O verdadeiro legado da olimpíada foi a nossa alegria
A Olimpíada acabou. Ah que pena! Estávamos meio desconfiados, sem empolgação no começo, mas foi só assistirmos a cerimônia de abertura dos jogos que tudo mudou. Nós sentimos orgulho. Orgulho de sermos brasileiros, orgulho de recebermos todos os povos em nosso país e orgulho de termos atletas com garra e sim muitas chances de medalha.
No decorrer dos jogos, a empolgação só aumentou e aí veio o nosso primeiro ouro: Rafaela Silva. Que coisa mais linda aquela menina, que tem tudo muito nosso. O sorriso, o jeito, a garra, a força, a vontade, a história, a perseverança, a luta, o Silva.
Comemoramos muito com a Rafaela, e depois ficamos mais felizes com mais medalhas no judô, com mais medalha na ginástica e de repente no atletismo. Thiago Braz saltou mais de 6 metros com a vara e nos levou às alturas.
Tudo bem. Tivemos derrotas, não somos os primeiros colocados no quadro de medalhas. Mas nunca fomos de termos os melhores números, não é mesmo?! Temos sim as melhores pessoas, aquela maneira única de nos comunicarmos até com quem não fala a nossa língua: o sorriso.
Sorrimos muito, nos divertimos e brigamos. Ah sim, porque briga também é com a gente. Não basta torcer, o brasileiro quer jogar junto. Fomos par a quadra, para o campo, para a pista e vaiamos, tudo e todos. Só aplaudimos os nossos. Que coisa feia. Feio nada, por acaso existe algum manual do torcedor? Não existe e é impossível conter a nossa empolgação. Tá. Faltou um pouco de respeito pelo adversário, é verdade, mas os brasileiros são muito competitivos e levam tudo muito a sério ou nem tanto.
Sério mesmo foi o nadador norte-americano Ryan Lochte achar que poderia inventar um assalto no Rio e voltar para o seu país falando mal da gente. Aqui não! A gente é ‘tiro, porrada e bomba’, mas quando não tem isso, não adianta mentir.
Ele e seus amigos acharam que a bagunça depois da festa ia ficar por isso mesmo, mas felizmente a polícia fez o seu trabalho e descobriu a farsa de Lochte. Não houve assalto, mas houve estupro. Dois boxeadores, um dos Marrocos e um da Namíbia agarraram camareiras da Vila dos Atletas. Acharam que iam sair impunes, mas foram presos.
O verdadeiro legado, o que vai ficar desses jogos olímpicos é que o brasileiro fez a festa que todos esperavam dentro e fora das competições. Acolhemos a todos com a nossa alegria, nosso jeito de ser, nossa hospitalidade. Protestamos, nos indignamos, mas no fim nos entregamos ao esporte e a grande paixão do brasileiro que é ser feliz.