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Trotes para o Samu de Taboão da Serra chegam a 43% das ligações

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Redação

25/03/2008 00:00
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A elevada quantidade de trotes registrados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Taboão da Serra está obrigando os dirigentes do setor a adotar medidas para combater o problema. Nos dois primeiros meses deste ano foram registradas 3.510 chamadas no 192, sendo que 43% das ligações foram totes.

Os trotes são comuns em todas as cidades onde o serviço funciona e trazem sérios transtornos, já que provocam o deslocamento desnecessário das equipes, tomam tempo e até podem acarretar atrasos no atendimento de necessidades reais. Em janeiro e fevereiro o Samu registrou 1.533 trotes, a maioria feito por crianças.

O problema não é registrado apenas em Taboão da Serra. Durante o último carnaval, o Samu de Fortaleza registrou 50% de trotes nas ligações. Já em Mato Grosso, 74% das chamadas feitas para o 192 são trotes. Porém, o recordista em todo o Brasil é Porto Alegre, onde 78% das ligações são falsas.

Foto: Divulgação | Prefeitura de Taboão da Serra

Samu foi inaugurado em fevereiro do ano passado na cidade

“É uma brincadeira de mau gosto”, dispara o superintendente de Urgência e Emergência e diretor do Samu do Taboão, Sérgio Rodrigues. Ele afirma que na tentativa de combater a prática, os dirigentes do serviço na cidade vêm adotando medidas que tentam minimizar o problema. Uma bina – aparelho que registra o número de onde se originou a ligação – foi instalada a fim de identificar a origem das chamadas.

“Depois do chamado o médico regulador retorna a ligação para o número registrado a fim de obter mais informações sobre a ocorrência. Durante esse processo, na maioria das vezes é possível identificar se estamos diante de um caso real, ou de uma brincadeira”, explica, acrescentando estar otimista que a medida possa reduzir o percentual de trotes.
 
Segundo o diretor, durante o mês de janeiro deste ano o Samu recebeu 1.410 chamados dos quais 849 eram trotes. Já em fevereiro o número de chamadas subiu para 2.100, enquanto a quantidade de trotes registrados caiu para 684.
 
Apesar da redução, o número ainda é considerado alto. A expectativa do diretor é de que a partir do reconhecimento da importância do trabalho que o Samu realiza na cidade número de trotes sofra uma redução.
 
“O Samu ainda é um serviço novo na cidade. Acredito que com o passar do tempo as pessoas vão reconhecer a sua importância e esse tipo de problema vai deixar de acontecer”, pondera otimista.
 
Sérgio Rodrigues destaca que em alguns casos é preciso pedir apoio da Guarda Civil Municipal. Mas, como a legislação brasileira não coíbe esse tipo de prática nada pode ser feito. Já em países como a França, por exemplo, quem prejudica os serviços de emergência passando trote pode até mesmo ser preso.

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