Clima tenso na base aliada trava votação de projeto do Executivo
Ânimos quentes na base aliada impedem votação de dois projetos enviados pelo Executivo nesta terça-feira, dia 27, na Câmara Municipal de Taboão da Serra. Na pauta estava um veto do Executivo ao projeto da vereadora de oposição Luzia Aprígio (PSB), que autoriza realização de feira noturna em Taboão. E em regime de urgência, o governo enviou um projeto, baseado em uma lei federal, que permite estados e municípios a sacar até 70% dos recursos depositados em juízo em processos contra entes públicos. Se aprovado, Taboão poderá sacar imediatamente cerca R$ 4 milhões, para reforçar o caixa da cidade.
O líder do governo Eduardo Nóbrega (PR) tentou um acordo, para que se votasse o projeto do executivo e derrubasse o veto. Após muitas conversas, reuniões de lideranças e 7 horas de sessão, os parlamentares não chegaram a um consenso.
O vereador Luiz Lune (PCdoB) solicitou vistas do veto por cinco dias. Aprovado por sete votos. Os vereadores Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme (PP), Eduardo Lopes (PSDB), André Egydio (PSDB) e Marco Porta (PRB) votaram contra as vistas. E a urgência nem entrou em votação.
A aprovação das vistas foi mais um sinal de que a relação da base governista começa a se desgastar, embora nenhum dos parlamentares da situação confirme o possível “racha”. “Não existe essa situação [racha]. Não há nenhuma dificuldade de interlocução da liderança do governo com os demais vereadores da base […] Os vereadores da base são livres para expressarem as opiniões e os votos da maneira que a consciência assim determinar”, declarou Nóbrega.
O presidente da Casa, José Aparecido Alves (DEM), seguiu a mesma linha do líder do governo, não existe “racha”. “Só existe uma base, o que acontece é que cada vereador responde por si, por seus atos, sua independência. Cada um aqui é líder nessa Casa. O tempo vai passando e existem posicionamentos”, comentou Cido.
O pronunciamento da vereadora Joice Silva (PTB), foi mais um indício de que o clima está fervendo na base. Ela disse que “independente de estar chateada” com alguma coisa, ela é governo e não tolera “fuxicos” e “mentiras” e ressaltou que cada vereador tem sua importância dentro do parlamento.
“Cada vereador tem a responsabilidade do seu mandato, cada um responde pela sua liderança. Quero deixar bem claro que eu não sou manipulado por ninguém. Estamos aqui para somar para o governo e não para dividir. Eu sou governo. Independente de estar chateada por alguma coisa ou não. Agora o que não vou admitir é levarem recados mentirosos para o governo para sobressair uns e prejudicar outros. Quando eu tiver que mandar recado, eu não mando. Eu desço lá e eu falo para o prefeito”, disparou Joice.
A possível crise na base teria se instalado após o convite do prefeito Fernando Fernandes e da deputada Analice Fernandes (PSDB) ao vereador Eduardo Nóbrega para participar de uma reunião com o secretário da Educação do estado há duas semanas. O fato teria causado mal estar na base.
De camarote
A oposição assiste de camarote o possível “climão” na base governista. “Toda vez que a base não se entende a oposição se fortalece. Eu adoraria ver a base derrubar o veto do prefeito”, alfinetou o vereador Moreira (PT).