Sem Terra acusa governo de exclusão em programa habitacional
Em entrevista à Gazeta SP, o líder do MTST, Guilherme Boulos, acusou a prefeitura de se negar a destinar duas áreas, uma no Jardim Salete e outra no Parque Laguna, em processo de desapropriação pelo governo do Estado, para atender a demanda do movimento. Segundo Boulos, o governo se comprometeu, há cerca de dois anos, a direcionar as áreas para construção de apartamentos e contemplar as mais de 5500 famílias do movimento. “Houve um compromisso e agora querem direcionar as áreas para atender a demanda interna da prefeitura”, esbravejou.
Entoando gritos de protesto debaixo de forte calor, o movimento organizou núcleos de atuação e formou uma comissão para negociar com o governo. Por volta das 12h, o grupo foi recebido pelo secretário de Governo, Ronaldo Dias. Durante a reunião, os manifestantes cobraram o compromisso para inclusão da demanda do MTST no programa habitacional e a inclusão de novas famílias no Programa Auxílio Aluguel, que, segundo o movimento, a prefeitura não está cumprindo com o pagamento do benefício para cerca de 100 já cadastradas.
O movimento garante que o governo está tentando deslegitimar o cadastro das famílias, alegando que a maioria não mora na cidade. “O cadastro foi feito pela Secretaria de Habitação da prefeitura. A responsabilidade pelas informações é deles”, explicou Sergio Silva, um dos coordenadores do movimento. Na região sudoeste, o MTST tem atuação nos municípios de Embu e Itapecerica, além de grupos espalhados pelo ABC, Sumaré, Campinas, Guarulhos e Santo Amaro.
Outro lado
Já no auxílio aluguel, o governo atende 92 famílias do MTST e para inclusão de novos beneficiados, como quer o movimento, é necessário “ser morador da cidade a mais de um ano e ter renda familiar de até três salários mínimos”. Sobre os terrenos e a construção de apartamentos, a prefeitura informa que realizou um “estudo de viabilidade técnica para construção das unidades” e “os trâmites necessários” para assentamento das “famílias juntos à CDHU serão para atendimento de núcleos de baixa renda, conforme a legislação e a política habitacional do município”.