Reunião não chega a acordo e trânsito na Av. Vida Nova continua sem solução
A primeira reunião para a discussão de possíveis mudanças no trânsito da avenida Vida Nova acabou de forma inconclusiva. Houve muita discussão e poucas propostas, todas elas rejeitadas. Um novo encontro deve acontecer na próxima segunda-feira, dia 21, para buscar uma solução para os congestionamentos formados principalmente nos horários de saída e entrada da escola Ser.
A reunião contou com a presença de quase 30 pessoas, entre eles pais e alunos, moradores do bairro, empresários e representantes da Cooperativa Vida Nova. Logo no início, surgiu um impasse após a proposta apresentada pelo secretário de transporte e mobilidade urbana, Rinaldo Tacola, que sugeriu a proibição do estacionamento em um trecho de 35 metros em frente ao colégio Ser.
A proposta era que o trecho serviria como uma “terceira” faixa de rolamento para que os veículos pudessem transitar com mais facilidade pelo local. Representantes da Cooperativa disseram ser contra porque as vagas são usadas principalmente por funcionários da obra e por moradores dos condomínios.
O presidente da Cooperativa Vida Nova, Aprígio, apontou um outro problema para que sejam feitas mudanças na avenida. “Essa avenida pertence a quem? Vocês sabem que o prefeito entrou na justiça para fechar essa rua? Então enquanto não tem uma decisão judicial ele não pode jogar nosso dinheiro no lixo”.
Aprígio disse que como a decisão sobre a rua cabe a justiça e segundo ele qualquer mudança pode acarretar em prejuízo para o município. “Se amanhã tiver que fechar essa avenida, esse dinheiro, quem vai pagar? A prefeitura ou o secretário”, disse confrontando Rinaldo Tacola. A discussão continuou por quase 30 minutos.
As ponderações de Aprígio foram motivadas por um processo movido pelo município contra a Cooperativa Vida Nova. Quando houve o desmembramento do lote, a Cooperativa devia ter, segundo a ação, deixado uma área institucional de 36 mil metros quadrados. A ação pede o ressarcimento aos cofres públicos desse valor e hoje, somado com juros e multas, passa os R$ 200 milhões. A ação está ainda na primeira instância.
O proprietário do colégio, Joel Garcia, tentou argumentar que a proibição de estacionamento na faixa em frente a escola nos períodos de entrada e saída dos alunos seria a solução imediata e não definitiva. “Vamos tentar, se der certo ótimo, se não der nós voltamos atrás, mas temos que tentar”.
A diretora da cooperativa, Marilene Trappel, disse que não seria possível chegar a um acordo sem levar a questão para uma comissão interna montada com os funcionários que trabalham nas obras. “Não temos como aceitar essas condições, vamos nos reunir e pensar em outras propostas e alternativas”.
Garcia disse ainda não sai decepcionado da reunião. “Eu acho que a gente cada vez caminha um pouquinho mais, o bom senso vai prevalecer. O bem comum é mais importante do que o interesse particular de cada um. Nós como sociedade e o poder público precisamos procurar soluções”.
Discussão
Um morador, que pediu para se identificado apenas como RM, discordou do andamento da reunião e pediu para que ali fosse tratado apenas da questão do trânsito e não questões políticas. “Estou aqui porque sofro com o trânsito, venho buscar o meu filho todos os dias, tenho que vir mais cedo para achar uma vaga, quero debater uma solução”.
Aprígio se sentiu incomodado com a reclamação do morador e disse que ele estava debatendo sobre a questão do trânsito. Aprígio aumentou o tom de voz, acusando o morador de estar ali para tumultuar a reunião, e que era “puxa-saco” do prefeito Fernando Fernandes. Aprígio foi contido por assessores e a reunião voltou a acontecer em um clima mais pesado ainda.
No final da reunião, o pai do aluno que discutiu com Aprígio afirmou que não trabalha na prefeitura, nem conhece o prefeito Fernando Fernandes e disse que não querer confusão com ninguém. “Me mudei pra cá faz pouco tempo, nem sei quem é esse senhor, só quero uma solução para o trânsito”.