Mesmo com temperaturas mais baixas e tempo seco, a dengue ainda preocupa
A dengue é uma doença viral aguda, contraída por meio da picada do mosquito Aedes Aegypti. Ela causa desde sintomas leves até quadros mais graves, que podem levar à morte. Segundo dados da Secretaria de Saúde de São Paulo, 15,9 mil casos foram confirmados na capital paulista em 2014, sendo a Lapa o segundo bairro mais afetado, com 694 casos.
Mesmo com o início do inverno, caracterizado pelas temperaturas mais baixas e o tempo seco, o número de casos de dengue na cidade ainda é alto e preocupa. Por isso, Brunno César Cocentino, médico infectologista do Hospital Metropolitano, ressalta a importância do tratamento rápido, iniciado logo após a identificação dos primeiros sinais da doença: “Algumas pessoas confundem a dengue com um resfriado comum e demoram a procurar ajuda médica, o que agrava o quadro da doença. A principal diferença entre os dois é que a dengue não causa dor de garganta, congestão nasal e tosse.”
Em geral, os primeiros sintomas de dengue são: febre, geralmente alta (39°C ou 40°C), com início abrupto e associada à dor de cabeça; indisposição; dor muscular e das articulações; dor retro-orbitária (atrás do olho) e manchas avermelhadas na pele. Também podem ocorrer perda de apetite, náuseas, vômitos e diarreia. “Se o paciente perceber a ocorrência de dois ou mais desses sintomas associados, deve procurar um serviço de saúde o mais rápido possível, para que seja feito o diagnóstico preciso e o início do tratamento correto”, completa Brunno César.
Caso a doença esteja em um estágio mais avançado, a pessoa infectada pode ter vômitos frequentes, dor abdominal intensa e contínua, desconforto respiratório, sonolência ou irritabilidade excessiva, perda de consciência, hipotermia, sangramento de mucosas e diminuição do suor.
O passo mais importante para prevenir a dengue é evitar a reprodução do Aedes Aegypti, que ocorre em qualquer recipiente com acúmulo de água. Portanto, devemos sempre remover o lixo, além de manter sempre limpos e tampados recipientes como: caixas d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas. Para evitar a picada do mosquito, aconselha-se o uso de espirais ou vaporizadores elétricos, mosquiteiros, repelentes e telas.
Até o momento, a única forma de imunização é a ativa natural, ou seja, a pessoa adquire dengue e, ao se curar, torna-se imune ao sorotipo de vírus que causou a doença. A imunização artificial ativa (vacina) está em fase de testes e, até que seja de fato implantada, a prevenção ou a redução da transmissão do vírus da dengue depende inteiramente do controle da proliferação do mosquito transmissor. Dessa forma, esse controle exige a participação e a mobilização de toda a comunidade, a partir da adoção de medidas tão simples quanto eficientes.