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Coleta de produtos recicláveis incentiva geração de renda no Taboão

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Redação

24/11/2008 00:00
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A coleta de materiais reciclados está se consolidando cada vez mais como uma importante alternativa de geração de renda em Taboão da Serra. Atualmente, estima-se que existem na cidade cerca de 1.000 pessoas que trabalham coletando esses materiais porta a porta. Elas encontram a dignidade propiciada pela geração de renda num local considerado improvável até pouco tempo: o lixo. Os catadores comprovam diariamente que é possível encontrar riqueza entre os produtos que as pessoas dispensam. Apesar da grandiosidade do negócio não há uma estimativa de quanto o setor movimenta.
 
A quantidade de catadores na cidade cresce proporcionalmente a quantidade de galpões destinados ao recebimento desse material, que posteriormente é vendido para as empresas que reutilizam esses produtos e os lançam de volta ao mercado. Nesse ciclo, todos saem ganhando, apesar dos catadores acabarem sendo a parte menos beneficiadas na geração de recursos.
 
“Eu gosto de trabalhar assim. Esse dinheiro é muito importante pra mim. Eu pago as contas e a prestação da geladeira com ele”, afirma dona Josefa da Silva, 68 anos. Ela mora na rua Salvador Panza, no Jardim Saint Moritz, onde é bastante conhecida pelo trabalho que faz.
 
Ela conta que o cobre é o produto mais valorizado no mercado da reciclagem, mas adianta que é muito difícil de encontrar. A catadora afirma que trabalha principalmente com papelão e reclama da queda no preço do produto. “O quilo custava R$ 0,16 centavos e agora baixou para R$ 0,03. Na semana passada eu juntei R$ 62,00 de papelão. É muita coisa”, relata.
 
O universo da reciclagem é repleto de disparidade. Mas, a despeito delas, os catadores vencem a falta de opções de emprego, a baixa escolaridade, o preconceito e ainda dão uma lição prática de respeito ao meio ambiente. Exatamente por isso, em todo o País, as cooperativas de catadores surgem cada vez mais fortes e organizadas. Em Taboão da Serra, ainda este ano, 31 catadores vão constituir uma cooperativa. Eles estão sendo orientados pelas Secretarias Municipais de Obras e Desenvolvimento Econômico e pelo Sebrae.
 
“Tem famílias inteiras que dependem do lixo. Muitas delas saem para coletar fora de Taboão”, afirma Trindade Martins Izidoro, responsável pela organização do Projeto de Reciclagem, que será implementado em breve no Taboão, com recursos do Ministério das Cidades.
 
Ela explica que 31 catadores de papel já estão interessados em ingressar na Cooperativa, que vai funcionar no Record, região de grandes catadores. Atualmente, segundo ela está sendo feito o levantamento dos documentos para abrir. “A Cooperativa será constituída no dia 6 de dezembro. Estamos fomentando que eles serão agentes ambientais”, argumenta, lembrando que ela vai se chamar Cooperzagatti.
 
De acordo com Trindade, os catadores atuam em várias categorias, por essa razão a renda obtida pelos mesmos é bastante variada. “Tem gente que tira R$ 20,00 por semana, outros tiram R$100,00. Depende do que eles coletam e de quantas pessoas estão envolvidas”, informa.

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