Revoltados, moradores cobram mais segurança no Jd. Monte Alegre

* O nome dos moradores que fizeram reivindicações e relataram casos de violência tiveram suas identidades preservadas pela reportagem

A primeira reunião do ano do Conselho de Segurança da região central de Taboão da Serra levou um grande número de moradores ao auditório do Senac, nesta quarta-feira, dia 22. A grande maioria dos participantes são residentes do Jd. Monte Alegre, bairro que vem registrando um aumento no número nos casos de violência, inclusive um latrocínio que chocou a cidade.

As reuniões quase sempre protocolares do Conseg foram chacoalhadas nesta quarta-feira. Revoltados, moradores cobraram das autoridades municipais e das Polícias Civil e Militar ações efetivas para o combate da criminalidade. “Há 10 dias mataram o Seu Nelson na porta de casa, ontem houve tiroteio entre a polícia e bandidos. Todos os dias acontecem roubos, está insuportável, queremos uma solução”, disse uma moradora.

Diversos moradores relataram experiências de violência vividas no bairro. “Entraram na minha casa e levaram tudo o que eu tinha. Mesmo com minha casa sendo monitorada, levaram tudo. Infelizmente, não por culpa dos policiais, eles não teriam efetivo para investigar o roubo na minha casa. Só viria a investigação se houvesse vítima. E semanas depois, houve uma vítima no meu bairro. Não precisava chegar nesse ponto de ver um pai de família assassinado por invasão de domicílio”, disse outro morador.

Emocionada, uma moradora relatou o absurdo que sua família passou no ano passado. “A violência no Monte Alegre não é de hoje. Minha mãe foi atropelada pelos bandidos para que eles pudessem roubar a bolsa dela. Ela ficou um ano e dois meses se recuperando, mas o psicológico ninguém recupera”.

Além de pedir mais policiamento e uma base móvel da GCM no bairro, os moradores reivindicaram a troca de iluminação da avenida José André de Moraes. “Ali é muito escuro, a rua deserta. Em menos de um mês já temos dois casos de moradores que foram baleados, nem dá pra contar quantos casos de assaltos”, relatou um residente local.

No ano passado duas moradoras passaram de casa em casa recolhendo assinaturas para um abaixo assinado pedindo a instalação de uma base móvel da PM no bairro. “Entregamos há um ano e até agora não tivemos retorno algum. A tragédia com o Seu Nelson foi uma tragédia anunciada. A gente pediu uma base no bairro, dizendo como é perigoso. Hoje essa sala está cheia, lotada, porque o Seu Nelson Morreu”.

Uma moradora relatou o desespero dos moradores do bairro. “Todo dia tem alguma coisa, é assalto, roubo a celular, bolsa, até marmita estão roubando. Nós estamos esquecidos”. Tanto a Polícia Militar quanto a GCM prometeram intensificar as rondas no bairro. Apesar da situação dramática, não existe um plano de atuação em conjunto entre as polícias no Jd. Monte Alegre.

Mais reclamações

Moradores de outros bairros também levaram demandas para as autoridades. Representantes do Jd. Maria Rosa pediram que a prefeitura aumentasse o monitoramento por câmeras de vigilância. O vice-prefeito Laércio Lopes disse que já existe um estudo para a ampliação dos equipamentos, mas além das câmeras é necessário ter uma internet de qualidade para a transmissão das imagens. “Já existe um estudo para monitorar a cidade, estamos trabalhando pra isso”.

Outra moradora do Jd. São Miguel reclamou dos ônibus que estacionam na rua Salvador Branco de Andrade, no Jd. São Miguel, próximo ao Senac. “Os bandidos aproveitam e se escondem atrás desses veículos e surpreende os moradores”, relatou. Apesar da cobrança, a moradora elogiou. “Já esteve pior, depois da reunião que tivemos aqui em novembro melhorou bastante”.

Participaram da reunião o novo comandante da GCM, Sandro Léo, o delegado Ivan, representando a Polícia Civil, o tenente de Jesus, da Polícia Militar, o vice-prefeito Laércio Lopes e os vereadores André Egydio e Cido.

Próxima reunião

O Conselho de Segurança volta a se reunir em março, no dia 29, na escola Julieta Caldas Ferraz, no Jd. Monte Alegre, a partir das 19h30.