Chico Brito quer investir na geração de empregos para Embu deixar de ser cidade dormitório
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Nely Rossany da Gazeta SP e Rose Santana Portal O Taboanense
A Gazeta SP e o Portal O Taboanense publicam terceira entrevista da Sabatina 2012 com a participação do candidato a prefeito de Embu das Artes, Chico Brito (PT). A Sabatina ouviu durante o mês de setembro os candidatos a prefeito pelas cidades de Embu das Artes e Taboão da Serra com o objetivo de levar ao eleitor, as principais propostas dos candidatos e como ele vê os problemas da cidade. Confira a seguir os principais assuntos da Sabatina com Chico Brito e acesse o vídeo com a sabatina completa.
Assista ao vídeo com a sabatina de Chico Brito
Chico Brito: Bom dia a todos e todas, parabenizar a iniciativa da Gazeta SP por entrevistar todos os candidatos nessa eleição, é importante que o público tenha acesso ao que pensa, ao que já fez, ao que pretende fazer todos os candidatos nessa eleição.
Gazeta SP: Como vai funcionar o Corredor Industrial?
Chico Brito: No caso específico do Corredor Empresarial, essa demanda surgiu por parte do segmento empresarial da cidade que clamava e reclamava o fato da cidade não ter pra onde expandir o seguimento empresarial. Nossa equipe técnica fez todo um estudo, é uma região que pega Itatuba, Ressaca e Santa Clara, aonde já existe uma estrada, nós não estamos cortando mata para abrir estrada. O estudo definiu, de 2,4 milhões de metros de Corredor Empresarial, nós temos 1,2 milhão de metros passíveis de ocupação de empresa, então área muito em declive ou aclive, esta dentro do corredor, mas não pra construção. Nascente, mata nativa esta dentro do corredor, mas não pode construir. A preservação é garantida em lei, porque tem a lei municipal, estadual e federal. Nós fizemos uma opção em Embu das Artes, de não aumentar IPTU e nem criar taxa, não temos taxa de lixo na nossa cidade. Então a única maneira de você ampliar a arrecadação e gerando emprego, criando espaços para novos empreendimentos e é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Chico Brito durante sabatina realizada pela Gazeta SP e pelo Portal O Taboanense
Através da Prefeitura [acontece] a fiscalização cotidiana, agora para implantação de empreendimento nesse Corredor Empresarial nessa área, tem que ter a aprovação da Prefeitura, da Cetesb e do Ibama. Não tem como você implantar um empreendimento numa área como essa provocando a degradação ambiental sendo que você tem o rigor da lei de três órgãos. Os três órgãos falharam, tem Ministério Público. Então nós estamos muitos tranquilos em relação a esse nosso corredor empresarial. Nós estamos elaborando o projeto executivo desse corredor empresarial, nós vamos fazer toda infraestrutura do corredor esgoto, água, iluminação, pavimentação, calçada ecológica, permitindo a permeabilidade dessa calçada e nós vamos exigir que todos os empreendimentos eles garantam o corredor de fauna e flora no fundo dos terrenos dessas empresas, até porque são apenas 150m de corredor empresarial, do eixo da rua para a gleba apenas 150m.
Mesmo com tantos limites continua interessante o Corredor Empresarial como esse?
Continua, por que no nosso estudo de 2,4 milhões, 1,2 milhão de metros é passível de ocupação com empresa não poluente. Quantas empresas são possíveis implantar num corredor como esse? No mínimo 50 empresas.
GSP – Saneamento básico, segundo a Sabesp, 52% de esgoto são coletados no município, sendo que desses 52% esgotos coletados, somente 55% são tratados. O senhor não acha que nessa renegociação de mais 30 anos com a Sabesp era a época certa para baixar essa taxa de esgoto porque o esgoto não é tratado 100% em Embu?
CB – Essa questão de saneamento é muito importante. Investir em saneamento é investir em saúde. Você tira o esgoto do córrego, além de você ter uma questão ambiental de resgate daquele córrego, daquela nascente, é uma questão de saúde pública, é uma questão muito importante. Em 2005 nós entramos com um processo contra a Sabesp justamente pelo fato da Sabesp dela cobrar pra coletar e jogar no córrego mais próximo da casa das pessoas. Nós conseguimos através de uma liminar suspender [a cobrança de 100% do esgoto] por seis meses em 2005. A Sabesp recorreu em São Paulo e infelizmente, na 2ª Instancia derrubou a nossa liminar e voltou a cobrar. Eu acho um verdadeiro absurdo a Sabesp que é um órgão do governo do Estado, ela cobrar pra afastar o esgoto da casa das pessoas e poluir o córrego mais próximo.
