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Cidades da região produzem mais de 13 mil toneladas de lixo por mês

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Redação

11/06/2017 00:00
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Na Semana do Meio Ambiente, a Gazeta aborda o destino dos resíduos sólidos nas três maiores cidades da região sudoeste da Grande São Paulo. Juntas, Embu das Artes, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra produzem mensalmente mais de 13 mil toneladas de lixo e gastam mais de R$ 6 milhões com a coleta, manuseio e destinação do lixo.

Além do alto custo, uma das principais dificuldades que as administrações encontram é conseguir cumprir todas as etapas para o descarte legal dentro das normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), como por exemplo, ampliar a coleta seletiva, diminuir a geração de resíduos e enviar o lixo para os aterros legalizados.

Cooperativa de Reciclagem Matéria Prima de Embu (Coopermape) de Embu das Artes | Thiago Neme / Gazeta de S. Paulo

As normas da PNRS, estabelecidas pelo governo federal através da lei nº 12.305/10 tem como principal objetivo permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

E é com foco no cumprimento da lei que a Prefeitura de Embu das Artes, recolhe cerca de 5.600 mil toneladas de lixo por mês nos bairros e encaminha tudo para um aterro sanitário, no Jardim Santo Antônio, no próprio município, onde lá é tratado de acordo com as normas. O aterro recebe mais de 25 caminhões carregadas de lixo diariamente.

De acordo com a administração, mais de R$ 1,8 milhões são gastos mensalmente no tratamento e descarte desses resíduos no local.

O lixo na cidade é recolhido pela empresa Enob, que após fazer a coleta dos bairros segue para o aterro. No local, o caminhão é pesado e após isso é liberado para descarregar.

Antes de receber as camadas de resíduos, o terreno do aterro foi impermeabilizado e um sistema de drenagem foi construído. Só então o lixo é depositado, compactado e aterrado. Debaixo da terra, ele se decompõe. Gera um gás poluente – o metano -, e um líquido que pode contaminar o solo – o chorume. Por conta deste chorume, a lei estabelece que os aterros podem ter uma vida útil de, em média, 20 anos. O aterro de Embu completou 34 anos, mas já teve seu tempo de uso prolongado.

Os municípios vizinhos, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra não possuem aterros na cidade, o que aumenta ainda mais o custo do serviço, e encaminham toda a coleta de lixo para o aterro de Caieiras, um dos maiores do País, também na Grande São Paulo.

A cidade de Itapecerica da Serra produziu nos quatro primeiros meses deste ano, cerca de 1,2 mil toneladas de lixo e gastou por mês mais de R$ 1 milhão para o tratamento correto dos resíduos.

Já a cidade de Taboão da Serra não informou os números atualizados deste ano. Mas, segundo dados do ano de 2013, o município de 240 mil habitantes produzia 7 mil toneladas de lixo doméstico por mês e a prefeitura gastava, na época, cerca de R$ 3 milhões com o serviço.

Caieiras.  O aterro de Caieiras tem uma área de 3,5 milhões de m² e recebe mais de 10,5 mil toneladas de lixo por dia. Segundo a empresa responsável pelo local, a Essencis Soluções Ambientais, o aterro recebe o lixo da Capital e de outros 15 municípios da região metropolitana de São Paulo.

Reciclagem. A coleta seletiva tem um papel fundamental para que os municípios alcancem uma das metas da Política Nacional de Resíduo Sólido, que é o de reeducar os brasileiros com o descarte de lixo e assim diminuir os impactos ambientais em todos os municípios do Brasil.

Com foco nessa meta a Cooperativa de Reciclagem Matéria Prima de Embu (Coopermape) realiza um trabalho de reciclagem e coleta seletiva em um espaço dentro do aterro sanitário de Embu das Artes.

“Acreditamos que o trabalho poderia ser ainda mais grandioso, já que as pessoas ainda descartam lixo que poderia ser reciclado. De 100% da coleta seletiva que trabalhamos aqui, conseguimos aproveitar mais de 80%. São caixas de leite, garrafas, cadernos, latinhas e papéis de escritório, os materiais que mais separamos”, disse a coordenadora de galpão, Andreia Brás.

Ainda segundo a coordenadora “o material chega nos caminhões, é despejado em uma esteira onde os outros funcionários fazem uma nova separação, dessa vez por estilo de material. Depois de separados, eles são encaminhados para a compactação e depois ficam disponíveis para as empresas recicladoras”.

Além de Andreia Brás, outras 19 pessoas trabalham diariamente das 8h às 17h no local, compondo uma carga horária de 40 horas semanais. A Coopermape recebe 8 toneladas de coleta seletiva por dia.

O funcionário Carlos Silva, de 44 anos, trabalha na triagem da coleta e na compactação. “É um trabalho muito importante, e que as pessoas tem muito preconceito ainda. Deveriam dar mais atenção e investimento à coleta seletiva. Vemos que as pessoas descartam coisas que dão pra ser aproveitadas e que se não fosse a coleta seletiva, já iria direto para o aterro, um desperdício”, destacou Carlos Silva.

Juquitiba. Ainda na região, a Prefeitura de Juquitiba anunciou em maio, que o lixão que funcionava de forma irregular na cidade foi interditado. O local que inicialmente seria uma área de transbordo e faz parte da Área de Proteção dos Mananciais recebia nos últimos anos os resíduos do município. Segundo a Cetesb, a cidade já havia sido autuado nove vezes, entre multas e advertências.

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