Entrevistão: Evilásio Farias diz que acredita na justiça e continua candidato
Na segunda edição da série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Taboão da Serra, a Gazeta conversou com o ex-prefeito do município, Evilásio Farias (PSB). O político administrou a cidade em dois mandatos de 2005 a 2012.
GSP – Na sua opinião quais são os principais problemas a serem enfrentados pelo próximo prefeito da cidade?
Hoje a cidade tem muitos problemas, mas o que eu e a população consideramos o mais urgente é o da saúde. Precisamos retomar a humanização no atendimento, o agendamento de exames e consultas pela internet, ampliar o número de médicos plantonistas e ampliar investimentos. O Centro de Reabilitação e Fisioterapia, que no meu governo atendia mais de 1.000 pessoas por dia, também precisa voltar urgente. Acredito que com essas medidas emergenciais, a volta do SAMU e da Farmácia Popular, nós conseguiremos desafogar as filas de espera e a população terá acesso novamente a um atendimento de qualidade. Sem contar os problemas de falta de segurança e emprego que prejudica muito a vida dos taboanenses.
GSP – Quais são os principais pontos do seu plano de governo?
Saúde, educação, emprego, segurança… Temos propostas para melhorar essas áreas e que estão no nosso Plano de Governo, registrado na Justiça Eleitoral. Primeiro teremos que retomar os programas que o atual governo acabou e, na sequência, repensar a cidade como um todo. O planejamento e o crescimento sustentável são nossos principais objetivos. A cidade precisa voltar a ter a capacidade de receber investimentos e, com isso, avançarmos nas áreas sociais, que é o principal fator de desenvolvimento de nossa economia local e na geração de oportunidades para todos.
GSP – Uma das principais demandas das cidades da região metropolitana de São Paulo, é por vagas em creche. Como diminuir a fila de espera por uma vaga?
Nos meus 8 anos de mandato abrimos mais de 20 novas escolas, entre eles os PACs, em parcerias com entidades sociais. Nossa meta é retomar esses convênios e aumentar as vagas em creches. O atual governo já fechou 8 creches, sendo que precisamos ampliar as salas de aula e investir na valorização dos profissionais de educação. Além disso,temos que retomar o projeto do Professor Visitador, que foi premiado pela ONU e comprovadamente essencial para o desenvolvimento e o desempenho dos alunos em sala de aula.
GPS – Outro desafio é investir na atenção básica da saúde, para não superlotar os prontos-socorros. O agendamento de consulta na UBS é demorado demais, muitas vezes pela falta de médicos ou pelo fato do profissional não ir trabalhar. O que fazer para agilizar o atendimento nas UBS´s?
Na atual gestão de saúde de Taboão da Serra, pelo o que acompanhei na imprensa regional, até um falso médico atuava no PSM Antena e foi denunciado. Também li reportagens que relataram mortes, supostamente ocorridas por negligência no atendimento, além da reutilização de seringas nos pacientes. Isso é muito grave e inadmissível em nossa cidade. Para melhorar o atendimento na atenção básica é necessário a volta das equipes de Programa de Saúde da Família (PSF).Precisa voltar do sistema SISREG de marcação de consultas e exames pela internet. Precisa voltar, também, a Farmácia Popular, o SAMU… Enfim, afundaram a saúde e só construíram prédio. A população reclama a falta de médicos e atendimento vergonhoso.
GPS – O atual prefeito prometeu realizar uma nova licitação do transporte municipal que incluiria melhorias como integração, novas linhas e renovação da frota. No seu plano de governo, essa mudança está inclusa?
Para ganhar a eleição prometeram de tudo. Bilhete Único, Metrô… E os dias melhores ainda não chegaram. No meu governo, colocamos à disposição mais de 30 novos ônibus, inclusive adaptados para atender portadores de necessidades especiais. Aumentamos a frota e não tinha filas nos pontos de ônibus. A tarifa teve preço justo e a população chegava mais rápido em casa. O nosso compromisso é avançar de verdade com o Bilhete Único e propormos uma integração dos demais transportes com responsabilidade e coerência. Tiveram 4 anos para licitar (o Bilhete Único) e agora vão prometer novamente.
GPS – O trânsito de Taboão da Serra está cada vez mais caótico, tanto pelo aumento no número de moradores nos últimos anos, tanto quanto pela localização da cidade que é cortada pela rodovia Régis Bittencourt. Muito se debate sobre a municipalização da rodovia, essa decisão seria uma das soluções para ter mais fluidez no tráfego?
Fizemos esse debate durante o meu governo (sobre a municipalização da Regis) e contribui da melhor forma possível. Fomos diversas vezes à Brasília e no Ministério dos Transportes. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o atual governo mudou o Plano Diretor e a área onde funcionava as empresas Niasi e Sorana Sul, já foi aprovada a construção de dezenas de prédios. Esse crescimento, em plena região central, não é saudável para a cidade. Um local que deveria ser destinado para empresas, vai se tornar residência e o caos se instalará. Essa lei precisa ser revogada. Caso contrário, teremos um impacto preocupante no transito local para um futuro muito próximo.
