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População teme falta de água em Embu

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Redação

28/09/2009 00:00
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 Por Bruno Anderson, da Gazeta SP

A comercialização de água mineral na região sudoeste da Grande São Paulo vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos. Depois de se consolidar como umas das principais cidades na exploração de fontes, São Lourenço da Serra agora ganhou uma nova aliada: a vizinha Embu das Artes. Com cerca de 60% de toda a sua área protegida por mananciais e fragmentos da Mata Atlântica, o município, há décadas conhecido por sua produção artística, entra para o rol das cidades detentoras de recursos naturais.
 
Nesta semana, a reportagem da Gazeta obteve informações sobre as atividades da empresa Rocha Branca, que vai explorar toda a água da fonte que leva o mesmo nome, localizada na Vila Maria Auxiliadora, região sul do município. O que pode significar um avanço industrial para a cidade, anda tirando o sono de moradores que residem no entorno da área de 25,75 alqueires destinada para exploração. O recurso é o mesmo que abastece centenas de famílias e a discussão sobre o comprometimento com a sustentabilidade da região ganha força.
 
Ouvidos pela Gazeta, moradores se mostraram receosos quanto a problemas futuros. Entre eles, a falta de água e o comprometimento do solo, que ficou prejudicado em razão das obras. Segundo Sieg Fried, um dos últimos herdeiros da família alemã que habita a região por mais de 40 anos, por “algumas vezes já sofremos com a falta de água. A bomba puxa para o poço, mas água custa a subir”. Na região cerca de 80% das casas dependem de poços artesianos para o consumo diário. As demais recebem água de caminhão pipa. O custo estimado para abertura de um poço na região pode chegar a R$ 4 mil.
 
De acordo com a prefeitura, a Rocha Branca, que pertence aos proprietários da rádio Antena 1, possui todo o licenciamento necessário para atuar na exploração da água. A Secretaria de Meio Ambiente realizou estudos e garante que não existe a possibilidade de impactar o consumo diário, “pois a fonte é um recurso renovável e a cidade tem como expandir, se necessário, o encanamento de água por meio da Sabesp”. A empresa também adquiriu autorização de órgãos federal e estadual, como o Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), a Cetesb e o Ministério de Minas e Energia.
 
No município, a empresa obteve inscrição no Cadastro de Contribuinte Mobiliário (CCM), que autoriza a atuação de empresas no município. A Secretaria de Obras, que acompanhou todo o processo de instalação e licenciamento da Rocha Branca, garante que as “certificações foram pautadas em critérios técnicos e com base na legislação”. O presidente da Sociedade Ecológica Amigos de Embu, Leandro Dolenc, preferiu não opinar sobre o assunto. A entidade atua na preservação do meio ambiente há cerca de 40 anos na cidade. A Rocha Branca não se manifestou até o fechamento da edição.


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