ADIs decidem continuar em greve por tempo indeterminado
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As Assistentes de Desenvolvimento Infantil (ADIs) decidiram na tarde desta segunda-feira, dia 28, continuar a greve por tempo indeterminado. A mobilização, segundo a Comissão Independente, foi de 20% das profissionais que hoje conta com cerca de 230 assistentes. O secretário de Educação, José Marcos, disse por telefone que apenas nove ADIs não foram trabalhar no primeiro dia da paralisação.
Entre as reivindicações da categoria estão o reenquadramento das ADIs no Estatuto do Magistério, o reajuste salarial de 60%, vale transporte, plano de saúde e o cumprimento da lei 1853/2009 que estabelece o número máximo de alunos por sala de aula. Na assembleia, o movimento grevista disse que espera uma maior participação nesta terça-feira.
Foto: Eduardo Toledo
ADIs durante assembleia na sede da Apeoesp na tarde desta segunda
“Conversamos com diversas ADIs e elas disseram que se a greve continuasse elas iriam aderir a paralisação. Nós vamos continuar com a paralisação, não tem como trabalhar todos os dias por R$ 835, é muito pouco”, disse Patrícia Bravo. Já para a educadora Sandra Fortes, o movimento está no caminho certo. “Somos nós que denunciamos, protestamos. Isso está nos dando moral para lutar”.
A assembleia que decidiu pela continuação da greve aconteceu na sede da Apeoesp, no Pq. Santos Dumont, em Taboão da Serra, por volta das 17h30. Cerca de 30 ADIs e participaram da votação, que foi unânime. Diretores da Apeoesp e simpatizantes, como membros do Psol e PSTU, também participaram da assembleia.
O movimento grevista planeja uma manifestação na frente da Secretaria de Educação para forçar a prefeitura a abrir as negociações com a categoria. “Não somos representados por esses sindicatos pelegos que montam uma estrutura e não queremos mais sair do poder. Somos apenas nós. Temos que ir para a rua, fazer piquetes, jogar a pressão no governo para abrir o campo da negociação”, afirmou Luis Aurindo, diretor da Apeoesp.
A Comissão Independente de Professoras ADIs prometeu colocar todas as decisões tomadas na assembleia na sua conta do Facebook.
Outro lado
O secretário de educação, José Marcos, conversou com a nossa reportagem por telefone. Segundo ele, o número de ADIs que não foram trabalhar nesta segunda-feira foi muito pequeno, apenas nove profissionais. “Não sei se isso é greve ou falta”, ironizou. O secretário também disse que não pretende abrir negociações porque as reivindicações não podem ser atendidas.
“A lei que elas se baseiam, no número máximo de alunos na escolas do Estado, está sendo contestada no TJ por ser inconstitucional. E nas nossas escolas não temos problemas salas de aulas lotadas. Outra reivindicação, o aumento de 60%, é impossível, estamos em ano eleitoral e a lei prevê que seja concedido apenas a reposição, que é bem abaixo desse percentual”, garante.
De acordo com José Marcos, apesar da greve nenhuma escola infantil deixou de funcionar. “O funcionamento foi normal, 100%. Não houve nenhum problema, os alunos foram atendidos da mesma forma”, disse. O secretário também contestou o número de ADIs informado por jornais locais, inclusive o Portal O Taboanense. “Não são 400 ADIs, são 235. Quero saber onde estão as outras 170 ADIs que vocês colocaram na matéria”.