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Analice Fernandes fala com exclusividade ao Portal O Taboanense

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Redação

19/11/2009 00:00
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Após a queda das vigas do Rodoanel na sexta-feira, dia 13, diversos jornais da grande imprensa publicaram que 10 deputados, entre eles a deputada estadual Analice Fernandes, receberam contribuições das construtoras OAS e Carioca, responsáveis pela obra do Rodoanel.
A reportagem do Portal O Taboanense entrevistou a deputada Analice Fernandes através de e-mail. Todas as perguntas foram enviadas na última quarta-feira, dia 18, e respondidas no mesmo dia pela deputada. A seguir, a entrevista:
Deputada Analice Fernandes, a Sra. recebeu, durante a campanha eleitoral de 2006, a doação de R$ 100 mil da empresa OAS, uma das responsáveis pela construção do Rodoanel. Essa proximidade entre a Sra. e a empresa pode prejudicar as investigações do acidente ocorrido na última semana?

O rodoanel é muito importante para a nossa região, eu fiquei chocada com o acidente. Eu, minha família, meus amigos, meus eleitores passam por ali, praticamente todos os dias. Eu mesma já estive várias vezes visitando as obras. É totalmente absurdo, achar que eu prejudicaria as investigações sobre o acidente.

Esta doação está na minha prestação de contas de campanha. O que não significa de maneira alguma, que não cumprirei meu papel como parlamentar. Tanto é assim que deputados do PT que também receberam doações da OAS querem abrir CPI para investigar o caso. 

Foto: Arquivo do Portal O Taboanense

Analice diz que doação feita pela empresa não irá atrapalhar em nada a apuração do caso

 A Sra. votaria a favor de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as causas do acidente nas obras do viaduto do Rodoanel?

Ainda é muito cedo para dizer. Eu acredito que precisamos aguardar o laudo do IPT e do Instituto de Criminalística para vermos o que realmente aconteceu. Muitas vezes a CPI é usada como palanque eleitoral, e não para apurar realmente o que se passou.

O próprio governador José Serra assim que soube do acidente esteve no local e pediu imediatamente que o IPT iniciasse as investigações. Mostrando uma postura firme e séria, encarando o problema com responsabilidade, diferente do governo federal na hora do apagão.

O governador é o maior interessado em saber o que aconteceu, até porque precisamos aumentar os mecanismos de prevenção.

Qual seu relacionamento com a empresa OAS e porque eles fizeram essa doação para a sua campanha?

Meu relacionamento com a OAS veio de uma parceria com um deputado federal, na época uma dobrada nossa na região, que nos ajudou com o levantamento deste recurso.

 A Sra. pretende participar das investigações que possam vir acontecer na Assembléia Legislativa em relação ao acidente?

Faço questão de participar de perto de todo o processo, até porque não queremos que o acidente atrase as obras do rodoanel, e também queremos que a Concessionária garanta a segurança das pessoas. O rodoanel é uma das obras mais importantes do Brasil, para nossa região ela é fundamental, este acidente que preocupou a todos não pode ser politizado, no sentido de diminuir a importância do rodoanel e dos benefícios que ele irá nos trazer.

Deputada Analice Fernandes, é normal empresas que prestam serviços para o Estado contribuir com campanhas eleitorais de deputados e governadores?

O governo não escolhe as empresas com as quais vai trabalhar. As empresas participam de licitações públicas, perdem ou ganham os processos para prestar ou não determinados serviços.

Muitas destas empresas são doadoras de campanhas políticas independentemente de partido político, elas contribuem não só para governadores e deputados, como para prefeitos, vereadores, senadores e para presidentes da República, o que é legítimo e democrático.

Como a Sra. vê o acidente que ocorreu na obra do Rodoanel? A população precisa ficar preocupada? Os motoristas estão seguros?

O viaduto em que ocorreu o acidente é o último de 136 “obras de arte”, que são estradas suspensas, que compõem os 62 km do Trecho Sul do Rodoanel. Segundo o Dersa os outros viadutos já estão sendo testados pelo tráfego de máquinas pesadas que trabalham obra. O próprio governador José Serra pediu uma fiscalização minuciosa em todo o trecho. Acreditamos que este tipo de acidente não se repetirá, mas temos que aguardar os laudos do IPT e do Instituto de Criminalística para sabermos o que realmente aconteceu.

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