Quem é mais inteligente: o homem ou a mulher?
Por Alexandre Miano
Quem é mais inteligente, o homem ou a mulher? Pergunta essa feita por milhões de pessoas no mundo inteiro e que desperta polêmica principalmente quando veiculada pelos meios de comunicação.
Eu como estudante de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo e sendo esta uma profissão predominantemente feminina (em nossa turma somos em 25 pessoas: 21 mulheres e só 4 guerreiros!) tenho ouvido coisas e mais coisas, como por exemplo: " com a ascensão da mulher na sociedade elas vão dominar o mundo", "somos as melhores" etc, etc, etc.
Então façamos um teste: peça para um homem falar ao telefone, fritar o peixe e olhar o que seu filho está aprontando no quintal… e tudo ao mesmo tempo! Quem se sai melhor nessa atividade? As mulheres dão um show de proatividade! Ou em prestar atenção a detalhes e cuidar de pessoas, quem tem melhor desempenho?
Mas peça a uma mulher encontrar determinado local onde nunca antes esteve lá, depois peça para ela fazer o caminho de volta. Ou então peça a ela que estacione o carro naquela vaga apertada… Os homens vão se sair melhor! Você já deve ter observado no seu dia-a-dia essas situações, não é? Mas afinal, quem é mais inteligente, o homem ou a mulher? Pergunta essa dificílima de ser respondida, eu particularmente não me atrevo a respondê-la.
A inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair idéias, compreender idéias e linguagens e aprender. Não interessa se você é homem ou mulher: o sexo não diz nada sobre o tamanho da inteligência. É claro que a inteligência da mulher e do homem não se restringem a encontrar caminhos, estacionar carros ou fazer serviços domésticos, mas ser homem ou mulher não influência no quão inteligente uma pessoa é. Isso é fato. Pois os cérebros dos dois sexos são diferentes. Cada um tem aptidões para determinadas áreas, o que influencia em importantes escolhas que vamos fazer ao longo da vida, como a escolha de uma profissão, por exemplo.
Você já reparou que os cursos de engenharia têm muito mais homens do que mulheres? E cursos ligados à área das humanas a predominância é de mulheres? Pesquisas apontam que, de uma forma geral, eles tem mais facilidade em lidar com os números, enquanto elas lidam melhor com questões de linguagem.
As polêmicas, porém, persistem. O que causa essas diferenças? As aptidões de cada sexo são diferentes mesmo? O que causa essas disparidades? Seriam resultados de discriminação, já que as meninas seriam desencorajadas de se dedicar a “coisas de homem”? Ou as aptidões de cada sexo são diferentes mesmo? A resposta é: um pouco de cada.
Começando pela biologia. O que não falta são evidências de algo que você já sabe: as mulheres entendem melhor de pessoas; os homens, de coisas. Elas são mais habilidosas para saber o que o outro está sentindo, enquanto eles levam mais jeito com objetos, ferramentas, sistemas mecânicos. “Grande novidade”, diria qualquer um. Mas existe uma novidade, sim. Estudos recentes mostram que essas características se manifestam desde os primeiros momentos da vida, o que põe em xeque a teoria de que esse tipo de comportamento é resultado apenas da sociedade – que “doutrinaria” ao dar bonecas a elas e caminhõezinhos a eles.
Só precisamos tomar o cuidado para não generalizar: tudo o que se sabe são apenas dados estatísticos. Falar sobre as aptidões intelectuais de cada sexo é como avaliar a altura média da população. Os machos são mais altos? Sim, mas isso não significa que não existam mulheres maiores que homens. Sem falar que, quando o assunto é a mente, as diferenças são mais sutis. E o que não falta são mulheres mais competentes que homens mesmo em ciências exatas – e por outro lado homens que se desempenham melhor que mulheres em inúmeras atividades até então consideradas exclusivamente femininas. Cientistas apontam em seus estudos muitos homens com “cérebros femininos”, que preferem pessoas a coisas, e mulheres com “mentes masculinas”, que preferem coisas a pessoas.
Então, a pergunta inicial não é lá muito apropriada. É mais útil perguntar quais as inteligências que uma pessoa possui, demonstradas pelos resultados que ela consegue obter. Ou seja, você pode se considerar inteligente para um objetivo específico se tem uma estratégia específica para atingi-lo ou se pode elaborar uma quando necessário. E quanto mais fácil obter os resultados, maior o grau de desenvolvimento de cada inteligência.