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Fernandes diz que obras de canalização estão em andamento

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Redação

04/01/2016 00:00
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O prefeito Fernando Fernandes falou com exclusividade ao Portal O Taboanense na tarde deste domingo, dia 3, sobre a enchente que deixou o Largo do Taboão e a Vila Santa Luzia debaixo d’água no último dia 26. A chuva, uma das piores nos últimos anos, fez transbordar o córrego Poá e atingiu quase 200 residências.

Croqui mostra desembocadura do córrego Poá em três pontos diferentes

Fernandes afirmou que a prefeitura vem seguindo o cronograma de obras, mas ressaltou que a chuva foi tão forte que transbordou os piscinões da região. “Quando temos um volume de chuva muito grande, mesmo com seis piscinões na região, eles não conseguem conter esse desagradável episódio que é a enchente”.

Construção do canal auxiliar na altura da avenida Getúlio Vargas, no Largo do Taboão | Ricardo Vaz / Divulgação

Segundo ele, a chuva foi forte em toda região, causando estragos em Embu das Artes, Taboão da Serra e São Paulo. “Infelizmente a quantidade de chuva naquele dia foi muito, muito grande. Foi o esperado para quase 10 dias em pouco mais de uma hora. Não é só Taboão que sofre com isso, a capital, que é uma cidade muito mais rica, também sofre”.  

Fernandes desmentiu que as obras da canalização estão paradas. “Isso não é verdade, no final do ano saiu a autorização da justiça para a desapropriação de algumas casas. Nós agora vamos fazer o pagamento e terminar a obra. Mesmo com essa pendência que são as desapropriações, a obra não parou. Continuamos com as obras do duto line lá na frente. E agora as casas serão demolidas”.

A obra prevê a construção de um canal paralelo que percorre o córrego Poá até a desembocadura no Pirajuçara. Com o fim das obras, o Poá terá terá capacidade de escoar até 82 mil litros de água por segundo. Segundo o prefeito, as obras de canalização do córrego Poá, que devem minimizar o antigo problema, estão em andamento.

“Nós continuamos com as obras, porque se isso acontecer, que aconteça com menos volume. A nossa região precisava de mais piscinões, mas não existe área para a construção de novos reservatórios. São Paulo é o único lugar hoje que comporta novos piscinões”, garantiu Fernandes.

Obras

A canalização do córrego Poá começou ainda na administração do ex-prefeito Evilásio Farias. Mesmo com quase três anos de obras na região central, a obra ainda não tem previsão para acabar. No meio de 2015, a prefeitura solicitou uma mudança no projeto original, o que acabou causando um atraso.

A principal mudança acontece no trecho que vai da Escola Estadual Domingos Mignoni, no Pq. Santos Dumont, até o encontro do Poá com o córrego Pirajuçara. Nesse trecho será feito um canal auxiliar que receberá o excesso de água nos dias de chuva muito forte.

O secretário de obras, Rogério Balzano, disse em abril, que um erro no projeto inicial causou a mudança. “O projeto inicial chegava com um desnível de desemboque no Pirajuçara de menos 80 centímetros, ou seja, ia chegar com 80 centímetros abaixo do Pirajuçara, o que iria causar maior refluxo, dificultando ainda mais o escoamento. Identificado esse problema no projeto anterior, fizemos um novo estudo, criando uma canalização auxiliar a canalização já existente”.

Nesta última etapa, a obra consiste na construção de um canal auxiliar e na construção de duas linhas de tunnel liner (técnica de abertura de túneis estruturados, em aço, indicado para a realização de obras subterrâneas, especialmente em obras de drenagem de águas pluviais), no trecho compreendido entre as proximidades da rua Santa Luzia e o Piscinão, na divisa com o município de São Paulo.

A obra é financiada pela Caixa e toda alteração no projeto tem que passar pela autorização deles. “Como a administração passada não tinha pedido as licenças da Petrobrás, da Comgás, da Eletropaulo, nós também tivemos que fazer tudo isso. Tivemos também que mostrar que aquele [anterior] projeto era hidraulicamente pior do que esse novo que nós propusemos. Então estão aguardando a autorização para dar continuidade na obra”.

Para a realização de toda a canalização, que vai da Avenida Marechal Castelo Branco até o Córrego do Pirajuçara, estão sendo gastos cerca de R$ 75 milhões financiados através de empréstimo do Governo Federal. A Prefeitura paga em média R$ 720 mil ao mês por este financiamento.

 

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