GSP – Ainda falando em mobilidade, o atual prefeito acabou com as ciclovias do município, alegando não ter o número de ciclistas que justificasse a mesma. Na sua opinião as ciclovias deveriam voltar a serem implantadas?
Fui o único prefeito na história dessa cidade que construiu ciclovias e ampliou o acesso da população, sobretudo aos portadores de necessidades especiais. Fizemos um estudo e um mapeamento da cidade e detectamos que o meio de locomoção das pessoas, tanto para o trabalho como para o lazer, era a bicicleta. Se for um percurso menor, muitos têm o hábito de andar a pé. A ciclovia atende muitas pessoas e nossa ideia foi facilitar a vida da população. Uma pena o atual governo ter acabado com as ciclovias. Precisamos repensar a cidade e certamente este projeto está em nossas intenções.
GSP – Um dos problemas que mais aflige a população são as enchentes, que voltaram a acontecer com mais frequência este ano, parte por conta das obras de canalização do córrego Poá no Centro. O senhor acredita que com a conclusão dessa obra, o problema estará resolvido?
Novamente vou lhe dizer. Eu fui o único prefeito na história que canalizou os 5 córregos que cortam a cidade. Os investimentos ultrapassaram mais de R$ 200 milhões. Você já viu algum prefeito trazer esse montante de investimento para a cidade? Para investir apenas em uma área? [Ao sair do governo em 2012] Deixei licitada e iniciada a obra do [córrego] Poá, porém o atual governo, não sabemos o porquê, atrasou a conclusão. As enchentes voltaram por falta de gestão da prefeitura. Muitas famílias sofreram. E a obra do Poá é extremamente importante para acabarmos com as enchentes, como foi no meu governo. Hoje, sequer limpam galerias, piscinões, bocas de lobo… E o resultado, é as inundações que tivemos no ano passado. Isso vai acabar.
GSP – Nos últimos meses vimos crescer o número de ocupações irregulares na cidade. No seu plano de governo, quais as principais ações para construir novas moradias populares?
Foram pouco mais de 300 o número de moradias novas que entregamos ao longo do meu governo. Nossa Secretaria de Habitação foi a mais premiada de São Paulo pela política habitacional que implantamos. Os movimentos sociais tinham as portas do meu gabinete sempre abertas, tanto que realizamos o maior programa de Regularização Fundiária de toda a história da cidade. Infelizmente esse progresso parou. O governo atual preferiu mudar a lei de zoneamento da cidade para autorizar a construção de mais prédios particulares. As moradias populares no Jardim Record, Jd. Comunitário e Jd. Salete foram conquistas dos movimentos e que tiveram irrestrito apoio do meu governo. Esse sempre foi o nosso compromisso e continuará sendo.
GSP – O número de roubos cresceu até 42% no primeiro semestre deste ano em Taboão da Serra, se comparado com o mesmo período do ano passado. A atual administração investiu em bases móveis da Guarda Civil Municipal. Mas, não expandiu a central de monitoramento, que poderia ser uma arma de prevenção contra o crime. O que pretende fazer na área de segurança pública?
Segurança pública é um dever do Estado, mas o bom prefeito constrói seus projetos independentes para proteger a sua população. E foi o que fiz nos meus 2 mandatos. Criamos uma central de monitoramento 24 horas, interligada com as Polícias Civil e Militar. Equipamos a GCM, contratamos dezenas de novos policiais e entregamos mais de 20 novas viaturas adaptadas. No lado social, que também ajuda a combater a violência, criamos o JOPEC, Programa de esportes Segundo Tempo, oferecemos cursos profissionalizantes… Enfim, tudo isso precisa voltar urgente e apenas o nosso governo tem possibilidade de fazer muito mais e melhor.
GSP – Os eleitores ainda têm dúvidas sobre a legitimidade da sua candidatura, por conta de processo que ainda corre na Justiça. O que o senhor diz sobre isso?
Eu sou candidato! E vamos ganhar as eleições. Quem quer impugnar a nossa candidatura é porque está preocupado com o fim da mamata. O fim dos marajás. Eu confio plenamente na Justiça e nossa campanha tem os melhores profissionais para cuidar disso. Enquanto meus adversários estão preocupados comigo eu estou trabalhando pela população, que não aguenta mais os dias piores que estão aí. O povo nos recebe com muito calor e entusiasmo nas ruas e é isso que nos deixa muito feliz e com vontade de mudança.
GSP – Qual a sua mensagem para o povo taboanense?
Que não venda seu voto. Que escolha Dr. Evilasio prefeito por tudo que foi feito nesta cidade. Eu escuto nas ruas a população reclamar que acabou tudo. Os principais e mais inclusivos projetos foram iniciados no meu governo e todos interrompidos. Fecharam creches, acabaram com o SAMU, Farmácia Popular, Pronto Socorro Akira Tada. Por isso, que o povo de Taboão da Serra vai rejeitar esse governo nas urnas. Aos amigos taboanenses o meu abraço fraterno, o compromisso pela mudança e vamos juntos até a vitória.