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Irredutível, mulher completa 48 horas acorrentada na Câmara

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Redação

04/08/2016 00:00
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Vereadores, padre, psicólogos, parentes, médicos e representantes dos movimentos habitacionais bem que tentaram, mas a moradora Joselina Maria Rodrigues Garcia permanece irredutível e garante que, mesmo depois de 48 horas acorrentada em uma pilastra do plenário da Câmara Municipal, não deixa o local sem uma solução para suas reivindicações.

Joselina acusa os movimentos habitacionais Família Feliz e Bem Viver de a expulsarem do projeto, com isso ela perdeu o direito de ter “seu apartamento”. De acordo com a mulher, a atitude dos organizadores foi radical, “não houve motivos”. Ela também defende a volta de outras 150 famílias que teriam sido substituídas do movimento após discordância.

Joselina ouve de Terezinha que movimento aceita discutir sua volta, mas ela não aceita proposta | Reprodução

Joselina vem recebendo atendimento médico, mas nem mesmo para ser atendida ela abre o cadeado que a acorrenta. Ela agora também se recusa a conversar com a imprensa regional que vem cobrindo o caso. Na manhã desta quinta-feira, duas psicólogas da prefeitura conversaram com Joselina, mas deixaram o plenário sem conseguir demovê-la do seu protesto.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Cido, disse que a princípio não irá impedir que Joselina realize sua manifestação, mas vem demonstrando preocupação com a saúde dela. “É um direito dela protestar, mas também não podemos ignorar a questão da integridade física dela, estamos conversando com ela e com o corpo jurídico da Casa para buscar uma solução”.

Nessas 48 horas Joselina recebeu atendimento médico, foram realizados alguns exames, entre eles teste de glicose e aferição de pressão arterial, ela foi alimentada e recebeu água. Ela está utilizando um balde para fazer suas necessidades fisiológicas.

Na tarde de terça-feira, dia 2, Terezinha da Silva, representando os movimentos habitacionais Bem Viver e Família Feliz foi até a Câmara Municipal conversar com Joselina, na tentativa de fazer a mulher desistir do protesto. Mas não obteve sucesso.

Joselina conta que em 2015, durante uma assembleia dos movimentos, os diretores chamaram a polícia para ela. “Saí daqui algemada, fui humilhada dentro da Câmara de Taboão da Serra, só saio daqui quando eu receber meu apartamento. Quero que as 150 famílias do Maria Helena voltem também”.

De acordo com Terezinha, as 150 famílias foram expulsas, juntamente com Joselina, por não aceitarem os termos apresentados para o projeto, que irá construir 500 moradias. “Ela não obedece, não respeita ordens. Ela é muito difícil. Tínhamos tudo acertado na época, na hora de assinar a documentação para enviarmos para a Caixa [Econômica Federal], ela se recusou a assinar. Em uma nova assembleia, para não perdermos os prazos, as 150 famílias foram substituídas. Mas vamos marcar uma reunião com a diretoria para falarmos sobre o caso, sempre tivemos a disposição dela”.

Ela não aceita conversar com os movimentos. “Não quero mais conversar com eles [movimentos]. Pra ser humilhada de novo? Eu quero meus direitos, quero meu apartamento, quero ser respeitada”, disparou Joselina.

 

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