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Carros de som “infernizam” a vida dos taboanenses
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Apesar dos carros de som serem a principal estratégia de publicidade utilizada pelos candidatos em Taboão da Serra, os eleitores reclamam que o uso abusivo dos mesmos está aumentando muito a poluição sonora no município. O problema ocorre em todos os bairros, e para a infelicidade da população irá se estender até poucos dias antes da eleição. Seja na periferia, ou na região central da cidade, os carros de som não dão trégua aos ouvidos, e o que era pra ser positivo acaba motivando a ira dos eleitores.
Nas avenidas mais movimentadas de Taboão da Serra bastam alguns poucos minutos para que dezenas de carros de som trafeguem pelo local. Quem trabalha nessas regiões é obrigado a conviver com o barulho em excesso. Alguns desses veículos utilizam som com volume moderado, mas muitos preferem volume alto. Quando esses passam é impossível ouvir e ou ser ouvido.
Foto: Sandra Pereira | Portal O Taboanense
A vendedora Fabiane Silva: ninguém agüenta mais
“Não vejo a hora de acabar isso. Ninguém agüenta mais esse barulho infernal nas ruas. São tantos carros de som passando na rua que muitas vezes o barulho feito por eles acaba se misturando”, dispara a vendedora Fabiane Silva.
Para ela, o barulho em excesso prejudica os candidatos, já que os eleitores acabam se chateando. Além disso, ela também reclama dos jingles. “A maioria é horrível e repetitiva. Quem já tem mandato diz que é o melhor, quem não tem promete que revolucionar a cidade”, aponta.
Quem também não anda muito satisfeita com o barulho provocado pelos carros de som é a dona-de-casa Augusta Santana, 40 anos. Ela mora no Jardim Saint Moritz e diz que não agüenta mais ouvir as músicas dos candidatos. “Tomara que já acabe”, sustenta.
Já os dois filhos dela não só gostam dos jingles como também de acompanhar os carros de som. “Eles ficam brincando atrás dos carros e ficam cantando as músicas dos candidatos”, afirma.
Pior do que ouvir jingle uma vez é ouvi-lo o dia inteiro. O motorista que vamos chamar de João conhece de perto o problema. Desempregado há oito meses ele encontrou na atividade uma forma de ganhar dinheiro até a chegada da eleição. “Não é fácil passar o dia inteiro dirigindo e ouvindo a mesma música. Quando eu chego em casa parece que ela está dentro da minha cabeça”, admite, acrescentando que como não tem outra alternativa o jeito é continuar no trabalho. “Já coloquei até algodão no ouvido”, revela.
Flagrante de descumprimento à lei
Mesmo a legislação eleitoral proibindo o uso de carros de som a 400 metros de distância de escolas, hospitais e delegacias, o que se vê em Taboão é um desrespeito total à lei. Em apenas 15 minutos na frente da Emef Terezinha Volpato, localizada na Avenida Cid Nelson Jordano, a reportagem do Portal O Taboanense flagrou na última quarta-feira, dia 28, 19 carros de som passando com o som ligado pelo local.
A movimentação deles no local é tão intensa, que os alunos disseram durante a saída que fica difícil se concentrar durante às aulas. “Tem hora que a gente não escuta a professora falar”, relata uma aluna da 3ª série.
Foto: Sandra Pereira | Portal O Taboanense
Carros de som não desligam os jingles em frente as escolas
Ela conta que a professora dela às vezes fica em silêncio enquanto os carros de som passam por perto da escola. A menina disse ainda que em vários momentos os colegas ficam cantando as músicas e atrapalhando a aula.
Uma comerciante que mora em frente à escola afirma que é impossível saber a quantidade de carros de som que passam no local diariamente. Ela observa que eles começam a circular logo no começo do dia e só param quando já é noite.
Ao tomar conhecimento de que é proibido usar o som perto da escola ela dispara: “Se vier uma fiscalização vai levar muita gente presa. E nem vai precisar demorar pra ver carro de som passando ligado”, conclui.