Bispo Dom Luiz Guedes fala sobre a missionária Zilda Arns
A médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, foi sepultada neste sábado as 16h45 em Curitiba. Cerca de 200 pessoas, entre parentes e amigos voluntários da Pastoral foram ao Cemitério Água Verde.
Zilda Arns a pedido de seu irmão o Arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, fundou a Pastoral da Criança em 1983 pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela iniciou um dos mais conceituados trabalhos em comunidades carentes promovendo a redução da mortalidade infantil e garantindo, a mais de 20 países, a presença da ação de voluntários da Pastoral.
A missionária era cidadã embuense, ganhou esse título em 31 de outubro de 2001 quando esteve na cidade (decreto 73/2001). Na Diocese de Campo Limpo existem 100 Paróquias, sendo que, 68 possuem a Pastoral da Criança implantada.
Sua morte ocasionada pelo grande terremoto no Haiti, onde palestrava sobre a Pastoral, trouxe grande pesar a todo o país. Para Dom Luiz seu exemplo de vida é de grande importância mundial. “Seu exemplo é de grande importância não só para a cidade de Taboão da Serra, mas para tantos outros municípios, estados e países, pois seu empenho dedicado em salvar vidas com meios simples, não só baixou consideravelmente a mortalidade infantil no Brasil, como também trouxe qualidade de vida para as famílias atendidas e para a imensidão de líderes voluntários, que carinhosamente ela chamava de ‘fermento na massa’”, comentou.
Para o Bispo Guedes o anseio da Pastoral da Criança em nossa região, assim como o de sua fundadora, está em atingir o maior número possível de crianças e gestantes necessitadas.
A mortalidade infantil corresponde ao número de óbito de crianças durante o seu primeiro ano de vida. Seu indicador possibilita calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país.
Por intermédio da secretária pastoral, Elisabeth Aída, Dom Luiz nos falou a respeito da Pastoral da Criança e sua relevância para a região.
Qual é a importância da Zilda Arns para a cidade de Taboão? Quais projetos ela inspirou a Igreja Católica de nossa região?
Seu exemplo é de grande importância não só para a cidade de Taboão da Serra, mas para tantos outros municípios, estados e países, pois seu empenho dedicado em salvar vidas com meios simples, não só baixou consideravelmente a mortalidade infantil no Brasil, como também trouxe qualidade de vida para as famílias atendidas e para a imensidão de líderes voluntários, que carinhosamente ela chamava de “fermento na massa”. Em Taboão da Serra, das dez Paróquias existentes, nove tem a Pastoral da Criança implantada e oito com funcionamento normal. Também a Pastoral da Pessoa Idosa está presente em duas Paróquias.
Qual é a relevância da Pastoral da Criança na cidade de Taboão? Onde ela está inserida e qual forma de ajudarmos em seus anseios?
A Pastoral da Criança salva vidas, proporcionando os cuidados necessários para o desenvolvimento saudável das crianças, e qualidade de vida para as famílias e também seus voluntários, por isso é de grande relevância para a cidade de Taboão da Serra. Ela está presente em nove Paróquias das 10 existentes em Taboão da Serra, a saber: Paróquia Santuário Santa Terezinha (Centro); Paróquia Santo Antonio (Vila Iase); Paróquia São Pedro Apóstolo (Pq. Pinheiros); Paróquia N. Sra. Aparecida (Jd. Helena); Paróquia Santa Margarida Maria Alacoque (Jd. São Judas Tadeu); Paróquia São João Maria Vianney (Jd. Pedro Gonçalves); Paróquia Santa Ana (Jd. Panorama); Paróquia SSmo. Sacramento (Pq. Pinheiros) e Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Jd. das Margaridas). O anseio é poder atingir o maior número de crianças e gestantes, sobretudo na região do Pirajussara, Jd. Roberto, Jd. Leme e Jd. Marabá, por isso, a melhor forma de ajudar é ser também um “fermento na massa”, atuando como líder voluntário desta Pastoral.
Fale-nos um pouco da pessoa da Senhora Zilda. Você a conheceu pessoalmente? O que mais lhe chamava atenção em sua pessoa?
Dra. Zilda Arns foi uma mulher de Deus, que soube colocar a serviço dos mais necessitados seus conhecimentos, mas, antes de tudo, soube praticar a caridade com todos, pois se preocupava não só com as crianças e idosos fragilizados, mas com toda a família e com o bem estar de todos os voluntários das Pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, bem como com toda a missão da Igreja e o bem comum da sociedade. Eu a conheci pessoalmente quando participei pela primeira vez da Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e a reencontrei em todas as Assembléias até a última, que aconteceu em 2009. O que me chamava atenção em sua pessoa eram a alegria e o entusiasmo pela defesa da vida e as palavras carregadas de esperança mesmo em tempos difíceis.