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Monsenhor Aguinaldo: os exemplos de perdão que Jesus nos deixou

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Redação

30/05/2016 00:00
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Por Monsenhor Aguinaldo

O perdão é o maior gesto de amor do cristão, mas, ao mesmo tempo, certamente, é o mais difícil de ser dado. Ouvindo diariamente confissões, nós, sacerdotes, percebemos a dificuldade das pessoas em dar o perdão, como nos pede e nos ensinou Jesus enquanto esteve no meio de nós. Ele, vivendo a natureza humana e, assim, ciente desta nossa dificuldade, nos legou alguns exemplos de perdão que podem nos ajudar neste gesto extremo de amor ao próximo.

Um deles está na passagem bíblica que nos fala da mulher pega em adultério que foi levada até Jesus, para que Ele dissesse o que deveriam fazer com ela, já que, nesse caso, pela lei judaica, a pena era sumária: morte por apedrejamento. Assim João narra esta passagem: “Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres.

Monsenhor Aguinaldo | Arquivo

Que dizes tu a isso? Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se novamente, escrevia na terra.
A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”(Jo 8, 3 – 11).

Uma maneira de exercitar o perdão em nossas vidas é essa: olhar para dentro de nossas consciências e ver, antes de julgar ou condenar alguém, negando-lhe o nosso perdão, se nós também não seríamos falíveis de pecar em tantas situações semelhantes…

O perdão incondicional do Pai

Outro exemplo de perdão incondicional está na passagem (bastante conhecida) do filho pródigo, que conta a história de um jovem que pede ao pai a sua parte na herança e “cai na vida”, esbanjando sua pequena fortuna em prazeres carnais, bebidas e festas. Ao ver-se pobre e sem nada mais no bolso, o jovem “cai na real” e começa a mendigar um emprego.

Como nunca trabalhara na vida, só consegue “vaga” como tratador de porcos, ganhando tão pouco que ficava tentado a comer a lavagem dos porcos para matar sua fome… Arrependido então “cai em si” e decide voltar à casa do pai para suplicar-lhe que o aceite de volta, mesmo que fosse aceito apenas como mais um de seus servos. Assim o evangelista Lucas conclui esta história:

“Entrou então (o jovem) em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância… e eu, aqui, estou a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.  Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa!” Lc 15, 17 – 24.

Este pai representa Deus Pai, que ama a cada um de nós de maneira idêntica e está sempre disposto a nos perdoar, mesmo que (como este jovem) já tenhamos “esbanjado” os nossos bens maiores: dons, saúde, castidade, etc. e hoje estejamos arrependidos do mau uso de nossa liberdade e queiramos voltar para Ele.

Antes mesmo de começar a nos desculparmos por nossos erros e pecados, Ele, Deus Pai, já nos aguarda de braços e coração abertos para nos resgatar a nossa dignidade de filhos e, como o pai do filho pródigo, fará uma grande festa no céu, por cada filho ou filha que retornar à Sua casa.

Pense nisso, e se você sentir que precisa do perdão de Deus, seja qual for o motivo de ter se afastado d Ele, procure-nos no Santuário Santa Terezinha que um de nossos sacerdotes o acolherá e lhe dará o perdão de Deus, resgatando-lhe assim sua possível dignidade perdida. Venha: Deus Pai lhe espera com o Seu perdão incondicional!


Monsenhor Aguinaldo é reitor e pároco do Santuário Santa Terezinha

 

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