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Alunos ocupam escola em Taboão da Serra contra reorganização

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Redação

24/11/2015 00:00
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Dezenas de alunos ocuparam nesta segunda-feira, dia 23, a Escola Estadual Domingos Mignoni, no Centro de Taboão da Serra. O ato é um protesto contra a reorganização do ensino em São Paulo. A unidade é a primeira do município a fazer parte da manifestação que acontecem em todo o estado contra as mudanças na rede. As aulas estão suspensas até que a instituição seja desocupada.

A reorganização no ensino estadual prevê que as escolas sejam separadas por ciclos. Com a mudança, algumas instituições serão fechadas e "disponibilizadas" para outro uso educacional. Em Taboão da Serra, o Domingos Mignoni vai deixar de receber ensino médio e o EJA, para ficar apenas com os anos finais do ensino fundamental.

Alunos afirmam ser contra reorganização que mudará ciclos nas escolas estaduais | Ricardo Lima

De acordo com a aluna Daniele Soares, de 18 anos, do 3º ano do ensino médio, ela aderiu à ocupação por achar que os estudante mais novos não devem ser transferidos de escola. "Os alunos daqui vão ser transferidos para uma escola onde terá uma superlotação dentro da sala de aula. Como eles irão aprender em uma sala superlotada? Todos nós temos direito a uma educação de qualidade", disse.

A Secretaria Estadual de Educação informou na última segunda-feira (23) que 108 escolas paulistas estão ocupadas por estudantes que protestam contra o fechamento de 94 unidades de ensino no estado. Levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial no Estado de São Paulo (Apeoesp), no entanto, indica que 114 escolas estão ocupadas.

Os estudantes defendem a discussão do projeto de reorganização da rede de ensino com a comunidade escolar e que não ocorra já no próximo ano, como foi anunciado pelo governo paulista. A proposta prevê a segmentação das escolas em três grupos (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), o que levará ao fechamento de várias unidades. A expectativa é que 60 alunos participem da ocupação.

"Estamos nos dividindo em três grupos de alunos nesta ocupação, durante esse dias iremos promover dentro da escola, rodas de conversa, teatro, sarau, além de outras atividades que ainda serão elaborados pelo próprios estudantes. Só iremos sair da escola quando conseguimos o nosso objetivo e o governador retroceder na ideia de reorganização do ensino no estado", finalizou Daniele.

Os estudantes defendem a discussão do projeto de reorganização da rede de ensino com a comunidade escolar e que não ocorra já no próximo ano, como foi anunciado pelo governo paulista. A proposta prevê a segmentação das escolas em três grupos (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), o que levará ao fechamento de várias unidades.

Na segunda-feira, dia 23, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) indeferiu o pedido de liminar para reintegração de posse das escolas. A medida foi comemorada pela Apeoesp: "o próprio Judiciário considera que o governo está agindo de forma autoritária, sem debate e sem consulta às comunidades”, disse em nota o sindicato.

Estava prevista para hoje também mais uma audiência de conciliação entre as partes, mas foi suspensa por causa da ausência de representantes da Procuradoria do Estado. A Agência Brasil procurou representantes da procuradoria para saber os motivos, mas não houve retorno até a publicação da reportagem.

A defensora pública Mara Ferreira, que representa os estudantes na ação judicial, informou que a comunicação da audiência foi apenas na manhã de hoje, o que, naturalmente, dificultou a presença das partes. Apesar de ter comparecido, Mara afirmou que o mais adequado seria remarcar a audiência.

Com informações da Agência Brasil

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