Comerciantes apontam queda nas vendas após Zona Azul
Nely Rossany, da Gazeta SP
O serviço de estacionamento rotativo de Taboão da Serra, mais conhecido como Zona Azul completa um mês de funcionamento nesta quarta-feira. Apesar de placas e da orientação dos monitores, muitos motoristas utilizam irregularmente as vagas espalhadas pelo Centro, Parque Pinheiros, Pirajuçara e Parque Assunção. Em 30 dias, o que ficou notório foi a queda no número de veículos estacionados nas ruas e comerciantes reclamando da falta de movimento.
A Gazeta SP esteve em uma das principais vias do Centro, a avenida Dr. José Maciel e encontrou muitas vagas disponíveis. Já na rua Ernesto Capelari, as vagas estavam ocupadas, mas dos 17 veículos, só 7 estavam com o tíquete da Zona Azul. De acordo com o Consórcio do Estacionamento Rotativo Taboão, os usuários estão sendo notificados e a maioria regulariza sua situação pagando a Tarifa de Pós Utilização, no valor de R$ 20,00 ao invés da multa de R$ 53,21.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Moradores se dividem entre a Zona Azul. Comerciantes dizem que clientes reclamam
Ainda segundo o Consórcio, a aceitação de comerciantes e motoristas ao serviço foi boa. “O balanço deste primeiro mês de funcionamento é positivo, os usuários e comerciantes estão com boa aceitação e os monitores continuam nas ruas auxiliando o uso dos parquímetros”, informou o Consórcio através de sua Assessoria de Imprensa. “Eu já conhecia esse serviço de outras cidades e pago sem problema algum. Pra mim foi até bom, porque agora sim tem vagas na rua”, disse Sergio Guimarães que utilizou uma das vagas da rua Ernesto Capelari para ir ao dentista.
Para fugir da cobrança, muitos motoristas estão dando o famoso jeitinho. A reportagem da Gazeta SP flagrou até pessoas trocando tíquetes. “Usei só 15 minutos, ainda tem mais 15, o outro [motorista] pediu e eu dei, já paguei mesmo”, alegou o motorista que não quis se identificar. Outra tática adotada é ficar ou deixar um acompanhante dentro do carro. “Independente de ter alguém ou não, se o carro está na vaga, o serviço tem que ser pago. A tolerância máxima sem o tíquete é de 5 minutos, passou desse tempo, a pessoa será notificada”, explicou uma monitora do Consórcio.
Comerciantes registram queda nas vendas
Mas não é todo mundo que aprova o serviço, muitos comerciantes alegam que o movimento caiu muito neste mês. “Vários clientes reclamam e ás vezes pedem para a gente ficar olhando o carro enquanto fazem compras”, contou a vendedora, Andrea dos Santos Pereira. A loja em que ela trabalha, na avenida Armando Andrade criou até promoção para reconquistar os clientes. “Estamos pagando a Zona Azul para quem compra acima de R$ 50,00”, disse.
Polêmica continua
Uma das polêmicas da Zona Azul é o contrato que estipula que o Consórcio fica com 94% do valor arrecadado e a Prefeitura apenas com 6%. Consórcio e Prefeitura alegam que o contrato foi feito de acordo com a Lei e que é uma prática legal, mas a discussão continua. A Câmara Municipal chegou a revogar a Lei que autorizava a instalação da Zona Azul na cidade, mas a prefeitura conseguiu liminar na Justiça autorizando a cobrança.
Os vereadores ainda não foram chamados pelo Tribunal da Justiça para contestar a decisão. De acordo com a Procuradoria da Câmara, o TJ ainda não enviou a solicitação à Câmara, mas assim que receberem, os vereadores terão 30 dias para apresentar documentação para conseguirem revogar a Lei de implantação da Zona Azul e cancelar a cobrança.
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