Acusados da operação Redenção começam a ser transferidos
Na última terça-feira, dia 1º, os 13 acusados de desviar mais de R$ 2 milhões dos cofres da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra começaram a ser transferidos da Delegacia Central da cidade. As quatro mulheres presas preventivamente foram levadas para o CDP de Franco da Rocha e os nove homens aguardam para serem transferidos. Eles serão divididos entre o Centro de Detenção Provisória de Itapecerica e o de Pinheiros.
Segundo informações preliminares e não confirmadas pela polícia, os acusados que não têm curso superior e os que não são vereadores irão para o Centro de Detenção Provisória de Itaperecerica e, ao que tudo indica, essa transferência acontecerá nesta quarta-feira, dia 2. Isao Takada, seu filho Williams Takada e Rodrigo Costa – filho de Cícero Costa – fizeram exame de corpo de delito na tarde da última terça. Os demais presos farão o exame ainda nesta quarta, antes da transferência para os presídios.
Vereadores, ex-vereadores e funcionários da Câmara de Itapecerica foram presos na última sexta-feira, dia 26, durante a operação Redenção – deflagrada pelo Ministério Público e auxiliada por policiais da Rota. Ao todo foram expedidos 16 mandados de prisão, onde 13 foram cumpridos. Entre os presos estão os ex-vereadores José Maria Rosa, Tonho Paraíba, Carlos Lombardi e os atuais vereadores Cícero Costa, Hércules da Farmácia e Cleber Bernardes.
Completando o quadro de detidos estão Rodrigo Costa (filho de Cícero Costa), A diretora geral da Câmara Sonia Valéria de Oliveira e as ex-funcionárias Valdirene Amorim da Silva e Geiza Oliveira dos Santos.
Jorge Isao Takeda – ex tesoureiro da Câmara –, sua esposa Delma Maria de Assis Takeda e seu filho Williams de Assis Takada também foram detidos. Takeda é, inclusive, um dos principais investigados, já que foi durante sua atuação no departamento de finanças da Casa que houve o sumiço do dinheiro.
O vereador Fabinho Gêmeos continua foragido.
Mesmo não tendo entrado para a lista de acusados, o prefeito Amarildo Gonçalves (Chuvisco) e a vice-prefeita Regina Corsini estão sendo investigados, já que foram vereadores no período estudado pelo Ministério Público. Em nota a assessoria de imprensa de Itapecerica da Serra alegou que Chuvisco não tinha conhecimento do ocorrido.
Na sessão da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra, realizada na última terça-feira, dia 1º, o vereador Sangue Bom fez graves denúncias, chamando de “ladrão” o prefeito Chuvisco.
Defesa
O advogado de Hércules da Farmácia alegou que já entrou com o pedido de Habeas Corpus para seu cliente, afirmando ainda que não havia avaliado todo o processo e que a prisão de Hércules tinha sido uma surpresa. Já o advogado de Cícero Costa disse apenas que seu cliente está sendo acusado por omissão.
O caso
Na manhã de sexta-feira, dia 27, o Ministério Público de São Paulo (MP) e policiais militares realizaram uma operação para prender políticos envolvidos no desvio de R$ 2,5 milhões da Câmara de Itapecerica da Serra.
Os agentes vasculharam mansões de vereadores e ex-vereadores na cidade, para cumprir 16 mandados de prisão. Segundo o Ministério Público de São Paulo, a ação “Redenção” foi deflagrada por meio da Promotoria de Justiça de Itapecerica da Serra.
Além das residências dos acusados, houve vistoria em gabinetes de vereadores que também foram formalmente denunciados. A investigação contou com modernos e eficazes meios de obtenção de prova, notadamente delações premiadas, quebras de sigilo bancários, telemáticos e fiscais, apurando-se a subtração de valores muito maiores.
Para a realização dessa fase da operação, o Ministério Público de São Paulo contou com o auxílio de cerca de 200 (duzentos) Policiais Militares, 20 (vinte) Promotores de Justiça de várias Comarcas diferentes.
A denúncia oferecida contra 18 réus imputa mais de 1000 (mil) crimes perpetrados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2014. O processo tramita em segredo de justiça.