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60 famílias vivem em região de alto risco no Trianon

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Redação

21/01/2011 00:00
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A Prefeitura de Taboão da Serra tenta remover mais de 60 famílias de uma área com alto risco de desabar na rua Irati, Jd. Trianon. Ali todas as casas que beiram o córrego Joaquim Cachoeira estão condenadas, de acordo com o engenheiro Edson Galina, da Defesa Civil, eles precisam deixar o local imediatamente.

A prefeitura, através da secretaria de Obras, iniciou a canalização do córrego Joaquim Cachoeira, uma obra esperada por toda a população que há mais de 20 anos sofrem com enchentes no local.

Foto: Rose Santana

Canalização aumento o leito do córrego, chegando próximo das casas

As chuvas que caíram semana passada derrubaram muros e paredes das casas. Não houve vítimas, mas algumas casas correm risco iminente de desabar. É o caso da residência de Nilda Gomes. “A Defesa Civil esteve aqui no sábado (14) e passaram o dia todo. Eles viram que a situação é grave. Interditaram minha casa e disseram pra eu ir para a casa de parente. Estamos em risco porque eles nos colocaram, o muro dos fundos e minha lavanderia caíram”, desabafa Nilda.

Os moradores questionam porque a prefeitura alargou o córrego do lado de suas residências e não o contrário, ou seja, do lado dos galpões e porque eles não foram avisados que teriam que deixar o local. “O prefeito [Evilásio] disse que não ia tirar ninguém daqui, íamos pagar imposto, ter tudo regularizado. Aqui sempre encheu, mas as casas nunca caíram”, comentou Benedito Tobias.

“Eles tiraram a terra para o rio descer. Porque eles abriram 10m pra cima da gente? Fizeram de tudo para prejudicar os moradores, eles protegeram as fábricas porque eles pagam impostos e para nós nada”, disse Samuel Costa Santos.

De acordo com a secretária de Obras de Taboão da Serra, a obra era necessária. “O maior erro que cometemos foi não ter realizado mais conversas para explicar tudo para vocês. Devíamos ter avisado, explicado, assim não estaríamos nessa situação”, discursou a secretária de Habitação Ângela Amaral.

O secretário de Obras, Ricardo Resende, falou que o solo daquela área sofre mais com a ação das chuvas, por ser muito mole e que o córrego vai ficar aberto, com vegetação do lado. ”Não podemos deixar a água correr a vontade, ela tem que está dentro de um canal para não destruir tudo que vê pela frente e ter facilidade de ser limpo. Essa é uma situação de risco. Estamos aqui para solucionar o problema, queremos evitar uma tragédia” explicou Resende, em uma reunião com os moradores.

.A secretária Ângela apresentou aos moradores as alternativas para que os moradores saiam da área de risco. “Estamos propondo pagar para vocês mudarem. Ali está em risco” disse.

Alternativa temporária: o auxílio aluguel até a construção da moradia definitiva. Alternativa definitiva: inclusão das famílias no programa Minha Casa, Minha Vida ou indenização dada bem feitoria, após avaliação de um técnico, para que o munícipe possa dar entrada em uma moradia em área regularizada.

“O perigo existe há muito tempo, é obrigação da prefeitura é providenciar uma forma melhor para vocês morarem. Estamos propondo algumas saídas, alternativas para encontrarmos um lugar que vocês possam pagar e morar melhor. Eles precisam sair de lá o mais rápido possível”, afirmou Ricardo Resende.

Muitos moradores dizem que não vão deixar o local. “Eles já vieram fazer a medição da minha casa para ver quanto vale, mas eu não vou sair. Agora está seguro, não cedeu mais. Depois de gastar tanto para arrumar minha casa, com a minha idade, doente, querem que eu saia? Não vou sair, coloco meu colchão na rua, mas não saio. O prefeito esteve aqui pediu os documentos para regularizar tudo, disse que não ia tirar ninguém, e agora isso. Nenhum vereador esteve aqui ver a situação da agente ou dar uma palavra”, desabafou dona Jandira. 

As alternativas apresentadas são subsidiadas pelo governo federal.

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