Fernandes fala sobre política, sucessão e reajuste dos servidores
Após a inauguração do Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, no último dia 25, o prefeito Fernando Fernandes falou com a imprensa regional sobre o momento político que a cidade vive. Dois dias antes, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade um requerimento pedindo um estudo para reajuste salarial dos servidores municipais, além da implantação do vale-transporte.
O pedido causou estranheza principalmente pela iniciativa ter partido da base aliada do governo, o que deixou Fernandes em uma saia justa com os servidores. Na mesma sessão, importantes mudanças políticas marcaram o posicionamento interno dos vereadores. Rita da Saúde e Priscila Sampaio deixaram o grupo comandado por Nóbrega e passaram a integrar o G7, onde já estavam Joice, Marcos Paulo, Onishi, Cido, Egydio, Johnatan 90 e Moreira.
No xadrez político, a mudança tem grande significado principalmente na distante sucessão de Fernandes, em 2020. Mas a preocupação do governo é um conflito interno entre os vereadores, que pode respingar na administração. Com 12 vereadores eleitos pelo seu time, era difícil avaliar uma desunião tão cedo na base.
Fernandes, que evita comentar publicamente questões políticos internas do seu governo, desta vez falou abertamente sobre o momento de instabilidade que a política taboanense vive. Sobre a “faca no pescoço” colocada pela sua base, ele ponderou: “agora eles [vereadores] vão ter que raciocinar, sentar com a gente. E a resposta que a gente vai dar para o funcionalismo, aí eles vão ter que participar também”.
Sobre a greve de parte dos servidores da educação, que já dura mais de um mês, Fernandes voltou a dizer que não reconhece a paralisação e disse que os servidores que pararam estão cometendo “um grande erro”.
A seguir, os principais pontos da entrevista coletiva
Sobre o pedido de reajuste e implantação do vale-transporte
“Na verdade a gente tem que ter muita responsabilidade. O Brasil está atravessando um momento muito difícil […] Quando você vai dar aumento, fazer alguma coisa você tem que ter responsabilidade, vê se você pode arcar com isso […]Eu não vou ficar com responsabilidade que eu não possa cumprir […]Precisamos ter um pouco de calma, tranquilidade, observar a arrecadação. Eu sempre manifestei, alias eu tenho esse compromisso com o funcionalismo. Assim que eu tiver uma melhora da arrecadação eu vou dar um aumento.”
Base está e estará junta?
“Eles [os vereadores] foram envolvidos em uma emoção ali no momento, agora eles vão ter que raciocinar, sentar com a gente. E a resposta que a gente vai dar para o funcionalismo, eles vão ter que participar também”.
Solução provisória: “abonos”
“Acho que nesses momentos críticos você deve dar abonos, porque os abonos não incidem em encargos para o município, então fica menos pesado. Segundo, se houver qualquer problema você pode tirar o bônus. Isso não acarretaria grandes problemas. Eu sou favorável a isso. Agora precisamos ter responsabilidade”.
Sucessão
“Tem um pano de fundo essa história, é uma disputa interna na Câmara. Dois grupos, e atrás desses grupos existem manobras para poder atingir os objetivos. Eu espero que isso seja contido na Câmara. Que essas disputas não sejam trazidas para o governo. Eu tenho 12 vereadores […] Isso é política, é direito de todo mundo. Meu projeto para Taboão da Serra é governar. Eu espero tê-los como meus parceiros no governo […] Tem a sucessão, todo mundo tem direito a querer ser prefeito. E eles vão se organizar para atingir seu objetivo que é ganhar a eleição. Agora o que não pode, é que esses interesses políticos afetem a governabilidade”.
Greve dos servidores da educação
“Não reconheço a greve, primeiro que o número de funcionários que está participando é muito pequeno. Segundo que existe um entendimento no STF que greve só é aceita quando não há pagamento de salário, por aumento greve não é mais aceita. As paralisações organizadas, combinadas com os dois lados, aí sim poderiam ser feitas. Simplesmente parar, não estou trabalhando, estou em greve, no STF não é mais aceito. Eu acho que esses funcionários estão cometendo um erro grave, daqui a pouco eles vão ter abandono de emprego”.