Em Taboão da Serra Dilma diz que foi vítima de golpe e que voltará
Uma multidão se reuniu na tarde desta sexta-feira, dia 8, no Condomínio João Cândido, no Jd. Salete em Taboão da Serra, para recepcionar a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), que veio à cidade conhecer o conjunto habitacional e fazer um ato em defesa do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades.
Em seu discurso, Dilma elogiou os movimentos sociais MTST e MST pela organização e parabenizou a construção do Conjunto Habitacional João Cândido. “Quero reconhecer a qualidade das construções que vi aqui. Superam todas as demais que já vi no Brasil, e o que é mais importante, com o mesmo custo, com o mesmo dinheiro. Isso porque vocês estão na direção desse processo […] Aqui tem um programa muito bem sucedido”, comemorou.
Dilma criticou as ações do governo interino de Temer, principalmente no que diz respeito aos cortes no Programa Minha Casa, Minha Vida Faixa 1. Ela lembrou que antes de ser “tirada do governo, por um golpe”, ela teve a preocupação de deixar encaminhada a Fase 3 do programa.
“Eles [governo Temer] querem acabar com o MCMV Faixa 1, eles tem medo desse programa porque ele [o programa] reconhece a cidadania de todo brasileiro, ele reconhece o direito que todo brasileiro tem de ter uma moradia descente”, frisou.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, declarou “esse é um dia muito importante para nós, porque temos a oportunidade de mostrarmos a força do movimento”. Boulos também ressaltou a qualidade da construção do conjunto habitacional de Taboão “é a melhor do país”.
Paulo Félix, líder do Movimento dos Sem Terra (MST) em Taboão da Serra, também aproveitou a oportunidade para falar do projeto João Cândido. “Nesse lugar a luta, a esperança e a fé encontraram seu destino para centenas de famílias. Aqui não são apenas paredes, são lares”, destacou.
Sobre o “golpe”
Dilma falou que foi retirada do governo por um golpe, “usurpação, que tem sido esse processo contra mim, que sou inocente, que não tenho contas na Suíça, que nunca roubei […] eles querem, através de um golpe me tirar do governo, apesar de eu ter tido 54,5 milhões de votos […] o objetivo desse golpe está no fato de que eles jamais chegariam ao governo […]eu vou voltar sim companheiros”, afirmou.
A presidente afastada declarou atualmente há um “processo de desmonte das políticas sócias”, Dilma citou a declaração do “ministro da Saúde, interino, ilegítimo e provisório disse, que o Sistema único de Saúde (SUS) não cabe no orçamento. E que por isso iam ter dois tipos de plano de saúde: um para os ricos que cobre qualquer tipo de doença. Outro para os pobres que cobre só uma pequena parte das doenças. Isso é um absurdo”, disparou.
Dilma também falou sobre a notícia que circulou na tarde desta sexta-feira, sobre a proposta do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de aumentar a jornada de trabalho, passando de 44 horas semanais para 80 horas.
“Será verdade essa informação que está na internet, foi feita uma proposta de elevar a jornada de trabalho para 80 horas? Doze horas contínuas de trabalho? Esse absurdo a gente só escuta quando o governo provisório não tem compromisso com o povo”, disparou Dilma.
Protestos
Boulos informou que durante o mês de julhos os protestos contra o “golpe” serão retomados. “Tá havendo resistência. E a resistência vai se intensificar, nós vamos às ruas para que não haja nenhum ataque aos nossos direitos, para enfrentar o golpe […] no mês de julho vai ter mobilização nos quatro cantos deste país pelo Fora Temer, pelos direitos do povo de decidir os rumos do país e contra qualquer retrocesso”, disse.