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Manifestantes não aceitam reorganização do ensino e protestos continuam

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Redação

09/10/2015 00:00
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Rose Santana e Ricardo Lima

Um grupo de 800 pessoas, formado por estudantes, pais e professores de Taboão da Serra realizou na manhã desta sexta-feira, dia 9, a segunda manifestação contra a reorganização do ensino, proposta pelo governo do estado de São Paulo. A Secretaria Estadual da Educação prevê que pelo menos mil escolas, do total de 5.108 unidades espalhadas pelo estado sejam afetadas.

Veja mais fotos da manifestação dos estudantes em Taboão da Serra

O objetivo da reorganização é separar as escolas para que cada unidade passe a oferecer aulas de apenas um dos ciclos da educação (Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II ou Ensino Médio) a partir do ano que vem.  A medida também prevê o fechamento de algumas escolas, em Taboão da Serra, entre elas está a EE Alípio de Oliveira e Silva, localizada no Jd. Santa Rosa. Muitos pais, alunos e professores são contra.

Nova manifestação está marcada para o dia 13, em frente a Secretaria da Educação do Estado, em São Paulo | Ricardo Lima

“Meus filhos estudaram e se formaram no Alípio, eu não quero que a escola feche, quero o melhor para toda a comunidade. É uma ótima escola, não tem porque fechar e também não aceitamos a reorganização”, comentou Adriana.

Para a estudante Bruna, do 2º ano do Ensino Médio da EE Maria Catharina Comino, “ninguém está pensando nos estudantes, se pelo menos nós pudéssemos escolher a escola que vamos estudar, mas nós estamos sendo jogados de uma escola para outra, sem direito a falar, sem direito a reclamar, porque para os políticos, somos um bando de adolescentes que devemos seguir ordens e ser manipulados. Isso é ridículo”.

O professor de Filosofia da EE Maria Catharina Comino e membro da diretoria da Apeoesp / Sub sede Taboão, William Felipe (56), classifica essa medida de autoritária”  e sem “justificativa pedagógica descente” para acontecer. Ele acredita que a reorganização irá super lotar as salas de aulas e provocar demissões. “Uma medida que não irá beneficiar”.

“A proposta do governo altera a rotina das pessoas de forma brusca. Apresentamos nossos argumentos, porque não queremos que essa reorganização seja feita. Não queremos que o Alípio seja fechado, não queremos que o Catharina mude de lugar, que saia o Ensino Médio. Os argumentos pedagógicos que estão sendo colocados é só para mascarar a questão de fundo que é reduzir verba, fechar escolas, reduzir salas, o que vai ocasionar na demissão de muitos professores. O que indigna muito as pessoas, é a falta de democracia”, declarou.

No dia 13, na próxima terça-feira, haverá uma manifestação em frente à Secretaria da Educação do Estado e no dia 29 de outubro ocorrerá uma manifestação unificada na avenida Paulista. “Queremos ser ouvidos e ser respeitados pelo governo, ou seja, que essa reorganização das escolas seja suspensa e que possamos abrir um processo de discussão democrático nas escolas para ver o que a escola precisa”, disse Felipe.

Outro lado

A dirigente de Ensino, Maria Mercês, declarou que a educação vive um momento “diferenciado“ em 2015, que é a reorganização da rede pública estadual, “o importante é que os alunos sejam atendidos em prédios certos, ou seja, ciclo I em um prédio, ciclo II em outro prédio e o Ensino Médio em outro”.

De acordo com Mercês, essa medida irá “facilitar para o professor na sua atribuição de aulas e facilitar a aprendizagem do aluno”. A Diretoria de Ensino fez um estudo por bolsões, para verificar as possibilidades de mudança.

“Vimos quais seriam as possiblidades. As propostas foram muito simples, ela vai se dar a longo e médio prazo. E já vai dar para implementar em 2016. As propostas foram encaminhadas à Secretária da Educação [do Estado] para um novo estudo e no dia 14  de novembro, dia E da educação. É o dia que todos ficaremos sabendo quais as escolas com as possibilidades  de serem reorganizadas”. 

A dirigente também informou que já apresentou o estudo de reorganização para as Comissões Permanentes das Câmaras Municipais de Taboão da Serra e Embu das Artes. “E já conversamos com o prefeito de Taboão [Fernando Fernandes] e ainda estamos recebendo as comunidades para verificar a possibilidade de propostas melhores”, informou.

A Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e equipes da Semutrans acompanharam os manifestantes.

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