Morte do secretário de cultura de Itapecerica ainda não foi solucionada
Durante a entrevista, Cristina alternou momentos de fragilidade e emoção. Falou do casamento, dos filhos, da vida profissional de Oliveira e dos momentos finais que antecederam a madrugada do dia 10 de outubro, quando o corpo de Agamenon foi encontrado morto na Praça da Fonte, na região central da cidade, após ter deixado a casa noturna Espaço Terra Natural. Cristina era casada há cinco anos, relacionamento que deu dois filhos para o casal: Diego, 13, e Bruna, 12. Para ela, “Agamenon sempre foi bom marido e bom pai. Dificilmente se metia em confusão”, defendeu Cristina.
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O ex-secretário de cultura de Itapecerica da Serra, Agamenon Rocha
A última conversa entre Cristina e Agamenon foi no dia da morte, por volta das 21h30. “Ele disse que viria embora para casa. Dizia que estava muito cansado. Fiquei esperando e ele não chegava. Quando foi umas 23h liguei novamente e já não consegui mais falar com ele. O celular estava na caixa postal e pensei que ele já estivesse a caminho de casa. Eu não sabia que seria a última conversa que teria com ele”. Nos últimos meses, Agamenon reclamava muito de excesso de trabalho. “Desde quando ele foi para Cultura ele estava muito atarefado”.
A morte de Agamenon deixou a família e amigos surpresos. O Boletim de Ocorrência registrado pela polícia aponta que o corpo tinha escoriações que pudessem indicar queda ou agressão com forte objeto. Uma marca de pancada na testa chegou a levantar a suspeita de que Oliveira havia sido agredido e sofrido um trauma, o levando à morte. Cristina disse que o marido “nunca reclamou de perseguições ou ameaças e dizia que apenas estava muito cansado e sobrecarregado de trabalho. Ele tinha amigos, mas inimigos era difícil”. Natural do Ceará, Agamenon foi presidente do PCdoB em Itapecerica e candidato a vereador nas últimas eleições, onde obteve 143 votos. Além dos filhos com Cristina, teve mais dois meninos.