Padre Thomaz, uma vida de luta e inúmeras realizações
Em 1942, chegou em São Paulo, mais precisamente em Osasco, onde terminou o ginásio. Mudou-se depois de três anos para Curitiba, onde começou a cursar Filosofia e Teologia. Outra mudança, e em 1949 foi para São Carlos terminar o curso de Teologia. Voltou para São Paulo e foi ordenado sacerdote em 28 de fevereiro de 1952.
Foto: Eduardo Toledo
Padre Thomaz durante missa de celebração no Santuário Santa Terezinha
Padre Thomaz exerceu seu primeiro ministério em Osasco, na igreja Nosso Senhor do Bonfim. As viagens marcaram sua vida, e novamente voltou para São Carlos para ser Capelão da Santa Casa de Misericórdia e professor do seminário até o início de 1957, quando regressou a sua cidade natal como missionário. Nesta época, já fazia parte do Conselho Superior da Congregação dos Padres Passionistas, e foi escolhido para representar mais de 100 padres no Conselho Geral da Congregação em Roma, na Itália.
Entre inúmeras indas e vindas, Padre Thomaz chegou em Taboão da Serra no dia quatro de junho de 1965, onde permaneceu até outubro de 1989. Foi na cidade que ele realizou sua vida sacerdotal e talvez por isso ele tenha tanto carinho por essa terra.
Quando chegou aqui, Taboão da Serra, não era uma cidade como a que conhecemos hoje. Com pouco mais de 15 mil moradores e a economia baseada na agricultura e nas olarias, a cidade só possuía uma pequena e mal acaba igreja, a Sta. Terezinha. E foi ao redor dessa pequena igreja que Taboão nasceu e cresceu.
Aos poucos Padre Thomaz foi conhecendo os bairros da cidade, a vida, os problemas, as necessidades e angústias do povo taboanense. Sempre esteve metido nas lutas e reivindicações da população mais pobre e simples.
O período mais difícil foi a época da ditadura. Várias pessoas da comunidade foram presas e torturadas. As reuniões bíblicas eram taxadas de comunistas e subversivas. Padre Thomaz foi muitas vezes intimado a comparecer na Delegacia e submetido a um questionário do Dops. O jornal o Estado de São Paulo chegou a fazer uma denuncia dizendo que "Padre Thomaz só não é mais subversivo por falta de espaço". Foi um tempo difícil e de muita tensão. Enfim, nunca houve subversão, comunismo, ou qualquer outra coisa que valha.
Padre Thomaz levou uma vida simples, levou a vida do povo. Trabalhando sempre em prol da comunidade, ajudou a construir a casa dos velhinhos no Jd Helena, entidade que cuidava, na época, de 16 pessoas idosas. Foi um leão e defendeu com unhas e dentes a construção de várias igrejas, entre elas a nova Sta. Terezinha, no centro, A Igreja São José, no Pazzini, a Igreja São João Batista, no Ouro Preto, a Igreja N. S. de Lourdes no Jd. Pedro Gonçalves, N.S. Aparecida no Jd Helena, entre outras.
Hoje, Padre Thomaz orgulha-se em dizer que existem 30 igrejas católicas em nossa cidade, bem diferente da única igreja existente quando chegou em Taboão. Modesto, afirma que não construiu nenhuma, apenas ajudou a comunidade. É claro, é claro…
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Foto: Eduardo Toledo
Padre Thomaz durante missa de celebração no Santuário Santa Terezinha
Padre Thomaz, o homem que lutou contra a ditadura
Padre Thomaz celebra missa no santuário Santa Terezinha
Padre Thomaz ao lado do amigo Monsenhor Aguinaldo
Padre Thomaz antes de receber o título de cidadão taboanense, em 1997