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Escola abre espaço para a comunidade e vence vandalismo

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Redação

08/04/2008 00:00
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A diretoria da Emef  Paulo Freire, no jardim Saporito, conseguiu pôr fim aos constantes atos de vandalismo que aconteciam no local abrindo espaço para a comunidade dentro da escola. Os diretores da instituição de ensino perceberam que de nada adiantaria elevar a altura dos muros, instalar cercas e colocar vigias para tomar conta do prédio. A constatação evidenciou a necessidade de trabalhar junto com os moradores da região, levando os mesmos a perceber a importância da escola, interagindo, cedendo espaços e incentivando o uso das salas e equipamentos de forma responsável.
 
A parceria entre a escola e a comunidade está dando tão certo que os moradores começam a se dispor a trabalhar voluntariamente, dentro da sua área de atuação, para ajudar a diretoria. Recentemente, um jardineiro se ofereceu para capinar o mato e podar as plantas, um eletricista consertou as lâmpadas e luminárias destruídas anteriormente, e uma mulher se ofereceu para ajudar na pintura do prédio. Agora, a escola abre nos finais de semana para a realização de cursos e eventos em geral.

Foto: Sandra Pereira | Portal O Taboanense

Francisco José, diretor da escola, que conseguiu mudar a realidade

 
O desejo dessas pessoas de ajudar a escola está deixando a diretoria ainda mais otimista e cada vez mais consciente de que o caminho para a preservação da instituição de ensino passa pela conscientização da comunidade. “Os moradores estão vendo que a escola também é deles”, comemora o professor e diretor da Emef Paulo Freire, Francisco José Nato.
 
Ele afirma que logo após assumir a diretoria da escola, em março de 2007, percebeu que os atos de vandalismo como quebrar vidraças, arrombar portas, pixar as paredes, destruir o telhado, entre outras ações eram uma realidade comum. Os casos eram tantos, que existiam diversos Boletins de Ocorrência relatando o assunto. “Mostramos que com responsabilidade podíamos abrir a escola para a comunidade”, relembra.
 
Segundo o diretor, entre os meses de março até dezembro do ano passado não foi registrado mais nenhum ato de vandalismo na escola. Entretanto, em janeiro deste ano um grupo de adolescentes aproveitou as férias escolares e invadiu o local. “Deus escreve certo por linhas tortas, pois a partir desse fato vimos que o caminho era conscientizar a comunidade. A oportunidade veio quando uma comissão de moradores nos procurou pedindo um espaço para armazenar cimento”, relata.
 
Francisco José conta que aproveitou a oportunidade e conduziu o grupo pela escola mostrando em detalhes o que os adolescentes invasores fizeram no local. “Na mesma hora vimos que eles tomariam providências. Muitos deles já sabiam o que já estava acontecendo e se comprometeram a ficar mais vigilantes”, sustenta.
 
Para outros diretores que enfrentam problemas similares Francisco José orienta que o caminho é se aproximar sem medo da comunidade. “Os diretores têm que se expor. Tem que entrar na comunidade”, pondera.
 
Quem também defende essa interação é a assistente da diretoria, Vanessa Nogueira de Souza Magalhães, ela aponta que quando os diretores se fecham dentro da escola a comunidade grita. “Uma das formas de grito mais comuns é o vandalismo”, argumenta.
 
Ela afirma que a escola está se tornando uma referência no combate ao vandalismo. Além disso, participam mensalmente de uma reunião com representantes do poder local, entre os quais estão comerciantes, moradores e empresários, que discutem as situações locais, fazem sugestões e avaliam casos concretos.

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