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Expansão imobiliária exige melhor infraestrutura para cidades da região

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Redação

17/12/2010 00:00
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O forte aquecimento imobiliário que invadiu a região sudoeste da Grande São Paulo, nos últimos anos, tem deixado a população bastante “inquieta” quando o assunto é trânsito e infraestrutura local. Apesar de garantir novos investimentos, geração de emprego e crescimento da economia local, a “avalanche” de novos empreendimentos tem suscitado uma importante discussão, ainda ignorada pelo poder público, mas de grande relevância para toda a região: a infraestrutura dos municípios está preparada para absorver, num curto espaço de tempo, a demanda provocada pela expansão imobiliária?
 
Muitos têm, porém a resposta, ainda incerta, já apresenta traços de negatividade. Se não bastasse o recrudescimento nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, uma simples volta de carro nos horários de pico é suficiente para perceber que os “tranqüilos” 10 minutos que levava para chegar de casa ao trabalho já virou uma dolorosa rotina. Para entender melhor o caso, a reportagem da Gazeta SP foi às ruas e presenciou muitas dessas perguntas sem resposta imediata: como será o trânsito e o deslocamento nesta região nos próximos 10 anos?

Foto: Eduardo Toledo

Região vive boom imobiliário, mas cidades precisam melhorar infraestrutura

 
Taboão da Serra, a “prima rica” das co-irmãs, talvez seja a que mais sofrerá para encontrar a resposta. Nos últimos 5 anos, mais de 20 novos empreendimentos “invadiram” a tímida infraestrutura atual e os problemas cada vez mais freqüentes, causam preocupação para o cumprimento do Plano Diretor. Senão bastasse o território praticamente ocupado, sem espaço público para investimento em melhorias, o município luta agora para “monitorar” os mais de 300 mil veículos que circulam na cidade todos os dias.
 
De acordo o secretário de Transportes, Claudinei Pereira, os efeitos dessa invasão acabou transferindo, para dentro da cidade, todo o trânsito que deveria ser utilizado para a saída e chegada do público interno. Em linhas gerais, o fato é que a vinda de novos empreendimentos, sem o devido planejamento urbano, como aconteceu na cidade, acabou ocasionando uma “superlotação” de veículos. “Morando a cinco minutos do meu trabalho, eu gasto 35 para chegar todos os dias. Onde você vai tem dificuldade para locomoção”, esbravejou o micro-empresário, Richard Silva, que mora no Jd. São Miguel.
 
As avenidas José Maciel (Maria Rosa), Estrada São Francisco (Jd. Helena) e Kizaemon Takeuti (Pirajuçara) já enfrentam dificuldades de infraestrutura para absorver o trânsito local devido ao grande número de veículos que as utilizam como alternativa. A falta de um retorno para o motorista que sai do Shopping Taboão, ligando o motorista aos municípios de Embu, Itapecerica, Juquitiba e Embu-Guaçu, e um viaduto na Regis Bittencourt para acesso aos bairros do Pirajuçara, também tem sido fator primordial para formação do trânsito. “Hoje Taboão está no centro do trânsito regional. Somado a isso, uma expansão imobiliária muito forte invadiu a cidade, o que dificultou ainda mais a vida no trânsito. Isso, senão for resolvido nos próximos anos, pode espantar investimentos”, disse o consultor Marvio Olivares, que mora em Taboão há 42 anos.
 
Embora um pouco mais tímido, os municípios de Embu das Artes e Itapecerica, que assistem a evolução da “bolha imobiliária” sem sofrer grandes interferências até o momento, também já encontram dificuldades para organização do trânsito local. As avenidas Elias Yazbeck e 15 de Novembro, respectivamente, apresentam a formação de congestionamentos significativos em horários de pico. Com poucas alternativas, o motorista é obrigado a amargar horas indesejáveis para chegar a destinos antes concluídos em minutos.
 
“Ignorar o problema é o que não pode acontecer”, ratifica Olivares. “Os municípios da região precisam realizar, juntos, uma força tarefa capaz de reunir viabilidade técnica, recursos internos e externos para emplacar e discutir as mudanças necessárias”. Os investimentos em infraestrutura urbana pode ser o caminho para diminuir o impacto sobre a oferta e a procura, além de ações educativas, como a restrição de horários, placas de veículos, caminhões e ônibus fretados. O fato é que torna-se necessário e emergente maior envolvimento do poder público, pois o que é para ser o “pote de ouro” pode acabar virando apenas um arco-íris sem cor.

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