Investimento da Sabesp em Embu das Artes: Até 2018 a Sabesp terá que investir na nossa cidade R$ 150 milhões, universalizando o acesso a água tratada, a coleta do esgoto e o tratamento do esgoto. Isso esta no plano, esta no cronograma do contrato assinado. E no prazo de 30 anos é um investimento de R$ 350 milhões. Durante os próximos 30 anos, a Sabesp terá que renovar todo o ativo (trocar encanamentos velhos). Nós colocamos no contrato também que a Sabesp terá que recuperar o pavimento aonde ela cavar para fazer essa renovação. Na minha avaliação representou um avanço e nós estamos atentos ao cumprimento desse cronograma. Atingindo esse cronograma até 2018, ou seja, daqui a seis anos, você ter todos esses serviços universalizados pela Sabesp, ai é padrão de primeiro mundo. Vai caber à Prefeitura, à Câmara Municipal, ao próprio Ministério Público e a própria população através do conselho Municipal de Saneamento e Resíduo Sólido acompanhar esse trabalho da Sabesp e fazer e fazer com que ela cumpra esse cronograma.
GSP – Dentro desse plano esta previsto a canalização dos córregos de cidade?
CB – Nesse programa inclui também a canalização de córregos, desde que esses córregos sejam abertos e tirando o esgoto deles. Por que a ideia é fazer com que esses córregos fiquem limpos. No córrego Embu Guaçu, na nossa cidade, hoje ele esta 100% despoluído, isso foi um processo super interessante, que com a despoluição desse córrego, uma parceria entre a Sabesp e Prefeitura voltou a ter peixe nesse córrego, acho que isso é o ideal.
Portal O Taboanense: A destinação do lixo é um problema em todo o país, no seu programa de governo pra reeleição o senhor promete instalar uma usina para resíduos sólidos. Onde será, como, qual o custo e prazo de construção da Usina?
CB – Consta no nosso programa de governo pra reeleição, mas nós já demos início no processo. É um investimento de R$ 55 milhões, para a Prefeitura fazer esse investimento próprio isso inviabilizaria outras áreas como saúde, educação, cultura, esporte e lazer. O Congresso nacional aprovou a possibilidade das parcerias público-privadas, nós fizemos em 2009-2010 uma licitação dentro desse modelo PPP para implantação de uma usina de resíduo sólido. A usina consiste em implantar todo um projeto, não é a usina por si só, implanta um projeto de educação ambiental na cidade, aonde você vai trabalhar com a população a coleta seletiva. Nós passaremos a ter, a partir de agosto de 2014, 100% de coleta seletiva na nossa cidade. Hoje nós temos 5% do lixo da cidade coletado de maneira seletiva, significa implantar isso na cidade inteira, em todas as casas.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
O prefeito de Embu das Artes diz que irá construir usina de bio-compostagem na cidade
Será possível da seguinte maneira, tem que implantar essa Usina de Bio-compostagem, mas não é uma usina convencional, a nossa usina é fechada, tem compartimentos de concreto, são tubos no solo, que tem o recebimento apenas do lixo orgânico, por isso a coleta seletiva terá que ser feita em 100% da cidade. Na segunda, quarta e sexta passa o caminhão coletando o lixo orgânico e terça e quinta, passara outro caminhão recolhendo o lixo reciclável. Passara em todos os bairros, ruas e casas não terá como o morador não fazer a coleta seletiva, cada residência recebera dois container, um para o lixo orgânico (úmido) e outro para o lixo seco.
A usina vai funcionar o Jd. Santo Antônio, aonde já temos o aterro sanitário, não vamos comprometer nenhuma nova área na cidade, Embu das Artes é a única cidade da região que tem aterro sanitário regularizado pela Cetesb. O lixo orgânico vai ser transformado em dois subprodutos, o adubo seco e o líquido fertilizante. Essa é uma tecnologia Suíça, que vários países da Europa estão utilizando há mais de 25 anos. Embu será a primeira cidade do Brasil a implantar uma usina com essa nova tecnologia. Isso vai reduzir em 70% o volume de lixo que hoje é destinado ao aterro sanitário, isso significa que nosso aterro tera uma vida útil de 40 anos.
POT – O que a Prefeitura pode fazer para ajudar o Estado nessa questão de segurança pública e quais suas propostas nessa área?
CB – Nós tiramos a cidade de uma marca com maiores índices de violência do país, nós tínhamos até 2001, 197 homicídios por ano, era um índice muito alto, fora os outros delitos. Se você não investe em urbanização de áreas públicas, em saúde, educação, cultura, esporte e lazer você vai estar apenas combatendo a consequência e não a causa. Uma das causas da violência é a exclusão social e de 2001 pra cá, nós estamos implantando na cidade um projeto de inclusão social. Dessa maneira nós acreditamos que contribuímos com a redução desses números, além dessas questões sociais, nós criamos a Lei Seca, que é a proibição do funcionamento dos bares das 11h [da noite] às 5h da manhã, a criação na Guarda Municipal em 2002, eu contratei mais 88 guardas municipais, comprei 20 novas viaturas e recentemente criei uma lei em 2010, e combate a poluição sonora, a perturbação do sossego, o sistema de vigilância por câmera que a Prefeitura de Embu implantou no Centro expandido, não esta apenas no Centro Histórico, já espalhamos bastante.
