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Morte do secretário de cultura de Itapecerica ainda não foi solucionada

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Redação

26/12/2009 00:00
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Bruno Anderson, da Gazeta SP
Após mais de dois meses da morte de Agamenon Rocha de Oliveira, 35, ex-diretor de Cultura da Prefeitura de Itapecerica da Serra, a família aguarda pelo desfecho do inquérito aberto pela Polícia Civil do município, que apura se a morte de Oliveira foi acidental ou se foi vítima de assassinato. Ainda com algumas dúvidas a serem esclarecidas, a Gazeta SP acompanha o caso e, na manhã da última quarta-feira, dia 9, entrevistou, com exclusividade, Maria Cristina Franchi de Oliveira, 28, viúva de Agamenon. Ainda muito abatida, Cristina espera pela conclusão de laudos que podem indicar o motivo da morte do marido.

Durante a entrevista, Cristina alternou momentos de fragilidade e emoção. Falou do casamento, dos filhos, da vida profissional de Oliveira e dos momentos finais que antecederam a madrugada do dia 10 de outubro, quando o corpo de Agamenon foi encontrado morto na Praça da Fonte, na região central da cidade, após ter deixado a casa noturna Espaço Terra Natural. Cristina era casada há cinco anos, relacionamento que deu dois filhos para o casal: Diego, 13, e Bruna, 12. Para ela, “Agamenon sempre foi bom marido e bom pai. Dificilmente se metia em confusão”, defendeu Cristina.

Foto: Reprodução

O ex-secretário de cultura de Itapecerica da Serra, Agamenon Rocha

A última conversa entre Cristina e Agamenon foi no dia da morte, por volta das 21h30. “Ele disse que viria embora para casa. Dizia que estava muito cansado. Fiquei esperando e ele não chegava. Quando foi umas 23h liguei novamente e já não consegui mais falar com ele. O celular estava na caixa postal e pensei que ele já estivesse a caminho de casa. Eu não sabia que seria a última conversa que teria com ele”. Nos últimos meses, Agamenon reclamava muito de excesso de trabalho. “Desde quando ele foi para Cultura ele estava muito atarefado”.

A morte de Agamenon deixou a família e amigos surpresos. O Boletim de Ocorrência registrado pela polícia aponta que o corpo tinha escoriações que pudessem indicar queda ou agressão com forte objeto. Uma marca de pancada na testa chegou a levantar a suspeita de que Oliveira havia sido agredido e sofrido um trauma, o levando à morte. Cristina disse que o marido “nunca reclamou de perseguições ou ameaças e dizia que apenas estava muito cansado e sobrecarregado de trabalho. Ele tinha amigos, mas inimigos era difícil”. Natural do Ceará, Agamenon foi presidente do PCdoB em Itapecerica e candidato a vereador nas últimas eleições, onde obteve 143 votos. Além dos filhos com Cristina, teve mais dois meninos.

Polícia Civil deve concluir inquérito
O delegado de polícia, Israel Rovaroto, que atua no caso de Agamenon, atendeu a reportagem e disse que o inquérito deve ser concluído já nos próximos meses. Segundo Rovaroto, a investigação segue no ritmo normal. Laudos iniciais apresentados pelo Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) apontam que Agamenon não foi espancado. “Até o momento, não há nenhuma evidência que se confirme um assassinato. A perícia feita no local foi minuciosa e agora estamos aguardando outros laudos que vão contribuir para finalizar a investigação”, explicou o delegado. A causa da morte de Agamenon, registrado em atestado de óbito, foi forte “trauma encefálico frontal do lado direito do crânio”. A polícia estuda, ainda, a possibilidade de ouvir novas testemunhas.

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