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Samu está proibido de atender ocorrências na Régis Bittencourt

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Redação

11/02/2009 00:00
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A queda de braço entre a prefeitura de Taboão da Serra e a concessionária OHL vai muito além da tentativa de municipalizar o trecho que corta a cidade. Nesta semana a empresa, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, proibiu que funcionários municipais realizassem a limpeza e jardinagem do canteiro central, no Lago do Taboão. Até o Samu está impedido de realizar o socorro de vítimas de acidentes na Régis Bittencourt.
 
Recentemente a rodovia passou por um processo de licitação e a concorrência foi ganha pela Autopista Régis Bittencourt, uma empresa do grupo da OHL, de origem espanhola, que detém o direito de exploração da rodovia por 25 anos, mediante a cobrança de pedágio. O processo licitatório realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) não levou em consideração que neste trecho da cidade a estrada não se apresenta como uma rodovia, uma vez que o seu tráfego ser essencialmente urbano. 

Foto: Eduardo Toledo

Policial rerdviário discute com Claudinei Pereia: mais uma proibição

 
Segundo Claudinei Pereira, secretário de trânsito e transporte, para Taboão da Serra a Régis Bittencourt é, na verdade, uma “grande avenida”. “A prefeitura está proibida de fazer qualquer tipo de manutenção e operação de trânsito no trecho da Régis Bittencourt que passa pelo município”, afirma.
 
Com a proibição da ANTT, os semáforos passaram a ser comandados pela concessionária. Os agentes da prefeitura não podem sequer orientar os motoristas ou mesmo multar nenhum veículo no trecho da rodovia. O resultado é o trânsito caótico que Taboão da Serra enfrenta todos os dias.
 
“É uma vergonha o que está acontecendo, gasto mais tempo para chegar até a Francisco Morato do que levo para chegar em Pinheiros”, diz o bancário Josué Henrique, que mora no Pq. Pinheiros e todos os dias enfrenta o congestionamento da Régis Bittencourt. “O pior é que não tem para onde fugir, está tudo um nó”, reclama.
 
O cúmulo da proibição da ANTT é em relação aos atendimentos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que conta com três viaturas na cidade e que não pode mais fazer nenhum socorro na rodovia. Todos os acidentes ocorridos na Régis Bittencourt só podem ser atendidos pelas viaturas do serviço de urgências da OHL, que nem sempre é tão rápido quanto o Samu.
 
Confusão
 
No último sábado, dia 7, a prefeitura organizou equipes para a limpeza dos canteiros centrais da rodovia que estão com lixo acumulado, entulho e mato alto. Durante a operação de limpeza, a Polícia Rodoviária impediu que a prefeitura fizesse a intervenção na área, chegando a ameaçar de prisão o secretário de trânsito e transporte Claudinei Pereira.
 
O imbróglio gerou revolta entre moradores e funcionários. O fato gerou uma grande discussão na Câmara Municipal. O vereador Olívio Nóbrega apresentou um requerimento pedindo explicações da Polícia Rodoviária Federal. Além disso, os parlamentares querem uma reunião com dirigentes da ANTT para resolver a questão.
 
“Taboão da Serra não pode ficar refém da concessionária por nenhum motivo. A autonomia do município para cuidar do trânsito está seriamente abalada. A ANTT precisa rever essa determinação e mudar os termos contratuais com a concessionária. Nós não vamos aceitar essa ingerência na nossa cidade”, afirmou Olívio Nóbrega durante a sessão desta terça-feira.
 
Indefinições
 
Na última semana representantes da OHL estiveram reunidos com uma comissão da prefeitura para explicar as intervenções que estão sendo feitas na rodovia. A prefeitura quer municipalizar o trecho da estrada, transformando a via em uma grande avenida. “Nós queremos que seja uma avenida de inclusão e não uma rodovia de exclusão”, disse Claudinei Pereira.
 

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