Cinema na Laje da Cooperifa debate vida de Wilson Simonal

A chuva caiu incansável durante todo o dia anunciando uma noite gelada na periferia. Mesmo assim, a Cooperifa cumpriu o que prometeu e exibiu um dos documentários mais assistidos do país: “Simonal, ninguém sabe o duro que dei”. A película que conta a história de um dos maiores cantores do Brasil, Wilson Simonal, foi o destaque nesta segunda-feira, dia 24, do Cinema na Laje.

Acontece que a grande sacada da Cooperifa foi extrapolar a exibição do filme e enveredar para o debate sobre a vida de Simonal. Em um bate papo descontraído, o filho do cantor, o também artista Simoninha e os jornalistas Cláudia e Rubinho, com mediação de Roseli Loturco, foram até as entranhas do polêmico Simonal e presentearam o público com histórias deliciosas.

Foto: Eduardo Toledo

Simoninha durante debate na Cooperifa sobre a vida de seu pai, o cantor Simonal
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“Acho que a Cooperifa cumpriu o seu papel, o Cinema na Laje está cada vez melhor, apresentando para comunidade filmes atuais, importantes para a formação de uma identidade própria. Esse documentário da vida do Simonal é espetacular, essencial”, disse Sérgio Vaz após o debate.

A proposta do debate após a apresentação do filme foi uma novidade que deu certo. O que era para acontecer em uma hora, fugiu do roteiro e se estendeu por mais de duas horas. “O Simonal ficou com a fama de ‘dedo-duro’ na época da ditadura militar, mas na verdade era mais um problema social do que político”, afirma Simoninha, filho do cantor.

Entre as fases da vida de Simonal, o início da década de 70, auge do cantor, foi a que mais levantou polêmicas. “Meu pai tinha problemas com a direita e com a esquerda. O sucesso que ele fazia começou a incomodar”, lembra Simoninha. “Ele não tinha formação política, era uma pessoa ingênua”, disse o jornalista Rubinho.

A próxima sessão do Cinema da Laje acontece no dia 7 de setembro, com uma mostra de filmes nordestinos. E como diz Sérgio Vaz, sobre o projeto: “muita luz, pouca câmera e muita ação”.