Fernandes vai cobrar plano emergencial se a greve dos garis continuar
Com colaboração de Ricardo Lima
Trabalhadores da coleta de lixo e varrição de Taboão da Serra estão em greve desde as 6h da manhã da segunda-feira, dia 23. De acordo com o sindicato, a categoria exige reajuste de 12,73% sobre os salários e benefícios. A Cavo Serviços e Saneamento S/A, ofereceu 6,5%. A paralisação é por tempo indeterminado e conta com a adesão total dos trabalhadores.
O presidente do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio em Conservação e Limpeza Urbana) de Taboão, Cotia e região, que representa os trabalhadores da coleta e varrição, Donizete França, disse que é impossível aceitar a proposta de 6,5% apresentada pelo sindicato patronal. “Eles estão oferecendo um índice abaixo da inflação anual que foi de 7,9%”, comentou França.
Em nota ao Portal O Taboanense, a Cavo Serviços e Saneamento S/A, informou que a última proposta do sindicato patronal – Selur (Sindicato das Empresas Urbanas no Estado de São Paulo), “elevou o reajuste para 7,68% sobre os salários e benefícios, equivalente à inflação”.
Ainda de acordo com a Cavo, “o Selur obteve, junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), liminar para garantir a operação com efetivo mínimo de 70% dos trabalhadores de coleta e varrição e 100% dos que trabalham com resíduos hospitalares e em aterros sanitários”.
A Cavo relata que “os trabalhadores não estão 100% favoráveis à greve, mas estão sendo impedidos de trabalhar, já que a garagem da Cavo na cidade foi bloqueada por veículos do Siemaco, inviabilizando a entrada e saída das pessoas e dos caminhões da coleta”. A empresa comunica que já registrou boletim de ocorrência e está acionando do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) “já que a atitude desrespeita a decisão judicial em vigor, da qual o sindicato foi devidamente notificado”.
A companhia também declarou que, apesar da “inadimplência” do município, vem mantendo os serviços. “Cabe destacar que, desde o início de 2012, a Cavo vem mantendo o nível de atendimento, mesmo diante da inadimplência do município em relação aos pagamentos da prestação dos seus serviços. O município tem o equivalente a 14 meses de faturamento não pagos e a empresa tem feito o possível para que a população não seja prejudicada”.
O secretário Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos de Taboão da Serra, Rogério Balzano, informou que a prefeitura está em dia com os pagamentos. “Todos os pagamentos devidos à contratada, na atual gestão (2013/2016), se encontram rigorosamente em dia”, declarou.
Balzano ainda informou, que no contrato vigente, que foi celebrado em 2013, a Cavo é responsável pela execução dos serviços de coleta e limpeza na cidade, e que será responsabilizada pela falta do mesmo. “Os serviços de coleta de resíduos sólidos no município de Taboão da Serra são feitos por meio de contrato com a empresa CAVO. Em caso de inexecução parcial ou total dos serviços, a contratada será responsabilizada e penalizada na forma da legislação vigente e contrato formalizado. No preço dos serviços contratados estão inclusos todos os custos, inclusive encargos sociais e trabalhistas, portanto, não compete à Prefeitura interferir na relação entre empresa e empregados”, afirmou o secretário.
O prefeito Fernando Fernandes afirmou que não é possível fazer nada a respeito dos grevistas, a não ser esperar a decisão da justiça. “A greve é contra a Cavo, eu não tenho o que fazer a não ser esperar a decisão da justiça. Se a greve se estender nós vamos cobrar da empresa um plano de emergência ”, disse.