Nosso plano é aumentar o efetivo da Guarda Municipal, criar novas Bases da GCM pela cidade, ampliar o sistema de vigilância por câmera nos centros dos bairros, nos centros comerciais dos bairros e eu quero ainda no próximo ano implantar nas escolas municipais, nos portões das escolas municipais implantar esse sistema de vigilância por câmera. Nós acreditamos que com iluminação de praças e vielas, urbanização de favelas você contribui também ou até mais com essa questão de segurança pública.
GSP – Falta de vagas nas creches. O que o senhor já conseguiu fazer, conseguiu diminuir esse déficit, quantas vagas ainda faltam? Dá pra suprir essa demanda caso o senhor seja reeleito?
CB – Vou ser muito sincero com vocês, a educação infantil, principalmente creches, é algo que nenhum município conseguira resolver sem a participação do governo do Estado e governo Federal. A questão não é apenas construir a creche, é a manutenção da creche. Por que o custo da criança que esta em creche ele é muito maior que a criança que esta na pré-escola ou já no ensino fundamental, você tem que atender um número menor de crianças, que exige cuidados maiores. Mas nós ampliamos o número de vagas em parcerias, principalmente, através de entidades sociais, Igreja Evangélica, Igreja Católica e associação de moradores, nós criamos mais 1200 vagas nesse mandato. Temos um déficit de mandada registrada de quatro mil vagas. Estamos construindo mais um creche com 250 vagas no Santo Eduardo e temos já aprovada para o próximo mandato mais cinco creches, dessas cinco novas creches, já estão licitando três, na Capuava, Santo Emília e Valo Verde, ainda pra esse ano. Mais 1250 vagas.
POT – Qual o principal problema da saúde e como solucionar no próximo mandato? Faz um balanço de tudo que você já fez?
CB – O balanço que eu faço é muito realista, no sentido de que é fundamental melhorar a atenção básica. O atendimento à população no posto de saúde no bairro em que ela mora. Hoje você tem uma migração dos moradores de uma cidade para outra cidade, então nenhum prefeito isoladamente tema a fórmula pra resolver o problema da saúde na cidade. Criei o Centro Médico de Especialidades do Jd. Vazame, reforma e ampliação dos dois Prontos Socorros com mudança de gerenciamento e aumento de médicos e a criação do primeiro Pronto Socorro Infantil ao lado da Maternidade. Criei novos equipamentos e tive que contratar médicos, mas tem essa dificuldade de trazer médicos para nossa região. Em três anos e oito meses, de R$ 56 milhões eu ampliei [orçamento] para R$ 75 milhões o investimento na saúde da nossa cidade. Ninguém pode falar que estamos de braços cruzados.
E sobre o trânsito?
A nossa cidade esta sendo impactada de maneira assustadora pelo Rodoanel, as pessoas para fugirem do pedágio cortam por dentro da cidade. Impactou a cidade com o trânsito. Nas medidas compensatórias com o Dersa, responsável pelo Rodoanel, nós conseguimos um recurso para amenizar essa situação, até o final do mês [setembro]nós vamos inaugurar a avenida Isautino, que é paralela a [avenida Elias] Yazbek. Uma avenida dupla, com calçada, pista de ciclismo, pista de caminhada, isso vai desafogar a entrada da cidade, uma obra de R$ 8 milhões. Na região metropolitana regular os rodízios, São Paulo impediu o tráfico de caminhões. Estamos pactuando entre os 39 municípios da região metropolitana, uma única regra, um único horário [para os caminhões]. Não existe solução isolada. O trânsito é isso, criar novas avenidas, melhorar o piso para essa nova realidade.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Chico Brito concorre a reeleição em Embu das Artes
Cultura e Esporte
Nós criamos mais quatro centros culturais, a minha intenção, no próximo mandato é íamos criarmos mais dois centros culturais. Criamos 18 núcleos de cultura em parcerias com associações levando para os bairros atividades culturais. Criei a Secretaria de Cultura e Secretaria de Esporte. Criamos o programa Esporte Cidadão que atende em média, 10 mil crianças e adolescentes através de 25 modalidades. É o único município do país que oferece esgrima de forma gratuita. Pra o próximo mandato, cobertura de quadras, construção de dois poliesportivos e praças da juventude.
Considerações finais
Quero dizer aos eleitores que eu não afirmei em nenhum momento dessa campanha que eu já resolvi todos os problemas da cidade, ainda temos muita coisa pra fazer. O que eu tenho afirmada à população que eu conheço essa cidade como ninguém, sei onde estão os problemas que eu preciso resolver. Do plano de governo que apresentei ao povo em 2008, eu cumpri 90%. O slogan da nossa campanha é “Pra fazer ainda mais”, não é pra fazer do mesmo tanto e nem pra fazer menos é pra fazer ainda mais e nós temos compromisso com isso.