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Terminal de ônibus pode ser desativado em Itapecerica da Serra

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Redação

22/03/2010 00:00
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Telhado quebrado, falta de banheiros, calçadas adequadas, excesso de lixo, mato e constantes assaltos. Essa é a realidade enfrentada pelos usuários do terminal de ônibus do Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra. Responsável pelo atendimento de cerca de 60 mil pessoas que moram no bairro e dependem diariamente do serviço de transporte público, o local, que era para ser destinado apenas para embarque e desembarque de passageiros, transformou-se numa área abandonada e esconderijo para criminosos.

Após receber denúncia anônima, a reportagem da Gazeta SP esteve no local, onde encontrou um cenário desolador e de completo abandono. Além da falta de estrutura para receber diariamente cerca de 120 ônibus responsáveis pela cobertura de cinco linhas, que liga Itapecerica aos terminais Santo Amaro, Guarapiranga, Vila Olímpia, Capelinha, Santa Cruz e Pinheiros, o terminal aguarda, desde novembro do ano passado, uma intervenção prometida pela prefeitura e que até o momento não foi iniciada.

Foto: Thiago Neme | Gazeta SP

Terminal de ônibus de Itapecerica da Serra: reforma urgente

A novela envolvendo a prefeitura e a VIP, empresa que explora parte das linhas, teve início em novembro de 2009. Após identificarem inúmeros problemas e a falta de estrutura para o atendimento de passageiros e funcionários, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Urbano de São Paulo reuniu-se com usuários do transporte e elaboraram uma pauta de reivindicações à empresa, cujo objetivo era garantir melhorias na infraestrutura do terminal.

Durante reunião com o prefeito Jorge Costa (PMDB) ficou definido que, para viabilizar a reforma do terminal, a prefeitura forneceria a mão de obra e o maquinário e a VIP doaria o material necessário. Depois de quatro meses do acordo firmado, a promessa de mudanças ainda não foi cumprida. “A prefeitura disse que entraria com as obras no mês seguinte (dezembro) e até agora nada. A população não tem mais para quem pedir ajuda”, esbravejou Tadeu Nicomedes, presidente do sindicato.

Se não bastasse a falta de estrutura, o terminal ainda oferece poucas condições de segurança e trabalho para os funcionários. Durante 40 minutos que a reportagem esteve no local, foi constatado a falta de banheiros para cerca de 25 mulheres que trabalham em três turnos diferentes. “Nós somos obrigadas a pagar para usar em comércios e residências (no entorno do terminal)”, explicou uma cobradora que pediu para não ser identificada com medo de represálias.

A falta de iluminação a noite serve de engodo para bandidos cometerem assaltos e até arrastões. O caso mais comovente é a da doméstica Florinda de Araújo que, durante um assalto há menos de 15 dias, foi obrigada a repassar a dois assaltantes todo o seu salário do mês. Revoltada, Florinda disse que “isso (assalto) é normal aqui (no terminal), mas roubar todo o salário foi uma covardia. Alguém precisa fazer alguma coisa”.

 

Secretário culpa chuva
O secretário de Obras da Prefeitura de Itapecerica, Carlos Hueb, disse à reportagem que “não há atraso no cronograma das obras”. Segundo ele, “o mau tempo e o excesso de chuvas adiaram a presença das máquinas” para início da obra. Ainda de acordo com Hueb, a prefeitura já apresentou um projeto junto ao governo federal para a reconstrução do terminal.

Segundo apurou a Gazeta SP, um dos motivos pelo qual a intervenção da prefeitura não ocorreu no tempo certo foi a retirada de funcionários da Frente de Trabalho das ruas para atendimento em outros departamentos do governo. A VIP disse que aguarda o cumprimento do acordo.

 

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