táxi e Gilvan da Saúde aproveitaram também para comunicar que mudaram de partido e vão disputar as eleições pelo PRB e PR, respectivamente.

O vereador Edvânio Mendes discutiu com um morador durante a sessão da Câmara | Arquivo / Eduardo Toledo

O presidente da Casa, Ney Santos, comunicou que o suplente Antônio Elizeu assume o mandato por 30 dias, já que a vereadora Dra. Bete pediu licença para cuidar da sua filha, que passa por um tratamento de saúde. Ainda no pequeno expediente, diversos vereadores parabenizaram Ney Santos pelo evento que marcou o lançamento de sua pré-candidatura.

O debate que virou uma grande discussão ente os parlamentares começou quando Ney Santos apresentou uma moção de aplausos ao trabalho do juiz Sérgio Moro, que conduz os trabalhos da operação Lava Jato.
Ney Santos fez diversos elogios as investigações e disse que “Moro está passando o Brasil a limpo”. O presidente da Câmara ainda disse que iria mandar emoldurar o requerimento e mandar entregar no Paraná, onde Moro atua. “É um trabalho maravilhoso que ele vem fazendo no país, essa homenagem é mais do que merecida”.

Clidão do Táxi também elogiou o trabalho de Moro: “Que Deus livre esse juiz da maldade que muitos desejam pra ele. Mas eu quero parabenizar ele pelo desmanche dessas quadrilhas que estavam montadas pelo nosso país. Acharam fácil onde estava o cofre desse país”, afirmou o vereador que até a última sessão fazia parte do PCdoB, partido que dá sustentação do Governo de Dilma Roussef.

Já o vereador Luis do Depósito disse que Moro errou na questão da divulgação dos grampos. “Mas isso não denigre em nada o trabalho que ele vem fazendo no comando da Lava Jato”. Julio Campanha também elogiou e chamou de “lamaçal” o que foi feito pelo governo da presidente Dilma.

João Leite (PT) disse que votaria contra a moção. “Um juiz não pode gerar conflito na população e nas classes [sociais] e esse juiz esta gerando o conflito no país, ele não pode colocar o ódio no presidente Lula e é isso que está acontecendo” Leite ainda questionou o vazamento seletivo de informações.

A confusão acalorada começou quando o vereador do PT, Doda Pinheiro, usou a tribuna. “Aplausos pra que? Se ele não está fazendo nada mais do que a obrigação dele. Aplausos para o Sérgio Globo? Para o Sérgio Mídia? Para o Sérgio Seletivo? Eu aplaudiria esse juiz se ele investigasse todos”.

Doda continuou e atacou o presidente da Câmara: “Nós não podemos brincar com o judiciário. Há alguns dias atrás o Ney Santos estava metendo o pau no Juiz aqui, falando um monte do juiz Gustavo Sauaia. Dizendo que o juiz era intransigente, que era isso, que era aquilo. Agora vem apresentar uma moção dessa pro juiz Sérgio Moro. Não dá pra vir fazer uma média em cima do nosso trabalho, por isso voto não”.

Ney reagiu aos ataques. “O que eu critiquei não tem nada haver com o que estamos votando. A moção é a favor do trabalho do Sérgio Moro que está acabando com essa corrupção maldita. E o PT é o principal personagem, todos nos estamos vendo isso na televisão todos os dias”.

Em seguida, Edvânio Mendes fez uso da palavra e foi vaiado por alguns moradores que estavam na plateia. “Nenhum juiz é Deus. Nenhum juiz pode usar a sua toga para tomar defesa de partido A ou B, de forma alguma”. Edvânio parou seu discurso para acusar um morador que, segundo ele, o estava desrespeitando.

“O Sr. está me desrespeitando. E para o Sr. falar de mim tem que lavar a sua boca. Da minha vida eu não devo nada pra ninguém. Eu tenho tranquilidade. Qualquer cidadão do Partido dos Trabalhadores que fez errado, que pague. Agora falar da minha pessoa? Tem que ter respeito. Tem que lavar a boca pra falar de mim”, disse Edvânio apontando para o morador que gritou contra o PT.

O clima ficou mais tranquilo e após as discussões a moção foi aprovada por 10 votos favoráveis. O vereador Edvânio Mendes deixou a sessão e não votou, Pedro Valdir faltou aos trabalhos. Somente os vereadores Doda Pinheiros, João Leite e Gilvan da Saúde foram contrários a moção.

 

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