Em menos de um mês, moradores de Taboão sofrem com duas enchentes
Às vésperas do Ano Novo, no dia 28 de dezembro de 2015, os moradores do Jardim Santa Luzia, no centro de Taboão da Serra foram surpreendidos por uma forte chuva que alagou as ruas e fez com que muitas famílias perdessem os móveis, eletrodomésticos e até a esperança de um ano melhor. Menos de um mês depois, nesta quarta-feira, dia 27 de janeiro, o mau presságio se confirmou, outra vez o córrego Poá transbordou e a água da chuva invadiu casas e comércios.
Na última enchente, a comerciante Zélia Correia, de 70 anos, dona de um bar na rua Getúlio Vargas, calculava o prejuízo com as chuvas. “Calculando por cima, o meu prejuízo passa de R$ 40 mil. Perdi todas as caixas de cerveja, de cigarros, todas as mercadorias e alimentos que estavam estocados. Não sobrou nada”, lamentou Zélia em dezembro. Na manhã desta quinta-feira, dia 28 de janeiro, a reportagem conversou com a comerciante que voltava a limpar seu comércio e lamentar as perdas. “Toda vez é a mesma coisa, estamos cansados já”, disse.
Pela manhã, equipes da Defesa da Civil limpavam as ruas e usavam caminhões pipa para tirar a lama que restou após as chuvas. Segundo a prefeitura, foi realizada pela manhã a limpeza e lavagem das ruas, recolhimento dos entulhos e a distribuição de “kits de limpeza”. A prefeitura também serviu refeições à noite aos afetados pela chuva.
A tempestade começou por volta das 15h30 e meia hora depois a avenida Getúlio Vargas já estava com mais de 1,70 metro de água. Todas as ruas do Largo do Taboão e a do Jd. Santa Luzia foram atingidas pela enchente. Foram registrados pontos de alagamento também na rodovia Régis Bittencourt e nos bairros Salete e São Judas.
Obras
O córrego Poá passa por obras de canalização. O investimento é de cerca de R$ 75 milhões financiados através de empréstimo do Governo Federal. De acordo com a prefeitura, a canalização deve auxiliar no combate às enchentes na região. A última fase da obra, consiste na implantação de um “segundo braço” do córrego responsável pela captação da água da região central do município e que desembocará em um duto subterrâneo.
O último prazo divulgado pela prefeitura para a conclusão da obra era este mês, mas de acordo com a Assessoria de Imprensa, as obras devem durar pelo menos mais seis meses, isso porque ainda corre na justiça o processo de desapropriação de imóveis que impedem a conclusão das obras.